Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Geral

- Publicada em 14 de Agosto de 2018 às 11:14

Samu estadual fica sem receber chamados afetando 7 milhões de gaúchos

Na central de regulação, em Porto Alegre, as mesas da área de atendentes estavam vazias

Na central de regulação, em Porto Alegre, as mesas da área de atendentes estavam vazias


SIMERS/DIVULGAÇÃO/JC
Atualizada às 16h
Atualizada às 16h
O Samu Estadual, que é responsável pelos chamados de atendimento de uma população de 7 milhões de habitantes em todo o Rio Grande do Sul, ficou sem receber ligações na noite dessa segunda-feira (13). Com isso, não foi possível dar conta de chamados por quase cinco horas. A Secretaria Estadual da Saúde (SES) informou na manhã desta terça-feira (14) que conseguiu que dois funcionários do Samu Municipal de Porto Alegre fossem 'emprestados' à central de regulação estadual, mas a estrutura de atendimento é ainda precária. No começo da tarde desta terça, o Estado informou que vai pagar diretamente os funcionários da terceirizada e que pode rescindir o contrato devido aos atrasos que geraram a interrupção.  
A paralisação de atendentes e de radio-operadores, que não recebem os salários de uma terceirizada há três meses, causou o 'apagão' no atendimento, como definiu o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), que foi ao local. Os médicos e enfermeiros do quadro estadual estavam no serviço, localizado na zona leste de Porto Alegre, mas não tinham como receber os casos para orientar e nem fazer contato com ambulâncias para enviar aos locais de ocorrências.
"Nossa preocupação é a população que não é atendida", disse um deles na noite dessa segunda, sem ter o que fazer. "Não podemos fazer nada. É outro sistema (usado pela telefonia e pelos rádio-operadores), e nossa função é fazer a tele-medicina, orientar o atendimento de acordo com a gravidade", explica outra  médica.   
A falta de atendimento se manteve entre as 19h e próximo à meia-noite. As ligações só voltaram a ser atendidas depois que a Secretaria Estadual da Saúde (SES), que gerencia o serviço, conseguiu uma atendente. Na manhã desta terça-feira (14), mais dois reforços foram conseguidos - uma atendente e um rádio-operador da Samu de Porto Alegre. A SES informou que está treinando funcionários para usar o sistema de chamados e garante que 60% da capacidade foi restabelecida. Atualmente, apenas a Capital, Caxias do Sul, Bagé e Pelotas têm Samu próprio e não sofreram com a dificuldade.   
Segundo relatos de médicos que estão no serviço, a situação é precária. Das oito telefonistas que deveriam atuar, há uma, e dos três rádio-operadores que estariam no turno, há um apenas. Até mesmo o número de médicos está aquém da necessidade. O quadro para dar conta da cobertura prevista no Estado deveria ser de 11 médicos e tem apenas quatro. A SES diz que está treinando funcionários da pasta para usar o sistema e espera ter número completo de atendentes até o fim do dia. 
A diretora do Simers Clarissa Bassin, que foi à regulação, descreveu o quadro, na noite de segunda, como de apagão. "O 192 está inoperante. Só funciona em quatro cidades - apenas Porto Alegre Caxias do Sul, Bagé e Pelotas, que têm serviços próprios municipais", alertou Clarissa. "Isso significa desassistência completa a milhões de gaúchos", lamentou a dirigente. Clarissa saiu do Samu e foi ao plantão do Palácio da Polícia, onde registrou ocorrência de omissão de socorro do Estado por não assegurar o funcionamento do serviço.
Sobre os atrasos no pagamento dos funcionários que gerou a paralisação, a secretaria diz que a empresa sofre bloqueios judiciais em contas, devido a pendências, e que o próprio Estado não repassa os valores porque a terceirizada não comprova quitação de obrigações legais. O Estado confirmou que não houve repasse em julho.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO