Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

De frente para o Guaíba

- Publicada em 24 de Janeiro de 2019 às 21:43

Parque Saint'Hilaire concilia lazer e educação ambiental em Viamão

Espaço de recreação conta com pracinha, quiosques e churrasqueiras

Espaço de recreação conta com pracinha, quiosques e churrasqueiras


/FOTOS CLAITON DORNELLES/JC
Mesmo contando com uma boa infraestrutura para receber visitantes, pode-se dizer que o Parque Natural Municipal Saint'Hilaire é, para grande parte dos porto-alegrenses, um ilustre desconhecido. Isso porque essa Unidade de Conservação da Natureza (uma das quatro da Capital, junto com o Morro do Osso, a Reserva Ecológica do Lami e o Refúgio São Pedro) não fica em Porto Alegre, e sim no município vizinho de Viamão. Não à toa, grande parte do público que visita o parque é da Região Metropolitana.
Mesmo contando com uma boa infraestrutura para receber visitantes, pode-se dizer que o Parque Natural Municipal Saint'Hilaire é, para grande parte dos porto-alegrenses, um ilustre desconhecido. Isso porque essa Unidade de Conservação da Natureza (uma das quatro da Capital, junto com o Morro do Osso, a Reserva Ecológica do Lami e o Refúgio São Pedro) não fica em Porto Alegre, e sim no município vizinho de Viamão. Não à toa, grande parte do público que visita o parque é da Região Metropolitana.
"Recebemos cerca de 10 mil pessoas por mês, mais de 100 mil por ano. Só em um domingo, o número de visitantes pode chegar a 4 mil", afirma o guarda-parques Josimar Appel, gestor do Saint'Hilaire.
Com cerca de 1,1 mil hectares, o parque é dividido em áreas distintas. Logo na entrada, fica o espaço aberto ao público em geral, repleto de quiosques, churrasqueiras, brinquedos e quadras de futebol. Mais adiante, há um centro de escoteiros. O acesso é fácil, tanto de ônibus quanto de carro - é possível, inclusive, estacionar lá dentro. Durante a visita da reportagem do Jornal do Comércio, havia ciclistas, pais brincando com os filhos na pracinha e grupos sentados junto aos quiosques, batendo papo.
Próximo à área de recreação, uma placa indica o início da Trilha da Coruja. Com cerca de 1,8 quilômetro, o trajeto é feito com o auxílio de profissionais, mas deve ser agendado com antecedência. "A trilha é voltada para escolas e grupos de pesquisa, com limitação de 25 pessoas. Como o foco é a educação ambiental, fazemos algumas paradas para mostrar a vegetação ao longo do percurso", explica o engenheiro florestal Gerson Luís Mainardi, responsável técnico do parque.
Tanto através da Trilha da Coruja quanto da área aberta ao público em geral, avista-se uma das grandes riquezas do Parque Saint'Hilaire: a barragem da Lomba do Sabão. "São 72 hectares de lâmina d'água. Os arroios se concentram aqui e deságuam no Dilúvio", ressalta Mainardi. Costeando as margens, é possível observar a riqueza da fauna local. Em questão de alguns minutos surgem cobras, ratões do banhado e aves diversas, como biguás e aracuãs. Já na área de preservação, próxima a uma das nascentes do lago Guaíba, um pequeno tangará-dançarino pia no topo de uma árvore e se revela para a lente do fotógrafo do JC.

Área tem papel importante para a bacia hidrográfica

Barragem da Lomba do Sabão é uma das grandes riquezas do parque

Barragem da Lomba do Sabão é uma das grandes riquezas do parque


/CLAITON DORNELLES /JC
Uma das curiosidades em relação ao parque é o fato de, mesmo sendo localizado em Viamão, pertencer ao município de Porto Alegre. A área foi adquirida pela prefeitura da Capital em 1944, após a construção da barragem da Lomba do Sabão. Até então, a proprietária era a antiga Companhia Hidráulica Porto-Alegrense.
A água, captada e tratada, era bombeada para a Hidráulica Moinhos de Vento e distribuída à população porto-alegrense. O uso dos recursos hídricos para fins de abastecimento justifica também a abundância de eucaliptos na região, uma vez que a madeira gera energia para o recalque da água (grosso modo, pode-se dizer que é um meio de transportar a água de um nível inferior para um superior).
Em 1947, o local passou a ser denominado Jardim Botânico Municipal Parque Saint'Hilaire, ficando sob responsabilidade do Departamento Municipal de Água e Esgotos. Com a criação da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre (Smam, hoje Smams, com o acréscimo do termo "Sustentabilidade"), em 1977, surgiu o parque, com delimitação da Área de Preservação Permanente em relação à de recreação pública.
"O status atual, de Unidade de Conservação da Natureza, só veio em 2003, quando o local passou a se chamar Parque Natural Municipal Saint'Hilaire. Seu papel na conservação da bacia hidrográfica permitiu que o parque fosse enquadrado nessa denominação", explica Gerson Luís Mainardi. O local abriga mais de 50 nascentes, as mais distantes da foz do arroio Dilúvio.
Outro aspecto destacado pelo engenheiro florestal é a coexistência de dois biomas. "Há uma zona de transição - chamada de 'área de conflito' - entre os biomas Pampa e Mata Atlântica", observa Mainardi. O campo ainda conta com banhados e butiazais, sendo esses últimos formações altamente ameaçadas no Estado, devido à expansão urbana e agropecuária.
Mesmo com manutenção frequente, é um desafio preservar toda essa riqueza natural em um local onde circula tanta gente. "O parque é muito bonito e está aberto a todos. Por isso, é importante que as pessoas recolham o lixo e não danifiquem nada", observa o gestor Josimar Appel.
 

Quem foi Saint'Hilaire

O nome da reserva é uma homenagem ao francês Augustin François Cesar Provensal Saint'Hilaire, naturalista do século XIX que realizou diversas expedições pelo Brasil. No Estado, fez um amplo relato sobre fauna e flora, além de aspectos sociais e culturais, publicados no livro Viagem ao Rio Grande do Sul.

PARA VISITAR O PARQUE

  • O espaço aberto ao público do Parque Natural Municipal Saint’Hilaire funciona das 8h às
    17h30min, diariamente.
  • Já os passeios pela trilha guiada, disponíveis para escolas e outros grupos com até 25 pessoas, estão disponíveis de segunda a sexta-feira.
  • O agendamento pode ser feito pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (51) 3493-5644.
  • A visitação é gratuita.

Como chegar

  • A entrada da reserva fica na avenida Salgado Filho (RS-040), 2.785, no bairro Vera Cruz, em Viamão.
  • Pegando ônibus de linha intermunicipal, basta descer na parada 38 e percorrer um pequeno trecho a pé. Também é permitido o acesso de automóveis e ônibus de excursão.
  • Há espaço para estacionar.