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De frente para o Guaíba

- Publicada em 31 de Janeiro de 2019 às 22:16

A arte que emoldura a orla de Porto Alegre

Fundação Iberê Camargo.

Fundação Iberê Camargo.


/MARCO QUINTANA/JC
Privilegiada em sua localização, a Fundação Iberê Camargo sabe aproveitar a proximidade geográfica com o Guaíba. A conexão com o lago foi pensada desde a construção do prédio, de arquitetura moderna, cujas aberturas enquadram a paisagem que tem as águas do Guaíba em primeiro plano. O museu, situado na Zona Sul de Porto Alegre, mistura sua arte arquitetônica às obras contidas dentro do prédio e, ainda, às obras da natureza.
Privilegiada em sua localização, a Fundação Iberê Camargo sabe aproveitar a proximidade geográfica com o Guaíba. A conexão com o lago foi pensada desde a construção do prédio, de arquitetura moderna, cujas aberturas enquadram a paisagem que tem as águas do Guaíba em primeiro plano. O museu, situado na Zona Sul de Porto Alegre, mistura sua arte arquitetônica às obras contidas dentro do prédio e, ainda, às obras da natureza.
A porta de entrada envidraçada, somada às paredes brancas, convida as cores do pôr do sol a entrarem, alaranjando o espaço conforme a tarde cai. Espalhadas pelo grande edifício, três ou quatro janelas chamam atenção em meio às espessas paredes viradas para o Guaíba. A distribuição das exposições faz o visitante começar seu passeio pelo terceiro andar e ir descendo pelas rampas internas, passando por essas aberturas e observando diferentes ângulos da paisagem.
Além da relação intrínseca do museu com o Guaíba, a fundação tem buscado essa conexão também de outras maneiras. Um dos projetos para 2019 é convidar artistas a criarem obras pensadas para a parte externa. As instalações ocorrerão tanto na calçada do Iberê, como do outro lado da rua, além da prainha em frente.
Segundo o superintendente da Fundação Iberê Camargo, Emilio Kalil, as exposições deste ano já preveem obras externas. A primeira, em março, será do artista plástico Daniel Senise, que apresentará 30 trabalhos e uma instalação dentro do museu. Com relação ao que irá expor na rua, ainda está elaborando o projeto. "Pretendo buscar uma conexão com o prédio do Iberê, que é um dos mais bonitos do Brasil", avalia Senise.
Para ele, a arte não deve se limitar ao interior de um museu. "Acredito que seja até melhor ficar em espaços públicos. Mas é preciso que a cidade trabalhe a arte junto à sociedade, porque a obra pública, muitas vezes, é escolhida por questões políticas, e não pela sua qualidade, e acaba não sendo interessante para o público", opina. O artista acredita que o profissional, ao elaborar a obra, deve pensar em qual ambiente ela será instalada, quem a observará e se será possível visualizá-la por todos os ângulos.
Para Kalil, a relação do Iberê com a cidade precisa ser cada vez mais intensa, seja com o Guaíba, com o bairro onde está inserido ou com a periferia. "Nossa intenção é sair um pouco do prédio e interagir com toda a cidade, o Estado, o País, o mundo. O que não dá é para ficar isolado."

Atividades de verão buscam promover experiências artísticas em interação com a natureza

Fim de semana no museu conta com exposições, oficinas e trilhas

Fim de semana no museu conta com exposições, oficinas e trilhas


/NILTON SANTOLIN/DIVULGAÇÃO/JC
Durante o verão, está ocorrendo o projeto Iberê nas Praças: Encontros de Verão, com inscrições gratuitas na hora. O projeto leva a população para trilhas que saem da prainha do Iberê, em frente ao prédio, além de oferecer oficinas de pintura com pigmentos naturais, de gravura em TetraPak e de plantas comestíveis. A trilha é feita por um trecho de 200 metros entre os 16 mil m2 de mata nativa existentes no terreno da fundação.
Um projeto ainda sem previsão de realização é a criação de um Jardim de Esculturas, que começaria em frente ao Iberê e seguiria pela orla, criando um caminho escultórico. As obras seriam escolhidas por uma comissão com know how. "Chicago (EUA) e Sintra (Portugal) já fizeram isso, o Parque do Inhotim (Minas Gerais) também. As pessoas vão até lá porque são lugares que oferecem uma contemplação única, só se terá aquela experiência naquele lugar", ressalta Kalil. O projeto ainda está em busca de um patrocinador.
Inaugurada em 2008, a Fundação Iberê Camargo foi um dos primeiros grandes investimentos na região, ao lado do vizinho BarraShoppingSul. Em 2018, saiu do papel o Parque do Pontal, localizado entre ambos os empreendimentos.
A qualificação dos espaços e a promoção de atividades nesses locais têm trazido cada vez mais movimento para o entorno. Durante alguns anos, a curva onde está instalado o museu dificultava o acesso de visitantes que não chegassem de carro. A situação mudou em 2016, quando foi inaugurada uma ciclovia e, depois, construída uma calçada. Com as melhorias, centenas de pedestres e ciclistas param ali para curtir o pôr do sol no Guaíba nos fins de semana.

Para visitar a Fundação Iberê Camargo

O museu fica situado na avenida Padre Cacique, 2.000
  • A visitação, com entrada franca, ocorre aos sábados e domingos,
  • das 14h às 19h (o último acesso ocorre às 18h45min)
Visitas com mediação para grupos (a partir de dez pessoas):
  • Quartas e sextas-feiras, às 9h30min, 11h, 13h, 14h, 15h e 16h
  • Quintas-feiras, às 9h30min, 11h, 13h, 14h e 16h
Para visitas mediadas, é preciso fazer agendamento prévio pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (51) 3247-8001
Mais informações sobre a história da fundação e do artista Iberê Camargo no site http://iberecamargo.org.br