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saúde

- Publicada em 29 de Abril de 2019 às 19:39

Por falta de informação e de indicação médica, adultos não se vacinam

Adultos, geralmente, têm vários médicos, o que dificulta a indicação

Adultos, geralmente, têm vários médicos, o que dificulta a indicação


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Pais de crianças e adolescentes sabem da importância de vacinar seus filhos. Mas, e os adultos, porque não se vacinam? O principal motivo apontando pelos especialistas reunidos no 5º Seminário Internacional de Vacinas, no Panamá, é a falta de informação tanto por parte dos médicos quanto dos pacientes.
Pais de crianças e adolescentes sabem da importância de vacinar seus filhos. Mas, e os adultos, porque não se vacinam? O principal motivo apontando pelos especialistas reunidos no 5º Seminário Internacional de Vacinas, no Panamá, é a falta de informação tanto por parte dos médicos quanto dos pacientes.
“Para aumentar a taxa de imunização em adultos, a indicação médica é extremamente importante, além de elemento chave para superar as dúvidas a respeito da segurança e da eficácia das vacinas. Adultos, geralmente, têm vários médicos, o que dificulta a indicação. Já com as crianças, a recomendação dos pediatras é natural”, argumenta Carla Vizzotti, presidente da Sociedade Argentina de Vacinologia e Epidemiologia.
Entre as principais vacinas recomendadas para adultos entre 20 e 59 anos estão hepatite B, gripe, Tríplice Viral (sarampo, caxumba e rubéola), pneumocócica, febre amarela, difteria e tétano. Segundo dados apresentados pela pediatra Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBIm), 90% dos adultos com uma prescrição se vacinam. “Aqueles que chegam com dúvidas ao consultório sobre se vacinar ou não, e os médicos, por desinformação, não recomendam, apenas 8% acabam se vacinando”, ressalta.
O Brasil registrou surto de febre amarela entre 2016 e 2017, com mais de 750 mortes. Em 2018, após 18 anos, apresentou o primeiro caso autóctone (adquirida em território nacional) de sarampo. Até 24 de janeiro, foram 10.302 registros, com 12 mortes, segundo dados do Ministério da Saúde. Nos dois casos, se adultos tivessem o hábito de se vacinar, o número de ocorrências e de mortes poderia ter sido menor.
A campanha que melhor atingiu adultos nos últimos anos no Brasil foi a do vírus Influenza (gripe), com taxas superiores a 90%. Muito disso se deve às mortes divulgadas pela mídia. Mesmo assim, pessoas que compõem o grupo de risco - crianças com idade entre um e seis anos incompletos, grávidas, puérperas, doentes crônicos, imunodeprimidos e idosos – não são bem orientadas. “Em 2018, 33% dos mortos pelo vírus influenza no País era diabéticos. E eles têm direito a todas as vacinas que estão disponíveis nos postos de saúde, pois pertencem ao grupo de risco”, ressalta Isabella.
Outra questão que deve ser levada em consideração, conforme Carla, é que a carteira de vacinação deve ser guardada para sempre. O pediatra Rodrigo Sini, responsável pela área médica e científica da farmacêutica Pfizer na América Latina, argumenta que se o adulto não sabe se tomou as vacinas, tem que fazê-las novamente. A exceção é a BCG (tuberculose). “Em um cenário ideal, além da informatização nacional (que não existe), as doses deveriam ser aplicadas em consultas, hospitalizações e emergências”, argumenta.
ARTE JULIANO BRUNI/JC

Imunização contra pneumonia deve ser indicada a pessoas acima dos 20 anos

Não existe um dado consolidado de vacinação em adultos no País, pois, ao contrário do que ocorre com as crianças, a vacinação não é obrigatória. Entre as indicações a adultos que têm ganhado força está a pneumocócica, vacina contra a pneumonia. “As vacinas da gripe e da pneumonia para adultos são tão importantes quanto para crianças”, enfatiza a vice-presidente da SBIm, a pediatra Isabella Ballalai.
No Brasil, porém, a imunização pela pneumocócica conjugada 13-valente (VPC-13) não é oferecida no Sistema Único de Saúde (SUS). Somente a pneumocócica 23 valente - contra pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo pneumococo -, está disponível para pessoas com condições especiais de saúde. Entre os que devem tomar a vacina estão as pessoas com mais de 60 anos que estejam acamadas em casa, residam em instituições fechadas - asilos, casas geriátricas e casas de repouso -, ou se estiverem hospitalizadas.
A recomendação dos especialistas reunidos no Panamá é de que imunodeprimidos, asmáticos, fumantes, doentes crônicos, renais, hepáticos, cardiopatas, diabéticos e portadores de enfermidades autoimunes deveriam ser orientados por seus médicos a se imunizar contra a pneumonia. “É uma forma de prevenção, assim como certos serviços preventivos como Papanicolau, mamografia e medição de pressão”, enfatiza Carla Vizzotti, presidente da Sociedade Argentina de Vacinologia e Epidemiologia.