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- Publicada em 20 de Janeiro de 2019 às 01:00

Banner em chaminé do Gasômetro é sinal preocupante, dizem arquitetos

Publicidade foi contrapartida para festa de fim de ano na orla

Publicidade foi contrapartida para festa de fim de ano na orla


MARIANA CARLESSO/JC
A prefeitura de Porto Alegre não faz segredo de seus esforços para encontrar alternativas para o uso e a preservação de imóveis tombados e inventariados na cidade. Uma decisão recente, porém, causou controvérsia. Como contrapartida para a realização do Réveillon na orla do Guaíba, o município autorizou um varejo da Capital a colocar uma grande faixa na chaminé da Usina do Gasômetro, tombada pelo Estado desde os anos 1980.
A prefeitura de Porto Alegre não faz segredo de seus esforços para encontrar alternativas para o uso e a preservação de imóveis tombados e inventariados na cidade. Uma decisão recente, porém, causou controvérsia. Como contrapartida para a realização do Réveillon na orla do Guaíba, o município autorizou um varejo da Capital a colocar uma grande faixa na chaminé da Usina do Gasômetro, tombada pelo Estado desde os anos 1980.
A intervenção motivou uma nota da sede gaúcha do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-RS). Mesmo elogiando o edital produzido pela prefeitura, o presidente da entidade, Rafael dos Passos, afirmou que a medida descumpria as regras, na medida em que não fazia alusão alguma à festa. "(Trata-se de) um mero e gigantesco outdoor que circulará pelas redes sociais dos milhares de frequentadores. Um dos principais, se não o maior símbolo de Porto Alegre deve ser tratado com o respeito que lhe cabe, que nos cabe!", diz Passos.
Tiago Holzmann da Silva, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul (CAU-RS), concorda. Para ele, o banner foi "uma agressão bastante grave", e é preocupante a admissão da prefeitura de que as condições da publicidade foram propostas pela empresa, à revelia dos órgãos responsáveis pela preservação. Em comunicado, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado manifestou "estranheza" pelo fato de não ter sido consultado sobre o assunto.
"Os monumentos históricos, em Porto Alegre, servem para todo tipo de finalidade", diz, com desagrado, Maturino Luz, arquiteto e professor da Escola Politécnica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Para ele, o uso de "um dos símbolos da cidade para propaganda" é efeito direto da falta de uma política séria para os imóveis de interesse histórico na Capital. "Não quero aqui culpar o prefeito A ou B, mas isso que aconteceu (no Gasômetro) é um exemplo do rumo que as coisas tomaram. Diante do poder econômico, o aspecto coletivo fica sempre em segundo plano."
Em nota, a prefeitura afirmou que o anúncio na chaminé foi a única contrapartida solicitada pela empresa, e que não houve qualquer dano ao patrimônio. "Este tipo de intervenção não é inédito. Ela (a chaminé) costumava ser utilizada para enfeites de Natal, além de campanhas institucionais e sociais", afirmou a prefeitura. Nas redes sociais, o secretário municipal de Serviços Urbanos, Ramiro Rosário, foi mais enfático, dizendo que achou "até pequeno" o banner, diante dos investimentos da empresa na realização da festa.
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