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- Publicada em 03 de Setembro de 2018 às 01:00

Em ação inédita, Capital irá rastrear câncer de intestino

Mattos alerta para importância do diagnóstico precoce

Mattos alerta para importância do diagnóstico precoce


CRISTINE ROCHOL/PMPA/JC
Suzy Scarton
Porto Alegre se tornou, na sexta-feira, a primeira capital do País a oferecer o rastreamento de câncer colorretal pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Embora não esteja tão presente no imaginário popular, o câncer de intestino é a terceira neoplasia mais frequente entre homens (16,83 casos a cada 100 mil homens), e a segunda mais comum entre mulheres (17,90 casos a cada 100 mil mulheres). Em Porto Alegre, a estimativa é de 650 novos casos em 2018.
Porto Alegre se tornou, na sexta-feira, a primeira capital do País a oferecer o rastreamento de câncer colorretal pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Embora não esteja tão presente no imaginário popular, o câncer de intestino é a terceira neoplasia mais frequente entre homens (16,83 casos a cada 100 mil homens), e a segunda mais comum entre mulheres (17,90 casos a cada 100 mil mulheres). Em Porto Alegre, a estimativa é de 650 novos casos em 2018.
No Estado, essa incidência é mais alta - 27,35 casos a cada 100 mil homens e 28,64 a cada 100 mil mulheres. Na Capital, o número de casos é mais que o dobro da média nacional: 42,27 casos a cada 100 mil homens e 44,80 a cada 100 mil mulheres. Segundo o DataSUS, 16.697 pessoas morreram no Brasil por causa da doença em 2015.
Se diagnosticada cedo, no entanto, a doença tem bom prognóstico de cura. O programa surge, então, como uma maneira de prevenção, a fim de identificá-la o mais cedo possível. O teste de sangue oculto nas fezes do tipo imunoquímico consiste na análise de uma amostra de fezes para identificar a presença de quantidades microscópicas de sangue, invisíveis a olho nu, e é voltado a pessoas assintomáticas. Quando não há risco aumentado, ou seja, se não há histórico de câncer de intestino na família, a orientação é de que o teste seja feito em pessoas na faixa etária de 60 a 75 anos, a cada dois anos. No entanto, se há risco aumentado de desenvolvimento do câncer, o exame é recomendado a partir dos 40 anos, ou dez anos antes do diagnóstico no familiar. Em ambos os casos, se o exame der resultado positivo, o paciente terá de fazer uma colonoscopia.
O gastroenterologista da Secretaria Municipal de Saúde e professor adjunto da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (Ufcspa), Ângelo Zambam de Mattos, explica que, em 80% dos casos, o câncer colorretal se desenvolve a partir de pólipos, lesões benignas que podem, inclusive, ser removidas já durante a colonoscopia, bem como alguns tipos de tumores. "Isso acaba evitando que o paciente seja operado, que fique com colostomia, que faça quimioterapia", enumera. O médico alerta, porém, que, no caso da presença de sintomas - alteração dos hábitos intestinais, sangramento, perda de peso -, o paciente procure direto um gastroenterologista.
O investimento no programa é de R$ 100 mil anuais, via emenda parlamentar. A primeira etapa, que envolve a coleta das fezes para realização do exame de sangue oculto, se dá na Atenção Primária de Saúde - ou seja, cada morador de Porto Alegre pode recorrer ao posto de saúde mais próximo de onde mora para fazer o teste. O exame de colonoscopia deve ser realizado em centros especializados. "Estamos percebendo que, ao longo do tempo, o preconceito com a colonoscopia vai diminuindo. E é difícil justificar para o paciente assintomático a necessidade do exame. Tendo um resultado positivo no exame de sangue oculto, vira um argumento para que o paciente entenda", pondera Mattos.
O Programa Municipal de Rastreamento de Câncer Colorretal foi lançado na sexta-feira, no auditório Moacyr Scliar da Ufcspa. O projeto tem parceria do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e da Ufcspa. 
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