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DE FRENTE PARA O GUAÍBA

- Publicada em 14 de Fevereiro de 2019 às 22:12

O coração da prática de esportes em Porto Alegre

Mesmo com desgastes, pista de skate atrai praticantes, como o assistente social Reinaldo Gubert Neto

Mesmo com desgastes, pista de skate atrai praticantes, como o assistente social Reinaldo Gubert Neto


/LUIZA PRADO/JC
Quem não costuma frequentar outros parques de Porto Alegre se surpreende ao chegar ao Parque Marinha do Brasil, na Zona Sul da cidade - seja qual for o dia da semana, o local recebe visitantes que buscam ali um espaço para praticar exercícios físicos. O esporte é, de fato, a grande vocação do parque, que conta com 22 quadras, entre espaços para a prática de futebol de salão, futebol de areia, tênis, vôlei, esportes de praia, basquete, pistas de patinação, skate, atletismo e ciclismo, aparelhos para ginástica e campos de futebol 7. O Marinha também é frequentado por pessoas que, ali, caminham ou correm por seus caminhos internos.
Quem não costuma frequentar outros parques de Porto Alegre se surpreende ao chegar ao Parque Marinha do Brasil, na Zona Sul da cidade - seja qual for o dia da semana, o local recebe visitantes que buscam ali um espaço para praticar exercícios físicos. O esporte é, de fato, a grande vocação do parque, que conta com 22 quadras, entre espaços para a prática de futebol de salão, futebol de areia, tênis, vôlei, esportes de praia, basquete, pistas de patinação, skate, atletismo e ciclismo, aparelhos para ginástica e campos de futebol 7. O Marinha também é frequentado por pessoas que, ali, caminham ou correm por seus caminhos internos.
Apesar de estreito, o Marinha do Brasil é o maior parque de Porto Alegre em área, contando com 70,7 hectares. Inaugurado há 40 anos, celebrados em dezembro, o espaço era, originalmente, parte do Guaíba. Ainda em 1893, uma empresa holandesa apresentou projeto de urbanização da avenida Praia de Belas que previa realização de aterro no local onde hoje é o parque, o que só foi feito na década de 1950. A obra de urbanização e paisagismo, entretanto, só começou em 1977, sendo finalizada no ano seguinte. Desde sua inauguração, já demonstrava vocação para o esporte, com a criação da primeira pista pública de skate da Capital.
"É um lugar referência para quem anda de skate desde o início, e foi assim nas décadas de 1980 e 1990", destaca o secretário municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Maurício Fernandes. O uso da pista é gratuito.
A estrutura continua sendo usada diariamente por pessoas de todas as idades, mas apresenta desgastes, como rachaduras e irregularidades. O assistente social Reinaldo Gubert Neto, de 25 anos, mora há seis anos em Porto Alegre e, desde então, frequenta o local para andar de skate. Ele conta que, às vezes, os próprios skatistas se unem para fazer alguns reparos na pista. "Para mim, as irregularidades não fazem muita diferença, mas, para quem está começando, dificulta, então eles tentam consertar", afirma. Outra demanda é que a pista seja lixada, para que não escorregue em dias de chuva.
Para Gubert Neto, além de alguns reparos na pista, seria positivo que o Marinha passasse por uma qualificação em sua segurança e infraestrutura. "Nós, aqui na pista, andamos em grupo, mas as famílias às vezes ficam mais inseguras. É meio tenso", observa. O assistente social também sente falta de bebedouros ao longo do parque.
O desempregado Alexandre Farias do Nascimento, de 37 anos, mora no bairro Santa Tereza e costuma ir ao Marinha para caminhar ou simplesmente passear. Considera que o parque está há anos abandonado, com grama alta em muitos pontos e lentidão para fazer reparos, quando necessários. "Seria importante melhorar a conservação e fazer a drenagem da água da chuva, porque, quando chove, mal dá para caminhar por aqui", critica.
Na opinião de Nascimento, faltam cuidados com o mobiliário do parque, como os bancos de praça, e com a limpeza do espaço. Outra preocupação é com os brinquedos do parquinho, muitos deles enferrujados, com risco de ferimentos às crianças. Ele elogia, por outro lado, a segurança do local, pois costuma ver por lá a Guarda Municipal, especialmente aos fins de semana, e, às vezes, também a Brigada Militar. Nascimento considera o Marinha, assim como outras praças e parques da cidade, importante para oferecer à população um escape da cidade. "Em meio a tantos prédios, dá um alento chegar aqui e sentar na grama", avalia.

Prefeitura pretende fazer concessão para iniciativa privada administrar o espaço

Hoje gratuito, estacionamento do parque pode se tornar pago

Hoje gratuito, estacionamento do parque pode se tornar pago


/LUIZA PRADO/JC
Atualmente, o Parque Marinha conta com um orçamento anual de cerca de R$ 1 milhão, do qual 95% são destinados ao pagamento dos 11 servidores que trabalham no local. A falta de recursos dificulta a realização de melhorias, mas há projetos previstos para solucionar esse impasse. Um deles é a execução do trecho 3 da orla, que contemplará a área do outro lado da avenida Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio), onde está localizado o Marinha, entre o arroio Dilúvio e o Parque Gigante do Internacional. O outro é a elaboração de uma concessão, para que uma empresa privada qualifique e administre o parque.
O trecho 3 da orla aproveitará a vocação para o esporte do Marinha e a implantará também na área do parque localizada em frente ao Guaíba. O projeto, de autoria do arquiteto Jaime Lerner, prevê no espaço a instalação de quadras de vôlei e beach tennis, ciclovia, bares, pista de skate e iluminação com postes inclinados. A licitação para a execução do trecho ocorrerá ainda neste semestre. A obra será feita, em parte, com financiamento de US$ 9 milhões da Corporação Andina de Fomento (CAF).
A outra ideia para melhorar o espaço depende de aprovação de projeto de lei na Câmara de Vereadores. Encaminhada em novembro, a proposta prevê concessão de praças e parques da cidade à iniciativa privada, para que, através de contrato, uma empresa se responsabilize por revitalizar determinados espaços e, em contrapartida, possa usufruir financeiramente daqueles locais. No Marinha, há potenciais de geração de receita em áreas movimentadas do parque, como o entorno da pista de skate, a região do estacionamento em frente ao shopping Praia de Belas e o entorno do estádio Beira-Rio.
Outro potencial envolve o prédio onde hoje funciona a Coordenadoria-Geral de Esporte, Recreação e Lazer da prefeitura, dentro do Marinha. "Esse prédio foi construído para receber um restaurante, como há no parque Harmonia, que possui o Galpão Crioulo e a Casa do Gaúcho. Podemos tirar a repartição pública de lá e oferecer para uma empresa operar o restaurante", salienta o secretário Maurício Fernandes.
O próprio estacionamento, que hoje é gratuito, pode se tornar pago e ter parte da receita revertida em melhorias no parque. A prefeitura também vê potencial no uso das quadras. "Empresas de materiais esportivos já nos procuraram dizendo que querem qualificá-las", menciona Fernandes. A realização de eventos esportivos com pagamento de inscrição, por exemplo, poderia gerar renda para uma possível interessada em administrar o Marinha. A prefeitura também estuda criar, com a concessão, um parque aquático na área.