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Saúde

- Publicada em 01 de Janeiro de 2020 às 22:22

Verão liga alerta para o câncer de pele

Estimativa é de que os dois tipos da doença atinjam 171,7 mil pessoas no Brasil no biênio 2018-2019

Estimativa é de que os dois tipos da doença atinjam 171,7 mil pessoas no Brasil no biênio 2018-2019


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Quem não gosta de aproveitar um belo dia de sol e calor na beira da praia, junto à piscina ou na grama de um parque? A chegada do verão convida à realização de atividades ao ar livre, mas, por outro lado, traz um risco que precisa ser evitado: o câncer de pele.
Quem não gosta de aproveitar um belo dia de sol e calor na beira da praia, junto à piscina ou na grama de um parque? A chegada do verão convida à realização de atividades ao ar livre, mas, por outro lado, traz um risco que precisa ser evitado: o câncer de pele.
Neoplasia mais comum no Brasil (responsável por 33% do total de diagnósticos) e no mundo, os tumores de pele têm alta incidência no País, que tem um clima predominantemente tropical.
Conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se um total de 165,5 mil novos casos de câncer de pele não melanoma para o biênio 2018-2019: 85.170 em homens e 80.410 em mulheres. Já os melanomas, apesar de mais graves, têm uma ocorrência muito menor, com 6,2 mil novos casos previstos para 2018-2019 (2.920 em homens e 3.340 em mulheres).
No Rio Grande do Sul, são estimados 15.750 casos não melanoma e outros 860 casos de melanoma no biênio 2018-2019.
O câncer de pele é provocado pelo crescimento anormal e descontrolado das células. Estas se dispõem formando camadas, e, conforme as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer.
O tumor não melanoma é o mais comum e ocorre, principalmente, nas áreas mais expostas ao sol, como rosto, pescoço e orelhas. A neoplasia se apresenta como manchas na pele que coçam, ardem, descamam ou sangram, ou feridas que não cicatrizam em quatro semanas.
Já o melanoma, por sua vez, pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou nas mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. Para ajudar na identificação, foi criada a regra do ABCDE.
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O médico oncologista do Grupo Oncoclínicas Sérgio Azevedo reforça que, apesar de haver outros fatores que influenciam no surgimento das neoplasias de pele, a exposição inadequada à luz solar é o principal. "Só nos interessa pensar no sol. Não adianta pensarmos que existem algumas alterações genômicas. Isso é exceção da exceção. O conceito público tem de ser exposição solar indevida. O fator genético é uma situação extremamente rara", aponta.
O oncologista salienta que o período da vida de mais risco é a infância e a juventude, pois a preocupação com o cuidado é menor, havendo mais ocorrências de queimadura solar, os famosos "torrões". No caso dos adultos, o especialista alerta para o perigo que representam as câmaras de bronzeamento artificial.
"A câmara de bronzeamento artificial é um crime. É luz ultravioleta concentrada em um tempo curto. O estrago que faz, o sol talvez precise de alguns meses para fazer. Essa tem de ser banida, por estar claramente associada aos riscos de vários tipos de câncer de pele." Os equipamentos são proibidos no Brasil desde 2009, mas não é difícil encontrar anúncios nas redes sociais de comercialização do serviço.
Pessoas com pele mais clara estão mais suscetíveis a tumores, no entanto, quem tem pele negra também precisa tomar cuidados e evitar exposição solar exagerada. O perigo existe na medida em que, quem tem facilidade para se bronzear sem se queimar ou tem a pele mais escura, costuma se preocupar menos com métodos de prevenção, como o protetor solar.
"A cor da pele não é vantagem para se prevenir de câncer de pele. Pessoas de pele negra tem os mesmos riscos. Temos de bater na tecla: não interessa quem, o risco existe para todos. Em dias nublados, atrás do painel do carro ou da vidraça em casa. A luz ultravioleta passa por essas barreiras", diz Azevedo.
O médico oncologista reforça a importância da busca por atendimento médico quando houver alguma desconfiança. "Existe um ditado que diz 'quem procura, acha'. Na realidade, quem procura, acha mais cedo. E quem acha mais cedo aumenta a chance de cura", destaca.

Cirurgia local é o principal tratamento

Assim como a maioria dos tumores, as chances de cura e efetividade do tratamento no caso dos cânceres de pele estão diretamente ligadas ao diagnóstico precoce da doença. Conforme o Ministério da Saúde, o número de mortes por câncer não melanoma no País gira ao redor dos 1,9 mil ao ano. No caso dos melanomas, a mortalidade fica na casa dos 1,8 mil/ano.
Azevedo destaca que a letalidade depende da extensão e do tipo de tumor. "Se eu trabalhasse com todos os tipos de cânceres com detecção precoce efetiva, a curabilidade quadruplicaria. São poucas as doenças que temos a chance de ver precocemente, e na pele é uma delas. A extensão se classifica em quatro estádios. Se chegassem melanomas somente no estádio 1, a curabilidade seria acima de 80%, fácil. A chance de cura começa a diminuir com o aumento dos estádios", aponta.
O tratamento varia de acordo com o tipo da doença e o seu estágio. Tumores detectados precocemente são, na maioria das vezes, removidos cirurgicamente. A cirurgia é indicada para todos os tipos de tumores. No caso de pacientes com cânceres não melanoma, tanto a cirurgia quanto a radioterapia (no caso em que o procedimento cirúrgico não puder ser realizado ou que o paciente não quiser a cirurgia) são indicados.
Já quando se fala em melanomas, o tratamento é diferente. "Nunca se mostrou que a radioterapia se equipara a uma boa cirurgia para melanoma. E a boa cirurgia para melanoma tem a ver com a extirpação local ampla e mais a procura do envolvimento precoce em áreas de gânglios. O melanoma inicial é tratado com cirurgia. Se o risco é maior, optamos por tratamentos sistêmicos, como a imunoterapia. Mas isso é exceção, em caso de doença avançada, quando se perdeu o momento de prevenção ou de diagnóstico precoce", diz o oncologista.
 

FATORES DE RISCO

  • Exposição prolongada e repetida ao sol, principalmente na infância e na adolescência
  • Ter pele ou olhos claros, cabelos ruivos ou loiros, ou ser albino
  • Ter histórico familiar ou pessoal de câncer de pele
COMO SE PROTEGER
  • Evitar a exposição prolongada ao sol das 10h às 16h
  • Procurar lugares com sombra
  • Usar proteção adequada, como roupas, bonés ou chapéus de abas largas, óculos escuros com proteção UV, sombrinhas e barracas
  • Aplicar protetor solar fator 15 (no mínimo) na pele antes de se expor ao sol
  • Usar filtro solar próprio para os lábios 
Fonte: Inca