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Protestos

- Publicada em 13 de Agosto de 2019 às 20:48

Manifestantes vão às ruas de todo o Brasil em defesa da educação

Porto Alegre foi uma das 48 cidades que aderiram às manifestações

Porto Alegre foi uma das 48 cidades que aderiram às manifestações


/MARIANA CARLESSO/JC
Convocados por entidades sindicais e movimentos estudantis, professores, técnico-administrativos e estudantes participaram ontem de atos do Dia Nacional em Defesa da Educação contra o contingenciamento de recursos, em defesa da autonomia das universidades públicas e contra a reforma da Previdência. Ao todo, 48 cidades (entre elas, diversas capitais) de 18 estados e do Distrito Federal aderiram às manifestações.
Convocados por entidades sindicais e movimentos estudantis, professores, técnico-administrativos e estudantes participaram ontem de atos do Dia Nacional em Defesa da Educação contra o contingenciamento de recursos, em defesa da autonomia das universidades públicas e contra a reforma da Previdência. Ao todo, 48 cidades (entre elas, diversas capitais) de 18 estados e do Distrito Federal aderiram às manifestações.
Em Porto Alegre, servidores públicos e estudantes ocuparam a frente do Palácio Piratini para uma aula pública em defesa da educação promovida pelo Cpers/Sindicato. Membros de escolas estaduais, assim como universidades e institutos federais, reivindicaram melhorias na educação e nas condições de trabalho.
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Após a aula pública, centrais sindicais promoveram um ato na Praça da Matriz. Mais tarde, os manifestantes seguiram em caminhada até a Esquina Democrática. Dali, seguiram em direção ao Campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), na avenida Paulo Gama. Os docentes também reclamaram dos 44 meses de atrasos salariais, dos cinco anos sem reajuste e das ameaças ao plano de carreira. Além disso, frisaram a falta de professores e funcionários nas escolas, a demissão de contratados em licença-saúde e a falta de previsão de concursos públicos para o magistério.
Professora da Ufrgs e membro do Grupo de Pesquisa Relações entre o Público e o Privado na Educação, Liane Maria Bernardi criticou a naturalização do sucateamento da educação pública e reafirmou a importância de um ensino de qualidade. "Estar aqui significa reafirmar a importância da escola pública e dizer que não podemos deixar a educação se transformar em uma mercadoria", disse.
O ato nacional é uma continuidade da mobilização de maio, organizada em defesa da manutenção das verbas para o Ensino Superior. Conforme a União Nacional dos Estudantes (UNE), os contingenciamentos anunciados pelo governo afetam não apenas o Ensino Superior, mas também a Educação Básica, o Ensino Médio e os programas de alfabetização.
Os protestos fazem parte também de uma ação contra a proposta do Ministério da Educação (MEC) de instaurar o programa Future-se, que, de acordo com a pasta, busca o fortalecimento de autonomia administrativa, financeira e da gestão das universidades e institutos federais. Segundo as entidades sindicais e movimentos estudantis, o programa transfere as atribuições do governo para o mercado, levando à "mercantilização do ensino público".

Escolas estaduais aderiram parcialmente à paralisação

Em Porto Alegre, conforme levantamento feito pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc), cerca de 40 escolas aderiram ao ato. Das 274 escolas estaduais da Capital gaúcha, somente 93 responderam ao levantamento da pasta. Dessas, 14 aderiram totalmente à paralisação e outras 25 parcialmente. No Interior do Estado, a adesão foi ainda menor, com poucos colégios fechados.
Em contrapartida, o Cpers/Sindicato informou que mais de 59 escolas estaduais da Capital paralisaram totalmente ou parcialmente. O número representa uma adesão 40% às manifestações.
Pela manhã, o Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior de Porto Alegre (Adufrgs-Sindical) realizou um painel sobre "O futuro das universidades e institutos federais no Brasil", no salão nobre da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Durante o evento, entidades representativas discutiram sobre os impactos do programa Future-se.