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Trânsito

- Publicada em 03 de Junho de 2019 às 03:00

Em 10 anos, 43 mil feridos no trânsito foram internados no Estado

Das vítimas com ferimentos graves em todo o País, 80% eram homens

Das vítimas com ferimentos graves em todo o País, 80% eram homens


/PRF PARANÁ/DIVULGAÇÃO/JC
A cada 60 minutos, em média, cinco pessoas morrem vítimas de acidentes de trânsito no Brasil. Em dez anos, foram mais de 1,6 milhão de feridos, o que representa um custo de, aproximadamente, R$ 2,9 bilhões para o Sistema Único de Saúde (SUS), conforme levantamento realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), com base em dados do Ministério da Saúde.
A cada 60 minutos, em média, cinco pessoas morrem vítimas de acidentes de trânsito no Brasil. Em dez anos, foram mais de 1,6 milhão de feridos, o que representa um custo de, aproximadamente, R$ 2,9 bilhões para o Sistema Único de Saúde (SUS), conforme levantamento realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), com base em dados do Ministério da Saúde.
O relatório apontou que entre 2009 e 2018 houve um crescimento de 33% na quantidade de internações do País. Dos estados analisados, o que apresentou o pior cenário foi o Tocantins, com um salto de 60 internações, em 2009, para 1.348 em 2018. Na sequência, aparece Pernambuco, passando de 845 para 6.969, um aumento de 725% na última década. Segundo o levantamento, apenas cinco estados registraram queda no número de internações por acidente: Maranhão (40%), Rio Grande do Sul (22%), Paraíba (20%), Distrito Federal (16%) e Rio de Janeiro (2%).
Em números absolutos, 43% do volume total de internações registradas no SUS no período foi em estados do Sudeste, região que reúne metade da frota de veículos automotores do País. Outros 28% dos casos graves ficaram no Nordeste e o restante diluído entre Sul (12%), Centro-Oeste (9%) e Norte (7%).
De acordo com a análise do CFM, a cada hora, em média, 20 pessoas dão entrada em hospitais da rede pública com ferimentos graves, decorrentes de acidentes de trânsito. Com relação ao total de vítimas graves nos últimos dez anos (1.636.878), se identificou que, em 60% dos casos, tinham entre 15 e 39 anos idade, sendo a menor frequência registrada nas faixas etárias que vão de zero a 14 anos (8,2%) e em maiores de 60 anos (8,4%). Além disso, foi analisado que quase 80% das vítimas eram do sexo masculino.
No Rio Grande do Sul, entre 2009 e 2018, 43.097 pessoas foram internadas em hospitais públicos vítimas de acidentes. Apenas em 2018, de acordo com o CFM, o Estado registrou 3.101 internações, a um custo de mais de R$ 5,6 milhões para o tratamento das vítimas.

Em Porto Alegre, públicos mais vulneráveis são pedestres e motociclistas

Em Porto Alegre, o número de mortes no trânsito teve uma queda de 41,3% entre 2009 e 2018. Os reflexos da redução de 22% no Estado nas internações hospitalares foram identificados tanto pelo estudo realizado pelo CFM, quanto pelo Projeto Vida no Trânsito - uma parceria do Detran-RS, juntamente com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e as secretarias municipal e estadual de Saúde - e pelo Grupo Hospitalar Conceição (GHC).
Conforme Karla Livi, enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde, o programa Vida no Trânsito, que existe há sete anos em Porto Alegre, analisa os fatores causadores e influenciadores de acidentes fatais. "A partir da análise dos acidentes com mortes ou lesões graves, são desenvolvidas ações educativas para os públicos suscetíveis. Com uma articulação intersetorial, nós fazemos o diagnósticos dos motivos que causam os acidentes e que práticas podem ser adotadas para evitá-los."
Os públicos mais vulneráveis no trânsito de Porto Alegre são os pedestres - em maioria idosos - e motociclistas. Os idosos - 59% do público mais suscetível -, possuem muita autoconfiança e não se dão conta das limitações que o período de vida os impõe.
Segundo Karla, a Capital tem uma das menores frotas de motocicletas do Brasil. No entanto, apresenta o segundo maior número de vítimas do País. "Os motociclistas geralmente não se identificam no grupo de vulneráveis e, assim como os idosos, possuem muita autoconfiança de que nada acontecerá com eles. Por vezes, não guardam a distância mínima entre os veículos e acabam sendo uma das principais vítimas nos acidentes."
Levantamento do programa Vida no Trânsito registrou, em 2018, 1.693 internações nos hospitais públicos de Porto Alegre, um gasto de R$ 3,71 milhões. Segundo Márcio Pasa, gerente de internações do Hospital Cristo Redentor (HCR), apenas em 2018 foram registrados 1.386 atendimentos para vítimas de acidentes na Capital, tendo sido realizadas 116 internações nos casos mais graves.
Conforme Pasa, essa redução de 22%, na contramão dos demais estados, é muito importante, mas ainda não é o suficiente. "Embora tenhamos resultados animadores, precisamos entender que os números atuais ainda são elevados. Precisamos criar políticas públicas de efeito para que as pessoas vejam que essas reduções, embora animadoras, ainda trazem um lado pesado da verdade." Em 2019, o GHC já registrou 474 atendimentos e 34 internações por casos graves.