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- Publicada em 10 de Setembro de 2019 às 18:28

Para evitar 'quase colapso', UFSM corta ônibus e viagens e limita uso de ar condicionado

Serviço de ônibus que circulava pelo campus foi cortado, sem prazo para volta

Serviço de ônibus que circulava pelo campus foi cortado, sem prazo para volta


UFSM/DIVULGAÇÃO/JC
Patrícia Comunello
A vida dos estudantes, professores e funcionários ficou mais difícil no campus no bairro Camobi, o maior da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Até a semana passada, a comunidade podia circular pelas longas distâncias com um ônibus interno, porém, desde segunda-feira, o serviço está suspenso sem prazo para ser retomado.
A vida dos estudantes, professores e funcionários ficou mais difícil no campus no bairro Camobi, o maior da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Até a semana passada, a comunidade podia circular pelas longas distâncias com um ônibus interno, porém, desde segunda-feira, o serviço está suspenso sem prazo para ser retomado.
Além disso, foi adotada restrição em viagens e no uso do ar condicionado. Em agosto, o suco já havia sido cortado das refeições dos restaurantes universitários (RUs). O motivo é o menor fluxo orçamentário imposto pelo governo federal à área de educação.
“É preciso tomar iniciativas preventivas para um cenário que seria de quase colapso”, justificou o reitor da UFSM, Paulo Burmann, em entrevista à BandNews. Burmann observa que a redução fará "a universidade continuar funcionando dentro do orçamento disponível”.
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A nova fase de contingências é uma reação à frustração na expectativa de mais repasses federais. Em abril, o governo bloqueou 34% dos recursos esperados pela UFSM para o ano. Dos R$ 137,3 milhões orçados, restaram R$ 91,26 milhões para chegar até dezembro, informa a reitoria.
O próprio gestor admite que o corte do ônibus intracampus, que é de graça - a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) também tem um serviço similar no campus do Vale -, representa valor baixo. A administração diz ainda que analisa alternativas para o transporte intracampi, que não foi afetado. A UFSM tem quatro unidades - duas em Santa Maria e mais três em outras regiões.
As limitações no uso de ar condicionado entram em vigor este mês. “Os usuários estão sendo sensibilizados sobre reduzir ao máximo a utilização de ar condicionado em todos os setores, exceto naqueles cujo uso é obrigatório, como laboratórios ou biotérios”, diz a reitoria. Burmann lembra que não pode proibir o uso, por isso o apelo "à sensibilidade de todos”.
Com a chegada da primavera e verão, a situação pode ficar bem complicada, pois Santa Maria é conhecida pelas altas temperaturas. A expectativa é reduzir a conta de luz em até R$ 300 mil por mês com todas as medidas, muitas já vinham desde 2014. A conta de luz total no campus Camobi é de R$ 1,2 milhão. Já para as viagens e afastamento de servidores para cursos, a ordem é suspender todas as saídas que não forem prioridade e forem urgentes. Para Porto Alegre, o transporte será em ônibus de linha.
Na área da segurança, foram adotadas mais restrições, com fechamento de acessos no campus Camobi em fins de semana, Caso não haja mais repasses até dezembro, a reitoria não descarta que o pagamento de bolsas e auxílios de assistência estudantil seja afetado. Os benefícios atingem 5 mil estudantes.
Compras para os restaurantes universitários podem ser afetadas, mas a própria reitoria admite que não haveria como um serviço dar conta de 6 mil refeições diárias no entorno do campus principal, por exemplo. “Temos uma previsão com algum otimismo que governo vai desbloquear o orçamento, mas não é a realidade hoje”, completa Burmann.
Além de restrições à operação no dia a dia, a universidade convive com os cortes de bolsas para programas de pós-graduação do CNPQ e Capes. A projeção é que a UFSM alcance a perda de 128 bolsas entre mestrados e doutorados no ano. No primeiro semestre, 75 haviam sido suprimidas entre 1.283 auxílios.
Dentro do mesmo quadro de restrições provocado pelo bloqueio de verbas pelo governo federal, estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) aprovaram greve nesta terça-feira (10), pois a falta de verbas já impede o funcionamento de RUs, item essencial para manter muitos estudantes no ensino. É a primeira entre as Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) a decidir pela paralisação.
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