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- Publicada em 14 de Agosto de 2018 às 22:26

Após um ano, Gapa segue sem sede no Rio Grande do Sul

Grupo de prevenção foi despejado de prédio na Cidade Baixa

Grupo de prevenção foi despejado de prédio na Cidade Baixa


/CLAITON DORNELLES/JC
Isabella Sander
O tradicional Grupo de Apoio à Prevenção da Aids (Gapa-RS), ONG gaúcha fundada em 1989, fecha um ano de despejo de sua antiga sede sem previsão de obter um novo endereço. A casa onde o serviço funcionava, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, precisou ser esvaziada no dia 11 de agosto do ano passado, por falta de pagamento do aluguel do imóvel. Os pertences da ONG seguem, desde então, em um depósito de mudança alugado.
O tradicional Grupo de Apoio à Prevenção da Aids (Gapa-RS), ONG gaúcha fundada em 1989, fecha um ano de despejo de sua antiga sede sem previsão de obter um novo endereço. A casa onde o serviço funcionava, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, precisou ser esvaziada no dia 11 de agosto do ano passado, por falta de pagamento do aluguel do imóvel. Os pertences da ONG seguem, desde então, em um depósito de mudança alugado.
Um mês depois do despejo, a presidência do Gapa-RS chegou a lançar uma vaquinha on-line com objetivo de arrecadar R$ 10 mil, a fim de retirar os materiais que ainda se encontravam no prédio e guardá-los em um depósito. A mobilização, contudo, arrecadou somente R$ 4,7 mil.
A sede antiga era alugada pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), que não pagava o aluguel havia oito anos. Na época, a pasta declarou que financiou o aluguel de 1991 a 2008, quando o contrato de locação foi encerrado. Desde então, não efetuou mais pagamentos e "providenciou inúmeras notificações à ONG para que desocupasse o imóvel". O prédio na Cidade Baixa, que segue com o logo do Gapa-RS pintado em sua fachada, está à venda.
Mesmo sem um lugar físico para atuar, o vice-presidente da ONG, Carlos Alberto Duarte, afirma que ela segue com algumas atividades de atuação política, participando de reuniões dos conselhos municipais e estaduais das áreas de saúde e direitos humanos. "Sem espaço, não conseguimos atender às demandas de serviço", explica.
Logo após o despejo, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara de Vereadores fez uma reunião para falar sobre possibilidades de uma nova sede. Na ocasião, ficou decidido que os parlamentares solicitariam à prefeitura indicação de imóvel para o funcionamento do serviço, mas, até hoje, nada foi definido. "Nunca foi adiante, nunca tivemos retorno", critica Duarte.
A saída aventada pela prefeitura é a criação de um espaço coletivo que abrigue todas as ONGs da cidade envolvidas de alguma maneira com o atendimento a pessoas com HIV/Aids - como Gapa-RS, Igualdade-RS e Somos. Duarte está cético, pois participa de discussões sobre essa possibilidade de sede coletiva há seis anos, mas informa que a expectativa das ONGs é que o novo endereço seja decidido ainda neste ano.
Hoje, Porto Alegre conta com dois espaços municipais especializados em testes de HIV/Aids, um no Centro de Saúde Vila dos Comerciários (CVSC), na rua Professor Manoel Lobato; e outro no Centro de Testagem e Aconselhamento Caio Fernando Abreu, na avenida Bento Gonçalves. No entanto, o teste rápido também pode ser feito em qualquer unidade de saúde. O atendimento a portadores de HIV e doentes de Aids é oferecido no CVSC, no Centro de Saúde IAPI e no Serviço de Atenção Terapêutica Sanatório Partenon, na avenida Bento Gonçalves.
No mês passado, os usuários de medicamentos para HIV/Aids na Capital sofreram com a falta de distribuição dos remédios por parte do Ministério da Saúde. Atualmente, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o repasse dos remédios está normalizado.
O Rio Grande do Sul lidera o ranking brasileiro de detecção de Aids, junto com Roraima - apesar de os índices de infecção terem caído entre os gaúchos nos últimos dez anos. O Boletim Epidemiológico de HIV/Aids do Ministério da Saúde referente aos dados de 2017 indica detecção de 31,8 casos da doença a cada 100 mil habitantes. Porto Alegre é a capital com maior contaminação por HIV, com 65,9 casos para cada 100 mil habitantes.
 
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