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Geral

- Publicada em 18 de Setembro de 2018 às 01:00

Mobilização tenta reverter a cor dos táxis de Porto Alegre

Atualmente, cor vermelho-ibérico é padrão nos táxis da Capital

Atualmente, cor vermelho-ibérico é padrão nos táxis da Capital


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Igor Natusch
A polêmica em torno da cor dos táxis de Porto Alegre ainda deve se estender por bastante tempo. Enquanto a prefeitura faz análises para a regulamentação da Lei Geral dos Táxis, aprovada em março deste ano, parte dos taxistas da Capital se mobiliza contra a obrigatoriedade de trocar, no prazo de dois anos, o vermelho-ibérico atual por veículos de cor branca. O grupo, que entregou, no começo do mês, mais de 800 assinaturas ao prefeito Nelson Marchezan Júnior, ganhou um aliado, à primeira vista, inesperado: o vereador Moisés Barboza (PSDB), responsável pela emenda que estipulou o branco e que, no momento, aguarda decreto para entrar em vigor.
A polêmica em torno da cor dos táxis de Porto Alegre ainda deve se estender por bastante tempo. Enquanto a prefeitura faz análises para a regulamentação da Lei Geral dos Táxis, aprovada em março deste ano, parte dos taxistas da Capital se mobiliza contra a obrigatoriedade de trocar, no prazo de dois anos, o vermelho-ibérico atual por veículos de cor branca. O grupo, que entregou, no começo do mês, mais de 800 assinaturas ao prefeito Nelson Marchezan Júnior, ganhou um aliado, à primeira vista, inesperado: o vereador Moisés Barboza (PSDB), responsável pela emenda que estipulou o branco e que, no momento, aguarda decreto para entrar em vigor.
"Só os fanáticos ou estúpidos não são capazes de rever sua posição", diz o vereador. A mudança de ideia, segundo ele, já havia ocorrido na época em que o prefeito apresentou veto à questão, e se fortaleceu nas últimas semanas, após tomar contato com os argumentos de boa parte da categoria. "Quando é possível ver que é um pedido genuíno, que não é spam de internet, não tenho problema em apoiar", acentua Barboza.
Agora, ele se move pelos corredores da Câmara na busca de assinaturas para um novo projeto de lei, que restabeleça o uso da cor atual dos táxis antes da entrada em vigor das novas exigências. De acordo com ele, pelo menos dez vereadores já teriam demonstrado adesão verbal a um futuro abaixo-assinado. São necessárias 19 assinaturas para a apresentação do projeto.
A nova cor havia sido debatida durante meses, em reuniões de representantes dos taxistas com vereadores e técnicos da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). No entanto, ao sancionar a Lei Geral dos Táxis, em junho deste ano, o prefeito decidiu vetar o item em questão. Na ocasião, Barboza garante que já acompanhava a posição de Marchezan. Na votação definitiva, a Câmara derrubou os vetos, o que faz com que, por enquanto, a troca na pintura dos veículos siga valendo.
Os defensores dos táxis brancos apoiam a mudança por motivos, principalmente, econômicos. O vermelho-ibérico, segundo permissionários, encarece a aquisição dos carros e resulta, mais tarde, em desvalorização na hora da revenda. Os partidários da cor atual, por sua vez, afirmam que o "laranja", como o vermelho-ibérico é chamado entre motoristas e passageiros, já se tornou tradicional, sendo facilmente identificável - em especial, pelos idosos, principais clientes do modal. Outra questão alegada é a segurança, já que a tonalidade atual, por ser característica, acaba sendo pouco visada por criminosos.
De acordo com Luiz Nozari, presidente do Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre (Sintáxi), a categoria tem se mostrado dividida sobre o tema, e a própria entidade não teria fechado questão a favor de uma cor ou outra. "As pessoas se tornaram irascíveis. Criou-se uma inimizade em torno de uma questão que, para nós (sindicato), não é essencial", afirma.
Segundo ele, o Sintáxi sempre defendeu uma "solução salomônica", que apenas autorizasse o uso dos táxis brancos, sem necessariamente implicar no fim dos carros de tom avermelhado. "Isso, inclusive, já existe, os táxis do aeroporto são brancos. Mas fomos motivo de chacota. Talvez porque fosse uma solução, e as pessoas não querem resolver, e sim brigar", ironiza.
Em sua visão, a transição para a cor branca se daria naturalmente, uma vez que a reposição dos veículos seria mais simples e barata. Mas, agora, o Sintáxi diz que vai esperar a decisão da categoria. "Vamos acatar o que a maioria decidir, e focar em garantir um serviço de qualidade, que é o que realmente interessa", argumenta. "O passageiro não pega o carro pela cor. Ele quer um serviço de qualidade, um veículo limpo, um motorista educado e um preço honesto."
 
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