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Carnaval

- Publicada em 14 de Março de 2019 às 22:15

Samba e resistência nos desfiles do Porto Seco

Após interrupção em 2018, Capital volta a sediar a festa neste fim de semana

Após interrupção em 2018, Capital volta a sediar a festa neste fim de semana


MARCO QUINTANA/JC
Resistência. É com essa palavra que os envolvidos com o Carnaval de Porto Alegre descrevem os desfiles deste ano, que acontecem nesta sexta-feira (15), no sábado (16) e madrugada de domingo (17) no Complexo Cultural do Porto Seco. (confira a programação no fim do texto) Porto Alegre também tem neste fim de semana a folia dos blocos de rua.
Resistência. É com essa palavra que os envolvidos com o Carnaval de Porto Alegre descrevem os desfiles deste ano, que acontecem nesta sexta-feira (15), no sábado (16) e madrugada de domingo (17) no Complexo Cultural do Porto Seco. (confira a programação no fim do texto) Porto Alegre também tem neste fim de semana a folia dos blocos de rua.
Após o cancelamento do evento em 2018, e com a ameaça de que a avenida ficasse silenciosa também em 2019, uma aliança entre escolas do Grupo Ouro e a União das Entidades Carnavalescas do Grupo de Acesso de Porto Alegre (Uecgapa) arregaçou as mangas e construiu o que o presidente da Imperadores do Samba, Érico Leoti, descreve como "um desfile possível" - com menos alegorias e uma estrutura mais enxuta, mas muita vontade de garantir a continuidade da festa popular.
> Confira as imagens dos preparativos para os desfiles
Sem o aporte financeiro da prefeitura de Porto Alegre, suspenso pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior desde 2017, a continuidade dos desfiles tem sido uma constante incerteza. As dívidas acumuladas em 2017 fizeram com que a Liga das Escolas de Samba de Porto Alegre (Liespa) suspendesse, em cima da hora, a festa do ano passado. Uma tentativa de colocar as escolas na rua "na cordinha", de forma autogestionada, acabou sendo igualmente cancelada, em função do mau tempo, o que silenciou os tamborins pela primeira vez em décadas.
Para este ano, uma parceria com uma empresa de eventos estava alinhavada, mas a reticência em fazer o desfile sem o aval da prefeitura derrubou o acordo. Foi quando as escolas decidiram puxar para si o desafio. "Fizemos um apelo às redes sociais (ligadas ao Carnaval) e às quadras, no sentido de marcar essa resistência, chamar o povo do Carnaval para essa parceria. Porque essa é a única parceria que sempre tivemos, a que sempre esteve conosco: a parceria com o nosso povo", reforça Leoti. 
Contando com o dinheiro obtido pela venda de camarotes, apostou-se em uma estrutura simples. Engenheiro responsável pelo projeto para os desfiles deste ano, Valdinei Nascimento explica que até os pisos dos camarotes foram repensados, de forma a segurar os gastos. Não haverá arquibancadas, mas os foliões terão acesso gratuito à grade, podendo levar as próprias cadeiras.
Haverá barracas com alimentos e bebidas, banheiros e espaço para estacionamento. Quem desejar conforto maior ainda pode adquirir algumas das pulseiras disponíveis, colocadas à venda para ocupar os espaços vagos nos camarotes - um passe para os dois dias, nesta modalidade, sai por R$ 70,00.

Desfile será competitivo 

Os desfiles abriram nessa sexta-feira (15), pela Academia de Samba Puro - que, assim como Os Comanches, desfilará fora de competição, como convidada. Segundo Leoti, todas as escolas terão pelo menos dois carros alegóricos cada. Até o amanhecer deste domingo (17), quando a Estado Maior da Restinga deixar a avenida, um total de 16 entidades carnavalescas terão pisado no Porto Seco: seis do Grupo Ouro, nove do Prata e uma tribo.
O desfile será competitivo, com sete quesitos de avaliação, mas as obrigações administrativas foram relaxadas, já que muitas delas acabam encarecendo a passagem das escolas. Não haverá rebaixamento, mas a campeã do Grupo Prata ganhará acesso ao Ouro no ano que vem. 
Nos barracões do Porto Seco, a movimentação era intensa na quinta-feira, véspera do começo dos desfiles. Mesmo com o orçamento apertado, as escolas prometem um evento cheio de beleza, aproveitando material de anos anteriores e alegorias que acabaram não utilizadas quando do frustrante cancelamento do ano passado.
"Foi muito doloroso para todos nós", afirma Sérgio Guerra, carnavalesco da União da Vila do IAPI. Afinado com o tom de resistência que une as agremiações que vão à avenida, Guerra garante que a homenagem ao ex-governador Alceu Collares, enredo da escola neste ano, vai encantar o público. "Sem verba é muito difícil, mas aí é preciso usar a criatividade. A gente vai botar nosso bloco na rua, vamos manter o Carnaval vivo e chamar a comunidade para a avenida", afirma.
A capina do complexo foi realizada durante a semana pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana, e o Corpo de Bombeiros fez a última vistoria na quinta-feira, já tendo aprovado o plano de prevenção contra incêndio apresentado no começo do mês. A Brigada Militar vai garantir a segurança dos foliões, e pelo menos seis linhas de ônibus que atendem à região serão remanejadas para facilitar o acesso ao Porto Seco. A expectativa dos organizadores é que cerca de 30 mil pessoas compareçam a cada uma das duas noites de folia.

Veja a ordem dos desfiles

Noite de sexta-feira (15) e madrugada de sábado (16)
  • 22h - Academia de Samba Puro (convidada)
  • 23h - Academia de Samba Praiana
  • 0h - Fidalgos e Aristocratas
  • 1h - Realeza
  • 2h - Bambas da Orgia
  • 3h10min - União da Vila do IAPI
  • 4h20min - Imperatriz Leopoldinense
Noite de sábado (16) e madrugada de domingo (17)
  • 21h - Tribo Os Comanches (convidada)
  • 22h - Copacabana
  • 23h - Unidos da Vila Mapa
  • 0h - Vila Isabel
  • 1h - União da Tinga
  • 2h - Império do Sol
  • 3h - Império da Zona Norte
  • 4h10min - Imperadores do Samba
  • 5h20min - Estado Maior da Restinga