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DE FRENTE PARA O GUAÍBA

- Publicada em 28 de Fevereiro de 2019 às 22:59

Nova ponte do Guaíba está perto de virar realidade

Iniciada em outubro de 2014, construção terá 12,3 quilômetros de extensão e quatro pistas de 3,6 metros

Iniciada em outubro de 2014, construção terá 12,3 quilômetros de extensão e quatro pistas de 3,6 metros


/CLAITON DORNELLES/JC
Depois de anos de incerteza e períodos de completa inatividade no canteiro de obras, parece que os porto-alegrenses podem finalmente olhar para a construção da nova ponte do Guaíba e dizer: agora vai. Segundo a estimativa mais recente da superintendência gaúcha do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit-RS), as obras estão 82% concluídas, e a expectativa é de entregar a nova travessia no segundo semestre de 2019.
Depois de anos de incerteza e períodos de completa inatividade no canteiro de obras, parece que os porto-alegrenses podem finalmente olhar para a construção da nova ponte do Guaíba e dizer: agora vai. Segundo a estimativa mais recente da superintendência gaúcha do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit-RS), as obras estão 82% concluídas, e a expectativa é de entregar a nova travessia no segundo semestre de 2019.
A segunda ponte sobre o Guaíba em Porto Alegre tem grande importância para o transporte rodoviário gaúcho. A partir dela, espera-se potencializar a conexão entre a Região Metropolitana e o Sul do Estado, desafogando a atual ponte e diminuindo os custos para produtores. No momento, segundo o órgão, cerca de 1.200 pessoas estão envolvidas diretamente com as intervenções.
A reportagem esteve no canteiro de obras na última quarta-feira e pôde constatar a intensa atividade de profissionais, além da movimentação constante de caminhões e guindastes. A partir da disposição das estruturas já instaladas, é possível vislumbrar com clareza o desenho final da obra, que terá 12,3 quilômetros de extensão de uma ponta a outra, contando acessos e elevadas.
Desta extensão total, serão pouco mais de cinco quilômetros de trecho em aterro e 7,3 quilômetros nas demais intervenções (que incluem a ponte sobre os canais navegáveis, a elevada, viadutos e o alargamento da ponte Saco da Alemôa). A estrutura terá 28 metros de largura nos vãos principais e duas faixas de rolamento, além do acostamento e do refúgio central.
Os números envolvidos no esforço para erguer a ponte são chamativos. Os 254 pilares vão sustentar uma estrutura que, em seu ponto mais elevado, terá 40 metros de altura, contados da superfície do lago até a parte de baixo da ponte - se forem levadas em conta as partes mais altas acima da pista, o número chega a 53 metros. Ao todo, serão usadas 357 mil toneladas de concreto, além de 25,5 mil toneladas de aço ou ferro. As peças pré-moldadas são fabricadas pelo próprio consórcio Ponte do Guaíba, em canteiros industriais localizados em Canoas.
Até há pouco tempo, a concretização desses números parecia uma tarefa impossível. Iniciadas em outubro de 2014, as obras viveram momentos de quase total estagnação a partir da metade de 2016, o que fez com que a data de entrega fosse repetidamente adiada. Em 2017, a partir da inclusão da nova ponte entre as metas do Programa Avançar, do governo federal, foi feita uma projeção, então bastante audaciosa, de entregar tudo pronto até o final de 2018. No começo do ano passado, porém, a expectativa foi revista, e o Dnit-RS passou a adotar uma meta mais cautelosa, com prazo até o final deste ano - data que, até o momento, dá sinais de que poderá ser cumprida.
Já foram investidos cerca de R$ 557 milhões nas obras. Ainda é preciso gastar algo em torno de R$ 225 milhões, dos quais R$ 45 milhões estão disponíveis, segundo o Dnit-RS. Os R$ 180 milhões restantes incluem, além das etapas finais da obra, o reassentamento das famílias que residem na área atingida pelo empreendimento.

Primeiras famílias reassentadas receberam chaves no início da semana

As primeiras duas famílias beneficiadas pelo programa de compra assistida em torno da nova ponte receberam, no começo da semana, as chaves de um imóvel em Eldorado do Sul, que adquiriram conjuntamente. De acordo com o Dnit-RS, um total de 23 escrituras públicas já foram assinadas em benefício dos moradores atingidos - a maioria residente na Ilha Grande dos Marinheiros. Outros 29 cadastros aguardam análise do tabelião para agendamento das assinaturas, enquanto 30 processos esperam pelo pagamento do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis.
A opção de compra assistida tem sido a escolha da maioria das famílias, em um processo acompanhado pela Justiça Federal, pela Defensoria Pública da União e pelo Ministério Público Federal. Ainda segundo a superintendência, cerca de cem laudos de vistoria e avaliação aguardam aprovação, embora ainda existam famílias que precisarão ser removidas e seguem em busca de imóveis.
A expectativa do poder público é de que o processo de compra assistida esteja concluído até o final do primeiro semestre. Nos três mutirões judiciais de conciliação promovidos até aqui, 301 famílias formalizaram adesão à modalidade. Uma nova rodada, com 115 processos, está agendada para ocorrer entre 18 e 22 de março.
Outra preocupação apontada por entidades da sociedade civil tem a ver com a preservação ambiental, uma vez que o trajeto passa por uma unidade de conservação, o Parque Estadual Delta do Jacuí. Além das necessárias ações de mitigação e monitoramento da qualidade ambiental das áreas impactadas, o poder público garante que a estrutura foi projetada de forma a não prejudicar o fluxo necessário para a manutenção da fauna e da flora nativas.