Acabou o mistério. Agora já se sabe a idade,o sexo e a origem de uma múmia egípcia, cuja cabeça, única parte conhecida, estava no museu de Cerro Largo, no interior gaúcho. O grupo de estudo Identidade Afro-Egípcias, da Escola de Humanidades da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs), revelou as características da Iret-Neferet (ou “olho bonito”), que viveu entre 768-476 antes de Cristo (a.C) e teria entre 2.495 e 2.787 anos, segundo exame de radiocarbono.
Quem curte paleontologia poderá conhecer a cabeça de Iret-Neferet, que será exposta e poderá ser vista gratuitamente de 11 de junho a 28 de julho na Biblioteca Central Irmão José Otão, no campus da Pucrs, localizada na avenida Ipiranga, 6681, em Porto Alegre.
A pesquisa, coordenada pelo professor Édison Hüttner, descobriu que a cabeça é de uma mulher que tinha entre 42 e 43 anos, que viveu entre o final do Período Intermediário III (1070-712) e o início do Período Tardio (Saíta-Persa: 712-332 a.C.) do Egito.
Para chegar ao resultado final foram realizados exames e análises com uso de avaliação bucomaxilofacial, tomografia computadorizada, datação por radiocarbono, espectrometria de raio-X de energia dispersiva, isolamento de fungos filamentosos e leveduras, análise anatômica e antropométrica e descrição e análise arqueológica, informou a Pucrs nesta quarta-feira (29).
A cabeça chegou ao Estado entre as décadas de 1950 e 1960 como presente de um egípcio a um morador de Cerro Largo. No final da década de 1970, o material foi doado ao Museu 25 de Julho, no mesmo município, onde permaneceu até 2018, quando foi levado à universidade para ser estudado.