Centro de Valorização da Vida de Porto Alegre é reformado por voluntários

Depois de ajudar tanta gente, o Centro de Valorização da Vida (CVV) de Porto Alegre também recebeu ajuda - o projeto social DU99 desembarcou na sede da organização não governamental (ONG) no último sábado e fez um mutirão de reforma, com 60 voluntários. O grupo pintou todo o espaço, que conta com três salas de atendimento, banheiros, corredores e área externa, trocou toda a iluminação, fez um trabalho de ambientação, para tornar os cômodos mais confortáveis, pintou um grafite na parede da área externa e criou, lá, um jardim com horta e vegetação.

O DU99 faz reformas de um dia em quatro instituições selecionadas por ano. A idealizadora do projeto, Aline Fuhrmeister, conta que as salas de atendimento eram frias, desconfortáveis e com decoração inadequada, gerando incômodo aos atendentes voluntários que, muitas vezes, passam noites inteiras no local. "O CVV já estava na nossa lista de espera há dois anos. Decidimos fazer lá até para chamar a atenção para o tema da depressão, além de valorizar e colaborar com as pessoas que fazem um trabalho tão importante", observa. O CVV funciona em nível nacional e conta com cerca de 3 mil atendentes, todos voluntários, que recebem em torno de 10 mil ligações 24 horas por dia pelo telefone 188.

Todo o material das reformas é doado por empresas e pessoas parceiras. Os voluntários se inscrevem previamente para participar do mutirão. Na ação no CVV, o DU99 precisou encerrar as inscrições 20 dias antes da data marcada, porque já havia interessados o suficiente. Segundo Aline, a cada mutirão há mais pessoas interessadas em fazer parte. "As pessoas querem fazer parte de algo, porque veem valor naquilo", comenta. Esta foi a nona reforma realizada pelo projeto, que já tem três anos de existência. A escolha se dá com base na proporção de público atingido.

A voluntária Liziane Eberle celebra a reforma, que qualificará o dia a dia dos voluntários. "O nosso voluntário trabalha com todas as coisas ruins da vida dos outros e, às vezes, sai destruído de uma ligação, porque ouve coisas que realmente chocam. É importante que ele esteja em um espaço agradável e acolhedor para lidar com essas situações", afirma.

Antes do mutirão, Liziane lembra que as cadeiras eram rasgadas, as mesas estavam velhas e riscadas e as cortinas estavam furadas, porque a ONG não recebe doações externas, vivendo apenas com a contribuição mensal dos próprios voluntários, de R$ 15,00. O montante reunido é suficiente apenas para pagar contas como luz, água, condomínio e telefone.

O CVV de Porto Alegre possui, hoje, 101 voluntários que se revezam para fazer os atendimentos nas 24 horas do dia. Em 27 de julho, iniciarão um curso para receber novos voluntários, para dar conta da demanda. Interessados devem mandar e-mail para [email protected].