Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Geral

- Publicada em 03 de Dezembro de 2018 às 01:00

Novo presidente do Simers promete gestão transparente

Formado há 26 anos, ginecologista é novo presidente do Simers

Formado há 26 anos, ginecologista é novo presidente do Simers


LUIZA PRADO/JC
Suzy Scarton
O ginecologista e obstetra Marcelo Matias foi eleito, no início de novembro, presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) pelos próximos dois anos. A posse no cargo ocorre em 1 de janeiro de 2019. Formado em 1992 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), além de atuar como médico, é preceptor na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra).
O ginecologista e obstetra Marcelo Matias foi eleito, no início de novembro, presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) pelos próximos dois anos. A posse no cargo ocorre em 1 de janeiro de 2019. Formado em 1992 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), além de atuar como médico, é preceptor na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra).
Após 20 anos de gestão de Paulo de Argollo Mendes - que renunciou em setembro, mas manteve-se na disputa à reeleição -, a categoria médica optou por mudar os rumos da administração do sindicato e elegeu a chapa Renova Simers com 57,06% dos votos válidos.
Jornal do Comércio - Quando surgiu a vontade de ser presidente do Simers?
Marcelo Matias - A ordem dos fatores altera o produto nesse caso específico. Fui diretor do Simers durante uns dez anos. Conheço a estrutura, assim como várias outras pessoas que assumirão a diretoria. Por razões distintas, nos afastamos do sindicato, mas não tinha a ideia de concorrer, até porque dou aula, e isso é o mais importante para mim. Mas, de qualquer forma, participaria ativamente de qualquer chapa que viesse a fazer oposição ao sindicato, porque conhecia muitas coisas lá dentro que eram inadequadas. Não me alcei à presidência até o exato momento em que fomos a uma assembleia de prestação de contas, aberta, convocada em jornal, e não nos deram a palavra. E, em seguida, nos processaram por declarações que fizemos em redes sociais. Naquele momento, decidi que iria concorrer. Como já existia um movimento, não havia dúvidas de que faríamos uma chapa, e, como eu era um dos mais antigos, ficou decidido meu nome como candidato à presidência. Assumi essa missão e vou cumpri-la da melhor maneira possível. Daquele momento em diante, com a eleição iniciada, explodiu tudo aquilo - de algumas coisas, já sabíamos, de outras, não tínhamos a menor ideia. Descobriu-se, em 2017, um desvio de mais de R$ 2 milhões. A gestão anterior disse que procurou a polícia, mas não houve conduta do sindicato nesse aspecto. Isso acabou culminando na renúncia do ex-presidente (Paulo de Argollo Mendes, presidente do Simers de 1998 a setembro de 2018).
JC - Como está sendo o processo de transição?
Matias - Temos data para assumir - dia 1 de janeiro. Quanto a isso, não há discussão. No entanto, solicitamos que se criasse uma comissão de transição - queríamos uma sala para ir conversando com os funcionários, para fazer levantamento financeiro, ter acesso a computadores, e eles negaram, algo que considero inadequado. Por mesquinharia, estão deixando de fornecer dados que seriam importantes para que pudéssemos trabalhar pelos médicos. Essa é a rusga. A ausência de transparência por parte do sindicato culminou em um processo contra nós, contra mim e o Edson (Prado Machado, vice-presidente eleito), porque exigimos que mostrassem as contas. Isso diz muito sobre a gestão passada - médicos associados tentam saber o que está acontecendo, e o sindicato, com o dinheiro desses médicos, os processa. Teremos de entrar com alguma medida jurídica para explicar para um juiz que eles não estão nos dando essa abertura.
JC - O Simers é, tradicionalmente, uma das categorias mais atuantes na sociedade. Quais são as pautas em que a gestão pretende investir?
Matias - Ainda não temos noção exata dos custos, dos benefícios, de qual é a mão de obra para isso, do que isso está significando para o sindicato e do potencial que isso tem de produzir benefício para a categoria. Queremos fazer aquilo que os médicos querem. São eles que decidirão. Teremos um leve poder para polir esse diamante, mas a ideia central tem de ser dada pela categoria. Nas gestões anteriores, sempre havia um poder dominante centrado na figura do presidente. Vamos mudar a estrutura do sindicato. Há duas pessoas que não podem ser presidentes do Simers - o Argollo, porque renunciou e o estatuto assim define, e eu, porque assinei um documento que diz que não vou concorrer na próxima eleição. As decisões deixam de ser centralizadas e são transferidas para um conselho gestor, e depois externadas para a categoria. Sem o imposto sindical, o sindicato vive do dinheiro dos sócios, e, portanto, os sócios são os donos absolutos do sindicato.
JC - A diretoria do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) também passou por mudanças, com eleição de uma nova gestão. Como será o diálogo com o Conselho?
Matias - O Simers e o Cremers são distintos, porque têm bases jurídicas e finalidades distintas. Uma das primeiras propostas da campanha foi a de que nos aproximaríamos do Cremers. Precisamos do conselho nas medidas que temos que tomar. Se tivermos essa agilidade, tenho certeza de que isso refletirá em benefício da categoria. Já nos reunimos com o presidente (Eduardo Trindade) logo após a eleição e estabelecemos uma parceria que vai ser efetivada quando assumirmos a presidência. Teremos uma relação direta com o Cremers, utilizando, no melhor sentido da palavra, o poder deles para nos ajudar naquilo que precisamos fazer do ponto de vista sindical.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO