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DE FRENTE PARA O GUAÍBA

- Publicada em 08 de Novembro de 2018 às 21:56

A Usina do Gasômetro dos próximos 100 anos

Reforma do tradicional centro cultural à beira do Guaíba deve ser entregue à população no começo de 2020

Reforma do tradicional centro cultural à beira do Guaíba deve ser entregue à população no começo de 2020


MARCO QUINTANA/JC
Fechada há um ano, a Usina do Gasômetro, um dos cartões postais de Porto Alegre, aguarda o término de uma reforma que promete dar condições para que a estrutura seja preservada por pelo menos mais 100 anos. A ousada proposta é encabeçada pelo diretor do centro cultural, Luiz Armando Capra Filho, no cargo desde o início da gestão do prefeito Nelson Marchezan Júnior.
Fechada há um ano, a Usina do Gasômetro, um dos cartões postais de Porto Alegre, aguarda o término de uma reforma que promete dar condições para que a estrutura seja preservada por pelo menos mais 100 anos. A ousada proposta é encabeçada pelo diretor do centro cultural, Luiz Armando Capra Filho, no cargo desde o início da gestão do prefeito Nelson Marchezan Júnior.
O prédio, inaugurado em 15 de novembro de 1928, nunca funcionou realmente como uma usina de gás. O nome foi dado por causa da proximidade com a antiga Usina de Gás Hidrogênio Carbonado, que fornecia gás destinado à iluminação pública e ao abastecimento de fogões, e dava nome à região, conhecida como "a volta do Gasômetro".
A Usina foi projetada, na verdade, para gerar energia à base de carvão mineral. A construção da chaminé do prédio ocorreu por conta da pressão popular, uma vez que a fuligem do carvão que saía do teto costumava tomar conta do céu porto-alegrense. Em 1974, o local deixou de produzir energia, sendo desativado, e foi reaberto novamente em 1991, como um centro cultural. O prédio é duplamente tombado - a chaminé, em 1982, pelo Estado, e a edificação, um ano depois, pelo município.
Embora não oferecesse riscos iminentes à população, a prefeitura de Porto Alegre tomou a decisão de interromper o acesso do público ao interior da Usina do Gasômetro, a fim de promover uma reforma completa no local. A prioridade, de acordo com a Secretaria Municipal de Cultura, gira em torno de adequações ao Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) e a condições que permitam a acessibilidade universal. O projeto, encaminhado pela 3C Arquitetura, propõe, ainda, uma integração com a revitalização da orla do Guaíba, cujo trecho no entorno do Gasômetro foi entregue em junho à população.
A execução vem seguindo o cronograma. De acordo com Capra Filho, a expectativa é de que a devolução do prédio ocorra no início de 2020. No final de outubro, o Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU) foi aprovado pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico da prefeitura. Com isso, a estimativa é que o projeto executivo fique pronto nos próximos 60 dias. Se tudo correr conforme o planejado, a licitação para a obra em si deve ser lançada no começo de 2019. A expectativa do diretor é que a execução dos trabalhos comece no final do primeiro semestre.
Há, ainda, a etapa de avaliação e de aprovação do projeto de PPCI, que fica a cargo do Corpo de Bombeiros. "Sabemos que o projeto precisa de um olhar bacana por parte da corporação. Não temos intenção de furar a fila, mas o olhar precisa ser importante, até porque o prédio é duplamente tombado", ressalta Capra Filho. Por enquanto, não há prazos para que o PPCI seja aprovado. O investimento na reestruturação é de cerca de US$ 3 milhões. Considerando que o prédio tem 18 mil metros quadrados, o orçamento é apertado.
Antes de ser fechada, a Usina do Gasômetro também funcionava como parte da sede administrativa da Secretaria Municipal de Cultura. A desocupação do edifício e a posterior transferência dos funcionários para o prédio da avenida Ipiranga se deu de modo gradual, e, segundo o diretor, não há a intenção de voltar a ocupar a usina com tarefas administrativas.

Teatro Elis Regina será uma das novidades

Uma das prioridades da reforma é o término do Teatro Elis Regina, em processo de construção há quase 20 anos. A ideia é que, quando da reabertura do prédio, o teatro esteja consolidado e disponível para a comunidade cultural da cidade. De fato, o espaço operou por muito pouco tempo como um teatro, tendo funcionado, principalmente nos últimos meses que antecederam ao fechamento da Usina, como uma área de ensaio para a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre e para a Banda Municipal. Um dos principais pontos da reforma é o piso do quarto andar do prédio, que será repensado, e que serve também como teto do teatro. Ali, também funcionará um restaurante.
A organização da Usina não mantinha uma contagem oficial de visitantes. No último fim de semana em que esteve aberto, o centro cultural recebeu em torno de 4 mil pessoas. Capra Filho espera que a movimentação na nova orla acabe atraindo, por tabela, mais frequentadores. "O apreço do porto-alegrense pelo patrimônio municipal é bastante perceptível. Vemos uma preocupação forte, mas também há um movimento de vandalismo, e isso preocupa o morador da cidade", aponta.