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- Publicada em 16 de Outubro de 2019 às 03:00

Chefe da ONU-Habitat defende cidades compactas e conectadas

Arquiteto brasileiro falou sobre planejamento urbano na Capital

Arquiteto brasileiro falou sobre planejamento urbano na Capital


MARCO QUINTANA/JC
Juliano Tatsch
A revisão do Plano Diretor de Porto Alegre tem proporcionado debates acerca das cidades, sua organização, planejamento e, principalmente, papel no desenvolvimento sustentável e no futuro das pessoas que as habitam. Enquanto as populações crescem, ainda que em ritmo mais lento - na Capital, o aumento foi de meros 0,3% entre julho de 2018 e julho de 2019 -, o desafio está em encontrar espaços para acomodar toda essa gente. A tendência, em boa parte dos municípios, é espraiar sua área urbana, distanciando-se cada vez mais do Centro. O chefe de Capacitação e Formação Profissional do ONU-Habitat, Claudio Acioly Jr., porém, defende uma alternativa diferente.
A revisão do Plano Diretor de Porto Alegre tem proporcionado debates acerca das cidades, sua organização, planejamento e, principalmente, papel no desenvolvimento sustentável e no futuro das pessoas que as habitam. Enquanto as populações crescem, ainda que em ritmo mais lento - na Capital, o aumento foi de meros 0,3% entre julho de 2018 e julho de 2019 -, o desafio está em encontrar espaços para acomodar toda essa gente. A tendência, em boa parte dos municípios, é espraiar sua área urbana, distanciando-se cada vez mais do Centro. O chefe de Capacitação e Formação Profissional do ONU-Habitat, Claudio Acioly Jr., porém, defende uma alternativa diferente.
O arquiteto esteve em Porto Alegre na semana passada, quando falou para os profissionais que estão trabalhando na revisão do Plano Diretor da Capital. Para ele, a ampliação da área construída nas cidades compromete a prosperidade. "As cidades estão se espraiando em uma urbanização fragmentada. A expansão urbana excedendo o crescimento populacional afeta a sustentabilidade", afirma.
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A queda na densidade das cidades, que poderia ser vista como algo bom, com menos pessoas vivendo em cada região, na verdade, é sinal de que há um problema. "A densidade está caindo, e isso significa que a urbanização está fracassando e sendo muito custosa. Cidades muito espaçadas geram custos enormes em deslocamentos. Na ONU-Habitat, pensamos em uma cidade compacta, conectada e resiliente", destaca Acioly.
O arquiteto exemplifica a observação com os casos concretos das cidades de Atlanta, nos EUA, e Barcelona, na Espanha. As cidades têm populações semelhantes, mas a área construída na cidade norte-americana é 28 vezes maior do que na cidade espanhola. Assim, com 99 quilômetros de extensão, o metrô de Barcelona atende a 60% da população, enquanto, para prestar o mesmo serviço, Atlanta precisaria desenvolver uma rede sobre trilhos de 3,4 mil quilômetros de extensão. "Estamos combatendo a urbanização fragmentada, sem planos, sem estratégia, que cria uma cidade mal conectada e cara", diz.
Planejador urbano com mais de 35 anos de experiência, Acioly fala com o conhecimento de quem atuou em mais de 30 países como consultor e especialista em políticas e programas habitacionais, gestão e planejamento urbano, e urbanização de assentamentos informais, assim como em formulação e execução de projetos urbanos, e formação e capacitação profissional de quadros técnicos de governos.
O arquiteto aponta que as estruturas sociais estão mudando, com as famílias diminuindo, e as soluções arquitetônicas não estão levando isso em consideração. Diante desse cenário de transformações, a ONU-Habitat, órgão das Nações Unidas responsável por assentamentos humanos, tem trabalhado com vistas a encontrar meios de tornar a urbanização um vetor que contribui para o desenvolvimento sustentável das cidades.
"É preciso conciliar os interesses dos atores que atuam nos desenvolvimentos econômico, ecológico e social, que são os três pilares do desenvolvimento sustentável", destaca, apontando um eixo central desse tripé: o desenvolvimento físico-espacial. "Tradicionalmente, quando se fala em desenvolvimento sustentável, sempre se aborda os vértices social, econômico e ambiental. Eu bato na tecla de se pensar um quarto vértice, o físico-espacial. O processo de urbanização não pode prejudicar as gerações futuras", conclui.
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