O secretário de Educação de Porto Alegre, Adriano Brito, disse que a transferência de professores de educação física de atividades esportivas que beneficiam mais de 2,5 mil pessoas, entre idosos, jovens e crianças em 16 locais da cidade, será mantida. Muitos vão atuar em áreas administrativas em escolas, segundo Brito. O secretário justificou que aposentadorias que devem ocorrer em 2019 exigem a realocação dos profissionais cedidos à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Esportes (SMDSE).
Reunião na manhã de ontem entre o secretário, a titular da SMDSE, Denise Russo, vereadores e idosos atingidos buscou esclarecer o impacto da transferência. Brito diz que a meta é que 32 docentes voltem às escolas, "muitos imediatamente", disse ele. Pelo menos 14 já estão em funções em escolas, muitas delas administrativas, admitiu o secretário. Alguns professores foram colocados em estabelecimentos com alunos surdos e mudos, mas sem ter o domínio da linguagem de Libras. "Eles irão exercer atividades administrativas, o que não influenciará na relação com os alunos. Não tem nenhuma atividade que desafie a capacidade técnica desses profissionais", disse o secretário.
Os docentes foram cedidos para os projetos ainda quando existia uma secretaria de Esportes. Em 2017, a pasta foi extinta na reestruturação administrativa feita pelo prefeito Nelson Marchezan. Em 2017, 130 mil pessoas foram atingidas. Nos Jogos Municipais da Terceira Idade, na terça-feira no Tesourinha, os participantes fizeram um abraço simbólico ao ginásio protestando pelas transferências. No Tesourinha, onde 1,2 mil alunos frequentam aulas regularmente de ginástica, ioga à musculação, já ocorre cancelamento de aulas. "Tinha dança nesta quarta e não teve ou iam colocar estagiário", reage a aluna Ione Koehn, com 74 anos. "Vamos continuar a batalha", avisa Ione, sobre a mobilização.
Amanhã os grupos planejam um ato em frente do Paço Municipal. Na segunda-feira (8), eles terão audiência com o Ministério Público do Estado. Denise Russo afirmou que a extinção das atividades é um equívoco. "Nunca foi dito que iria acabar." A gestora disse que criará um comitê para monitorar as atividades, que terá lideranças dos grupos. "Podemos garantir a atividade plena", reafirmou a titular da SMDSE.