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Saúde

- Publicada em 19 de Setembro de 2018 às 00:07

Cruz Vermelha ainda quer gerir Hospital Restinga

Entidade gaúcha gerencia 1,1 mil leitos no Rio de Janeiro

Entidade gaúcha gerencia 1,1 mil leitos no Rio de Janeiro


/CLAITON DORNELLES/JC
A Cruz Vermelha Brasileira não desistiu de gerenciar o Hospital Restinga e Extremo Sul, em Porto Alegre, que está sob controle da Associação Hospitalar Vila Nova (AHVN) desde o final de agosto. O controle da unidade está no centro de uma disputa judicial envolvendo as duas instituições. "Temos intenção total e absoluta (de assumir a gestão). Ainda estamos no jogo", resume o presidente da filial gaúcha da Cruz Vermelha, Manoel Garcia Júnior. A declaração foi feita em entrevista coletiva, por ocasião de visita ao Estado do presidente nacional da entidade, Júlio Cals.
A Cruz Vermelha Brasileira não desistiu de gerenciar o Hospital Restinga e Extremo Sul, em Porto Alegre, que está sob controle da Associação Hospitalar Vila Nova (AHVN) desde o final de agosto. O controle da unidade está no centro de uma disputa judicial envolvendo as duas instituições. "Temos intenção total e absoluta (de assumir a gestão). Ainda estamos no jogo", resume o presidente da filial gaúcha da Cruz Vermelha, Manoel Garcia Júnior. A declaração foi feita em entrevista coletiva, por ocasião de visita ao Estado do presidente nacional da entidade, Júlio Cals.
A indefinição envolve o resultado de licitação, promovida pela prefeitura de Porto Alegre, para definir quem substituirá o Hospital Moinhos de Vento na gestão do Hospital Restinga. Vencedora do certame, a Cruz Vermelha foi contestada pela AHVN, segunda colocada, por constar como inidônea junto à prefeitura de Balneário Camboriú (SC).
A Capital concluiu que a pendência descumpria termos do edital e desclassificou a vencedora, que recorreu. A mais recente decisão judicial declara a Cruz Vermelha apta a contrair contrato com o município, mas recursos estão em andamento - e, enquanto isso, a AHVN segue no comando do hospital.
De acordo com Garcia, a Cruz Vermelha já tem "pleno direito para retirada" da declaração de inidoneidade, que teria ocorrido à revelia da instituição. Porém, a prefeitura da cidade catarinense estaria protelando o processo. "Estamos felizes, porque, se o Vila Nova tocar (o Hospital Restinga em caráter temporário), é um grupo merecedor de mérito, constituído de pessoas sérias e capacitadas. O hospital não está em más mãos. Se fosse um grupo, digamos, não decente, seria um enorme prejuízo à sociedade", ressalta.
Atualmente, apenas a filial gaúcha da Cruz Vermelha faz gestão plena terceirizada de hospitais, em um modelo de 100% de leitos via Sistema Único de Saúde (SUS). Hoje, segundo Garcia, a entidade gerencia 1,1 mil leitos no Rio de Janeiro e em estados do Nordeste, além de cinco Unidades de Pronto Atendimento, totalizando 5,3 mil funcionários no País.
No momento, a Cruz Vermelha está em negociação para assumir mais duas unidades, cujos nomes seguem em sigilo. No entanto, a postura é de cautela. "Não podemos crescer muito rápido", diz. "Entidades que trabalham com gestão hospitalar há dezenas, várias criadas em fundo de quintal. Nossa essência não é essa (gestão de hospitais), mas sim o trabalho benemérito, feito por voluntários de forma graciosa. Tudo que resulta desses projetos retorna para a manutenção da nossa estrutura voluntária", assegura.
O bloco cirúrgico do Hospital Restinga foi aberto na semana passada, quatro anos depois da inauguração da unidade. São quatro salas para procedimentos de baixa e média complexidade, com previsão de 19 cirurgias diárias via SUS. Atualmente, o hospital conta com 101 leitos, e promete, para os próximos dias, o início de consultas de especialidades em cirurgia geral e urologia, além da abertura de dez leitos de UTI.
 

Atendimento a venezuelanos é uma das prioridades no Rio Grande do Sul

O presidente nacional da Cruz Vermelha, Júlio Cals, veio a Porto Alegre observar projetos da filial gaúcha da instituição - em especial, o SOS Infância, que promove o ensino de primeiros socorros em escolas. A iniciativa estadual dialoga com a chamada Lei Lucas, de objetivo semelhante e que, depois de aprovada no Senado no começo deste mês, aguarda sanção presidencial.
Outra questão que está sendo debatida envolve o atendimento aos migrantes venezuelanos, que fogem da crise social e política no país vizinho. O Estado já recebeu três levas de refugiados, oriundos de Roraima e que estão sendo instalados nas cidades de Canoas, Esteio, Cachoeirinha e Chapada. Em solo gaúcho, a Cruz Vermelha está atuando, com voluntários, no acompanhamento psicossocial dos recém-chegados, oferecendo alimentação e encaminhando para alojamentos e oportunidades de trabalho.
"Para muitas pessoas, (o Estado) é porta de passagem. Muitos miram Argentina e Paraguai, mas uma fatia ficará", diz Garcia. Uma parceria com a Universidade do Vale do Rio dos Sinos oferece aulas de português, tanto a imigrantes venezuelanos quanto a oriundos de outros países.
Para atender às muitas demandas, a Cruz Vermelha conta com apoio da população "de todas as formas", diz Cals. "A Cruz é do povo para o povo. Em todos os momentos, voluntários são bem-vindos. Essas pessoas são o coração pulsante da nossa instituição", diz. Interessados em participar das atividades da Cruz Vermelha do Rio Grande do Sul podem buscar mais informações pelo telefone (51) 3311-5140 ou pelo site www.cruzvermelha-rs.org.br.