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- Publicada em 22 de Outubro de 2019 às 18:53

Presidente do Ibama: 'não sabemos se óleo nas praias do Nordeste irá aumentar ou diminuir

O Ibama disse não tem nenhum dado sobre a possibilidade de contaminação dos banhistas

O Ibama disse não tem nenhum dado sobre a possibilidade de contaminação dos banhistas


MARCOS RODRIGUES/ADEMAS/AFP/JC
O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Eduardo Bim, afirmou que não é possível saber se o derramamento do óleo nas praias do Nordeste vai aumentar ou diminuir. Segundo ele, como ainda não se sabe a origem do óleo, não há base para fazer essa previsão. Bim participou de uma audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara nesta terça-feira.
O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Eduardo Bim, afirmou que não é possível saber se o derramamento do óleo nas praias do Nordeste vai aumentar ou diminuir. Segundo ele, como ainda não se sabe a origem do óleo, não há base para fazer essa previsão. Bim participou de uma audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara nesta terça-feira.
"A origem dessa fonte de óleo é fundamental para o trabalho de emergência, porque a gente não sabe se está num ascendente ou numa descendente do óleo , manifestações de "tá acabando" ou "está apenas começando" não são fundadas em base técnica, porque a gente não tem a origem do óleo, não tem a volumetria deste óleo", afirmou o presidente.
Segundo o contra-almirante Alexandre Rabello Faria, a Marinha continua seguindo nas investigações da origem do óleo. Como na última semana, o órgão trabalha com quatro principais possibilidades. A primeira em vazamento de operação "ship-to-ship", quando um navio move o óleo para outro navio em alto mar. O naufrágio de um navio petroleiro e o derramamento acidental ou intencional também são possibilidades estudadas pela Marinha. O contra-almirante ressaltou que não descarta nenhuma possibilidade.
A investigação atualmente busca uma área de 800 milhas (1300 km) ao leste e 500 (800 km) ao sul da costa. Segundo o contra-almirante, é uma área marítima muito grande.
"Nossa área de busca a 800 milhas a leste e 500 milhas para o sul, ou seja, uma área marítima muito grande, nessa área a gente tenta identificar os navios que trafegaram na região", disse Rabello.
O contra-almirante disse que é muito provável que o óleo tenha originado de um único incidente, mas manteve todas as possibilidades na mesa.
"Sim, é muito provável que tenha sido um único incidente, mas não estamos descartando que possa ter tido mais de um vazamento de óleo no mar", afirmou.
Além do presidente do Ibama e do representante da Marinha, participaram da audiência a consultora ambiental da Petrobras, Margareth Bilhalva e o superintendente de segurança operacional e meio ambiente da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Raphael Moura.
Na segunda-feira (21), a Justiça Federal determinou que a União e o Ibama instalassem barreiras em locais mais sensíveis ao óleo, como manguezais em Alagoas e Pernambuco. A posição do Ibama desde o início das operações de contenção do óleo é de que as barreiras não são efetivas pela diferença do petróleo nacional do óleo encontrado nas praias atualmente.
A consultora ambiental da Petrobras, Margareth Bilhalva, compartilhou do entendimento do Ibama. Ela ressaltou que a diferença das características do óleo pode mudar a forma de combate.
"Importante frisar que esse óleo é muito diferente do óleo produzido no país. Essas barreiras de proteção existem para proteção e defesa e resposta em caso de acidentes com óleo nacional e o nosso óleo tem uma caraterística muito diversa do óleo que foi encontrado, esse óleo é muito pesado, não fica sobre a superfície, fica subsuperfície, muitas vezes, na grande maioria, não visível aos olhos nus, nem por satélite, nem por sobrevoo de helicóptero", disse Bilhalva.
O presidente do Ibama disse que o órgão não faz distinção se os estados são governados por partidos opositores. Segundo ele, a ação é técnica:
"A gente tem tido uma boa interlocução com os estados e o Ibama de forma alguma faz qualquer distinção do estado, tendo em vista alguma questão partidária ou não, a questão é técnica", garantiu BIm.
Ele também afirmou que no começo da operação houve ruídos, pois segundo ele, os estados esperavam que a atuação no combate às manchas era de competência somente da União.
"No começo tem um pouco de ruído porque existe uma certa expectativa de uma competência privativa da União para tratar desse acidente. A gente explicou para os estados que essa competência não existe. O que existe é uma articulação no plano nacional de contingência que tem que ser adaptado para uma situação totalmente diferente, anômala", disse.
O Ibama disse não tem nenhum dado sobre a possibilidade de contaminação dos banhistas. Segundo o presidente, o material que está na praia é menos "biodisponível", ou seja, tem menos capacidade de ser absorvido pelo organismo.
"Na quebração, na areia, na praia é menos biodisponível, a gente não sabe o que aconteceu antes, mas ali é menos disponível. Teoricamente a retirada do petróleo ali já resolve o problema, mas a gente não tem nenhum dado em relação a isso ainda, com precisão, em relação a um possível prejuízo à saúde humana. A gente não tem nenhum dado sobre uma possível contaminação da água para o banhista", afirmou.
Agência O Globo
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