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- Publicada em 17 de Junho de 2019 às 13:00

Vaticano cogita admitir padres casados na Amazônia

Relatório do Vaticano abre possibilidade de laicos casados virarem padres, mas em algumas condições

Relatório do Vaticano abre possibilidade de laicos casados virarem padres, mas em algumas condições


TIZIANA FABI / AFP/JC
Agência Estado
O Vaticano divulgou nesta segunda-feira (17) o documento preparatório para o Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia, que acontecerá de 6 a 27 de outubro e discutirá a evangelização de povos nativos e a preservação da floresta. O relatório abre a possibilidade de laicos casados se tornarem padres, mas apenas sob determinadas condições.
O Vaticano divulgou nesta segunda-feira (17) o documento preparatório para o Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia, que acontecerá de 6 a 27 de outubro e discutirá a evangelização de povos nativos e a preservação da floresta. O relatório abre a possibilidade de laicos casados se tornarem padres, mas apenas sob determinadas condições.
Francisco, o primeiro papa latino-americano da história, dá especial atenção à situação sacramental e ambiental das comunidades amazônicas.
A ideia já era discutida desde o ano passado, após a convocação da assembleia episcopal pelo papa Francisco. "Afirmando que o celibato é um presente para a Igreja, se pede que, nas zonas mais remotas da região, se estude a possibilidade de ordenação sacerdotal de idosos, preferivelmente indígenas, respeitados e aceitos por sua comunidade, ainda que já tenham uma família constituída e estável", diz o documento.
A ideia seria estender o sacerdócio aos chamados "viri probati", homens casados, de fé comprovada e capazes de administrar espiritualmente uma comunidade de fiéis. O objetivo seria aumentar o número cada vez menor de padres na Amazônia.
O documento ressalta que as comunidades amazônicas enfrentam dificuldade para celebrar a Eucaristia por falta de sacerdotes. "Por isso, ao invés de deixar as comunidades sem Eucaristia, devem ser mudados os critérios de seleção e preparação de ministros autorizados a celebrá-la", diz o Vaticano.
O relatório ainda evidencia a "contribuição decisiva" de homens e mulheres nativos para "dar impulso a uma autêntica evangelização do ponto de vista indígena, segundo seus hábitos e costumes". "Trata-se de indígenas que pregam a indígenas com um profundo conhecimento de sua cultura e seu idioma, capazes de comunicar a mensagem do Evangelho com a força e a eficácia de sua bagagem cultural", acrescenta o documento.
Além disso, o Vaticano pede aos bispos que discutam formas de garantir espaços de "liderança" às mulheres, especialmente na área de formação. Entre outras coisas, o relatório sugere que seja "identificado o tipo de ministério oficial que possa ser conferido às mulheres, tendo em conta o papel central que elas desenvolvem na Igreja amazônica", diz o texto.
O documento também cita o "alarmante" número de "mártires" na Amazônia, especificamente no caso do Brasil, com 1.119 índios assassinados entre 2003 e 2017, segundo dados do relatório Violência contra os Povos Indígenas.
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, já admitiu que o Sínodo sobre a Amazônia gera "preocupação" no governo Bolsonaro - que vem sendo criticado internacionalmente por afrouxar as políticas ambientais do Brasil.
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