O jornalista João Egydio Gamboa faleceu na noite desta quarta-feira (9), aos 76 anos em Porto Alegre. Segundo familiares, ele teve complicações após uma cirurgia realizada na segunda-feira (7) em hospital da capital gaúcha. Gamboa deixa a mulher Sara, as filhas Tatiana, Jeanne e Juanita, e os netos Rodrigo, Pedro, Miguel, Carlos Eduardo, Francisco, Vicente e Joana.
Ex-editor assistente de Política do Jornal do Comércio, Gamboa atuou por 48 anos no veículo. Natural de Santa Vitória do Palmar, fez a faculdade de Jornalismo na Ufrgs e um estágio na sucursal do Jornal do Brasil. Foi ainda revisor do Diário Oficial do Estado e trabalhou na assessoria de imprensa do Palácio Piratini. Ingressou no JC em 25 de maio de 1970.
Gamboa iniciou no Jornal do Comércio como repórter de Geral, passou por Esportes e Economia, onde cobria agropecuária - entrevistou ministros da Agricultura e comandou coberturas da Expointer.
Em 1977 foi alçado à chefia de reportagem. Introduziu melhorias no 2º Caderno, como uma mesa redonda de especialistas para discutir temas econômicos, e no início dos anos 1980 se tornou secretário de redação.
Nos últimos 20 anos, atuou como editor-assistente de Política do JC, onde trabalhou até o ano passado. Gamboa recebeu diversos convites para sair do JC - desde outros veículos até de órgãos governamentais, como a Eletrosul. Mas optou por permanecer no jornal, onde se sentia em casa.
Em dezembro do ano passado, Gamboa foi homenageado com a medalha Alberto André pela Associação Riograndense de Imprensa (ARI), como reconhecimento pela sua trajetória no jornalismo gaúcho.
O velório de João Egydio Gamboa será a partir das 9h desta sexta-feira (11) na capela 8 do Cemitério Ecumênico João XXIII, em Porto Alegre. O enterro está previsto para as 20h.
Competência no ofício e amizade dos colegas
Eu já trabalhava com jornalismo, mas ainda não estava no Jornal do Comércio quando, certa vez, ouvi uma história sobre o João Egydio Gamboa, a quem não conhecia. Quem contava era um repórter já veterano, lembrando como fora sua estreia na reportagem no início dos anos 1980. Rememorou que estava preocupado, não sabia direito a quem entrevistar ao fazer a cobertura das entidades empresariais. Ao chegar na pauta, lembrou de dizer "quem me mandou aqui foi o Gamboa", então seu chefe no JC. Foi o que bastou para as portas se abrirem.
Anos depois, no Jornal do Comércio, conheci o Gamboa, que não lembrava da história, mas achou graça. Humilde, não se gabava de seus feitos como jornalista.
Discreto, desempenhava seu ofício e vencia o desafio diário do jornalismo de buscar a informação correta para repassar aos leitores, edição após edição. Desempenhou essa tarefa com competência por 48 anos no JC.
Na redação, Gamboa era bem quisto por todos, e cativava especialmente aos mais jovens, a quem tratava com carinho e respeito. Era uma referência. Um grande colega e amigo de todos.