A saída de 630 médicos cubanos do Rio Grande do Sul deixou alguns postos de saúde desfalcados em Porto Alegre. Na Capital, 14 profissionais da ilha estavam alocados em 13 Unidades de Saúde (um deles já estava em processo de desligamento antes da decisão de Cuba de deixar o programa Mais Médicos). Dessas 13 unidades, cinco estão funcionando sem oferecer atendimento médico, e tampouco há previsão de data para que um profissional assuma a função.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que as 13 unidades de saúde que perderam médicos cubanos estavam funcionando com profissionais deslocados de outras equipes. No entanto, a reportagem do Jornal do Comércio entrou em contato com os 13 postos e constatou que, nas unidades Wenceslau Fontoura (bairro Mario Quintana), Cidade de Deus (bairro Cavalhada), Mato Grosso (bairro Teresópolis), Osmar Freitas (bairro Santa Tereza) e Jenor Jarros (bairro Rubem Berta), não havia médico disponível.
Nas unidades Milta Rodrigues (bairro Jardim Carvalho) e Núcleo Esperança (bairro Restinga), o atendimento foi retomado ontem. Já nas unidades de saúde Farrapos (bairro Farrapos), Cohab Cavalhada (bairro Cavalhada) e Ernesto Araújo (bairro São José), o atendimento médico estava disponível em um dos turnos, conforme a agenda do profissional. Não foi possível entrar em contato com as unidades Jardim Protásio Alves (bairro Mario Quintana), Campo Novo (bairro Aberta dos Morros) e Vila Vargas (bairro Agronomia).
Tão logo a retirada dos estrangeiros foi anunciada pelo governo cubano - que discordou das exigências feitas pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, como a necessidade de os profissionais se submeterem ao Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida) -, o Ministério da Saúde anunciou um edital para repor, em âmbito nacional, todos os médicos que saíram do País. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, os profissionais que substituirão os cubanos na Capital têm até 14 de dezembro para se apresentar. Por enquanto, nove já compareceram ao Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf). A maioria não é do Rio Grande do Sul, portanto, ainda estão em processo de mudança. Não se sabe para qual posto cada um dos profissionais será designado.