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DE FRENTE PARA O GUAÍBA

- Publicada em 30 de Agosto de 2018 às 22:25

Barcos Porto Alegre 10 e Noiva do Caí viram concorridas opções para turismo náutico na Capital

Incentivados pela revitalização da orla, porto-alegrenses redescobrem a sensação de navegar pelas águas do Guaíba

Incentivados pela revitalização da orla, porto-alegrenses redescobrem a sensação de navegar pelas águas do Guaíba


/MARCO QUINTANA/JC
"Esse é o melhor momento do turismo náutico em Porto Alegre." A frase de Vilian Veloso de Oliveira, presidente da Associação do Turismo Náutico do Rio Grande do Sul (Atun-RS), resume o sentimento de quem investe nos passeios de barco pelo Guaíba. Incentivadas pela revitalização da orla, muitas pessoas têm aproveitado para redescobrir também a sensação de navegar pelo lago. E os barcos Porto Alegre 10 e Noiva do Caí, depois de um período de incertezas, passaram a ser concorridas opções.
"Esse é o melhor momento do turismo náutico em Porto Alegre." A frase de Vilian Veloso de Oliveira, presidente da Associação do Turismo Náutico do Rio Grande do Sul (Atun-RS), resume o sentimento de quem investe nos passeios de barco pelo Guaíba. Incentivadas pela revitalização da orla, muitas pessoas têm aproveitado para redescobrir também a sensação de navegar pelo lago. E os barcos Porto Alegre 10 e Noiva do Caí, depois de um período de incertezas, passaram a ser concorridas opções.
As embarcações são parte do mesmo negócio, desenvolvido pela família de Oliveira desde os anos 1960. "Sou nascido e criado na Ilha da Pintada", diz Oliveira. "Moro e vivo dentro d'água. A gente tem um convívio com a água, com o Guaíba, e isso está no sangue, não tem jeito."
As primeiras viagens saíam do Armazém B4 do Cais do Porto, mesmo local de onde, hoje, parte o catamarã. Depois, durante 25 anos, as embarcações de turismo no Guaíba passaram a sair do atracadouro no Gasômetro - rotina que foi interrompida durante dois anos e meio, enquanto a região era revitalizada.
Nesse período, o negócio passou por dias difíceis. Sem poder usar a área como atracadouro, as atividades se restringiam a passeios eventuais, sob encomenda. Dos três barcos da empresa, um deles - o Caribe - acabou ficando tecnicamente defasado e não está sendo usado nos passeios. "Todo barco é uma empresa flutuante. Naquele momento (durante as obras na orla), o dinheiro só saía, e não tinha quase nenhuma entrada no caixa. Foi dificílimo para nós", lembra Oliveira.
Uma nuvem cinzenta que, felizmente, não está mais no horizonte. Desde março, quando o novo atracadouro foi liberado, o Porto Alegre 10 e o Noiva do Caí têm se revezado em três roteiros. O principal, pelas ilhas do Delta do Jacuí, ocorre diariamente, assim como o passeio costeando a orla da Capital, em direção às pontes do Guaíba. Há também o passeio pela Zona Sul, nos fins de semana.
Aos domingos, é possível fazer um trajeto especial, em direção à Ilha da Pintada. Lá, é servido um almoço à base de peixe assado na taquara, e os passageiros têm tempo para dar uma volta pelo calçadão da ilha. Escolas e grupos de estudo podem agendar o passeio ecológico, que vai pelo rio Jacuí até o Canal das Balsas.
"Melhorou bastante", resume Marino Santana Marinho, piloto do Noiva do Caí. Envolvido com os assuntos náuticos desde os dez anos, ele está há mais de duas décadas no timão do barco turístico e compartilha a visão de que o Guaíba vive um momento especial. "É um serviço gostoso. Não viajo muito para fora do Estado, mas a minha imagem vai para todo lugar", brinca, mencionando as selfies tiradas pelos passageiros.
"O convívio com o Guaíba me deixa muito feliz", acentua Oliveira. "Não é que estivéssemos de costas (para o lago), mas ele estava escondido. Agora, com as obras na orla, todos que moram ou que vêm visitar Porto Alegre podem ter uma sensação boa, ao ar livre e perto da água, que faz parte do nosso universo."
JC

Passeio encanta novatos e pessoas já habituadas com o Guaíba

Em uma tarde de sol, o atracadouro do Gasômetro ganha em cores e movimento, com moradores e turistas fazendo fila para comprar ingressos e dar uma volta no lago. Para muitos, é a primeira oportunidade de ver o Guaíba por um novo ângulo. É o caso da técnica de enfermagem Jessica Garroni e do profissional de manutenção predial Tiago Gonçalves. Acompanhados da filha Maria Rita, eles aproveitaram um dia de folga para passear no Gasômetro e, em um impulso, compraram as passagens para o Noiva do Caí.
"Não tinha ideia de como era, mas estou achando bem bonito. É comum ter uma visão do Guaíba como algo descuidado, e um passeio desses nos faz enxergar de forma diferente", diz Jessica. A nova orla também empolgou a família. "Está fantástico, não tem quem não vá querer ir ali", diz Gonçalves. "Agora, fica a expectativa de como vai ficar o resto, pois (esse trecho) ficou lindo, deu outra cara a Porto Alegre."
Para outras pessoas, embarcar é um momento de reencontro. Moradora de Novo Hamburgo, a aposentada Leila Hofstätter não fazia o trajeto "há muitos anos", e achou o cenário ainda mais bonito dessa vez. "Não só (na orla em torno do) Gasômetro, mas, agora, dá para ver casas novas, a natureza", enumera. Ela ainda não tinha conferido a fundo a nova orla, mas pretendia fazê-lo logo após o desembarque. "As pessoas têm que incentivar, comparecer, para que o turismo se revitalize, porque Porto Alegre é muito bonita", anima-se.
Os empresários Rosângela Jardim e Eduardo de Carvalho, moradores da Zona Sul, também foram conhecer as melhorias no Gasômetro e fizeram o passeio. "Vivemos em uma cidade de baixo turismo, e há áreas muito bonitas que não são exploradas. As pessoas querem interagir com o Guaíba, só precisam de um pouco de infraestrutura", comenta Carvalho.