Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Geral

- Publicada em 06 de Agosto de 2019 às 15:52

Morre Toni Morrison, primeira negra a ganhar o Prêmio Nobel, aos 88

Informação foi confirmada pela editora de Toni Morrison, em uma publicação no Twitter

Informação foi confirmada pela editora de Toni Morrison, em uma publicação no Twitter


Don EMMERT / AFP/JC
A escritora Toni Morrison, vencedora do Nobel de Literatura de 1993, morreu na noite de segunda (5), aos 88 anos. Ela foi a primeira mulher negra a ganhar o prêmio.
A escritora Toni Morrison, vencedora do Nobel de Literatura de 1993, morreu na noite de segunda (5), aos 88 anos. Ela foi a primeira mulher negra a ganhar o prêmio.
A informação foi confirmada pela sua editora, em uma publicação no Twitter. "Sua narrativa e sua prosa hipnotizante deixaram uma inegável marca em nossa cultura", escreveu.
Nascida no estado de Ohio, ela ficou conhecida por obras que descrevem os obstáculos políticos e sociais enfrentados pela comunidade negra ao longo da história americana.
Sua narrativa mistura as vozes de homens, mulheres, crianças e até fantasmas em camadas de polifonia. Mito, mágica e superstição estão interligados com verdades cotidianas, uma técnica que levou suas obras a serem comparadas ao realismo fantástico de Gabriel García Márquez.
Em O Olho Mais Azul, seu romance de estreia publicado em 1970 nos Estados Unidos, Morrison conta a história de Pecola Breedlove, uma moça negra que sonhava em ser loira e de olhos azuis como a atriz Shirley Temple. A escritora tinha quase 40 anos.
"Se o parâmetro de beleza já foi ter a pele cor de marfim, com a qual sonhava Pecola, hoje é das bronzeadas que se gosta mais. Meus estudantes em Princenton, por exemplo, têm vergonha de muita brancura. Os códigos de pele mudaram, e o Brasil é o ideal nesse aspecto, o como verifiquei aí, em 1990", disse em entrevista à Folha de S.Paulo em 2003.
Em agosto de 1990, ela esteve no país para lançar o romance Pérola Negra. Na ocasião, deu uma palestra no auditório da Folha de S.Paulo, onde havia dito que ficava irritada no começo de sua carreira quando se referiam a ela como uma escritora negra. "Mas depois, comecei a pensar: o que eu preferia, ser um escritor branco? Hoje acho esse título uma glória."
Morrison também ganhou o prêmio Pulitzer, em 1988, pelo seu romance Amada. A história é baseada em um artigo do século 19, encontrado pela autora, sobre uma escrava fugitiva chamada Margaret Garner que matou sua filha recém-nascida quando estava prestes a ser capturada.
Em 1998, a obra recebeu uma adaptação cinematográfica com Oprah Winfrey. A apresentadora era amiga e admiradora da escritora, assim como Barack Obama. Em 2012, Morrison recebeu do ex-presidente a condecoração Medalha Presidencial da Liberdade.
Com sua ficção sobre as conflituosas relações de negros e brancos no país, ganhou o apelido de Pantera Negra, em analogia ao grupo que inseriu com força o debate das questões raciais na sociedade americana.
Morrison foi casada com o arquiteto jamaicano Harold Morrison, com quem teve dois filhos, mas o casal se divorciou em 1964. Ela deixa o filho Harold Ford Morrison e três netos. Seu outro filho, Slade, com quem ela colaborou em textos de livros infantis, morreu em 2010.
Folhapress
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO