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DE FRENTE PARA O GUAÍBA

- Publicada em 20 de Julho de 2018 às 01:00

Um passeio de barco pela alma da Capital

Agora com capacidade para transportar 300 pessoas, Cisne Branco renasce com revitalização da Orla

Agora com capacidade para transportar 300 pessoas, Cisne Branco renasce com revitalização da Orla


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Quem vê o barco Cisne Branco atracado à beira do Guaíba, iluminado pelo sol forte de uma tarde de sábado, talvez esqueça que, há pouco mais de dois anos, a mesma embarcação esteve à beira de ser aposentada de vez. Com a saúde recuperada, depois de uma reforma que mudou praticamente toda a sua estrutura, o barco vive hoje uma espécie de renascença, como concorrida opção de lazer para moradores e visitantes de Porto Alegre. Além da já tradicional saída do Cais Mauá, que faz o trajeto pelas ilhas e sai há 27 anos, a embarcação agora parte também do Gasômetro, tornando-se parte importante no processo de revitalização da região.
Quem vê o barco Cisne Branco atracado à beira do Guaíba, iluminado pelo sol forte de uma tarde de sábado, talvez esqueça que, há pouco mais de dois anos, a mesma embarcação esteve à beira de ser aposentada de vez. Com a saúde recuperada, depois de uma reforma que mudou praticamente toda a sua estrutura, o barco vive hoje uma espécie de renascença, como concorrida opção de lazer para moradores e visitantes de Porto Alegre. Além da já tradicional saída do Cais Mauá, que faz o trajeto pelas ilhas e sai há 27 anos, a embarcação agora parte também do Gasômetro, tornando-se parte importante no processo de revitalização da região.
Gilnei Neves Lima passou a vida inteira conduzindo embarcações no Guaíba. "Estou nessa desde os 14 anos, e tenho 56 agora", comenta ele, que navegou barcos areeiros e rebocadores por décadas antes de assumir, há 12 anos, o timão no Cisne Branco. "A minha vida toda eu vivi em cima d'água, me criei na beira do Guaíba. Todo barco exige um cuidado, mas aqui é diferente, pois estamos carregando pessoas, famílias", explica.
O comandante lembra, com alguma tristeza, dos dias em que o Cisne Branco não pôde fazer seu trajeto habitual. Durante o temporal de 29 de janeiro de 2016, os fortes ventos fizeram com que o barco, que estava atracado no cais, começasse a bater. Algumas janelas do andar de baixo quebraram, e a água entrou em grande quantidade, afundando a embarcação. A situação mostrou-se tão complexa que foram necessários 58 dias somente para resgatar o barco emborcado das águas do Guaíba.
Os custos para a reforma eram altos, e os proprietários chegaram a cogitar vender o que restava e fechar o negócio. Mas, segundo Everton Luiz de Souza Nunes, diretor operacional do Cisne Branco, a reação da opinião pública encorajou a empresa a investir na reconstrução.
Após quase seis meses no estaleiro, a um custo de R$ 2,5 milhões, surgiu um Cisne Branco quase totalmente renovado. Da embarcação original, praticamente só o casco foi mantido - e uma mudança na disposição do tanque de dejetos, agora localizado na parte de baixo, permitiu ampliar a capacidade para 300 pessoas, ao invés das 200 anteriores.
"As pessoas redescobriram o Cisne Branco. Elas não interpretaram o naufrágio como sinal de insegurança, entenderam que foi uma fatalidade", anima-se Nunes. Atualmente, cerca de 6 mil pessoas desfrutam, todos os meses, do passeio - um número, segundo ele, acima do verificado antes da reforma.
"O Guaíba é nosso escritório, nosso local de trabalho. O porto-alegrense andava perdendo essa ligação entre cidade e lago e, com todas essas iniciativas de revitalização que têm surgido, a população vai se dispondo a ver a cidade por um outro ângulo", reforça Nunes.

Beleza do trajeto pelas ilhas fascina turistas e moradores da cidade

A viagem do Cisne Branco dura pouco mais de uma hora. Muitos passageiros fazem o trajeto pela primeira vez, e não disfarçam o encantamento com as paisagens que se revelam. "Estou adorando, achei lindo. Não imaginava que era assim", diz a veterinária paulista Cibele
Schneeberger. Em Porto Alegre pela primeira vez, ela aproveitou a tarde de sábado para uma volta de barco pelo Guaíba, e não disfarçou a empolgação. "Em São Paulo, não temos um passeio como esse. A tranquilidade, os pássaros, você consegue ter uma vista total da cidade", admira-se.
Também estreante no passeio, o professor universitário Rafael Beltrame veio de Pelotas para visitar a esposa, que está morando na Capital, e ambos aproveitaram para conhecer as belezas naturais do lago. "As pessoas deveriam ter um cuidado maior com a natureza. O Guaíba é muito bonito, merece ser cuidado e preservado. Achei muito bacana (a viagem)", reforça.
A família da economista Tammy Jacques se decidiu pelo Cisne Branco em cima da hora. Após o almoço de sábado, fizeram uma pesquisa na internet e acharam que o passeio seria uma boa opção. "Aproveitamos que era perto e que não estava caro", diz ela, que reside em Gravataí, mas trabalha em Porto Alegre. E a aprovação foi geral. "Na correria do trânsito, no dia a dia, a gente nunca pensa nessa beleza toda, que está tão perto da gente. É uma riqueza muito grande, que muitas vezes não é explorada de forma adequada."
Além dos que embarcam pela primeira vez, há a presença de olhares mais treinados, mas que ainda se encantam. "Sou apaixonada pelo Guaíba. Para mim, vir aqui é uma limpeza, uma higiene mental", anima-se Noeli Siqueira, auxiliar de serviços terapêuticos. Moradora do bairro Partenon, ela garante que, sempre que pode, dá "uma fugidinha" para aproveitar a paisagem e ficar perto da água, a qual descreve como "uma paixão". "Se pudesse, diria para que as pessoas aproveitassem mais a orla, fizessem passeios, tentassem conviver mais com o Guaíba. Recomendo a qualquer um", diz.
Além do trajeto em direção às ilhas (Navegando pelo Guaíba), que ocorre todos os dias, os clientes podem desfrutar também do trajeto de happy hour, que vai em direção à Zona Sul e conta com música ao vivo. O percurso, um pouco mais longo, ocorre aos sábados, domingos e feriados, passando a ser diário a partir de outubro.
O passeio normal, com desconto para pagamento em dinheiro, sai R$ 30,00 (R$ 35,00 no cartão), enquanto o privilégio de desfrutar do pôr do sol no happy hour custa R$ 40,00. É só comprar o ingresso nas bilheterias ao lado dos atracadouros do Gasômetro e do Armazém B3. É possível também alugar o Cisne Branco para shows e eventos noturnos, além de agendar outros passeios. Mais informações no site www.barcocisnebranco.com.br ou pelo telefone (51) 3224-5222.
Outras embarcações, como o Noiva do Caí e o Porto Alegre 10, também oferecem passeios pelo Guaíba. Os roteiros passam pelas ilhas do Delta do Jacuí e pela ponte móvel, com embarque no atracadouro público da Usina do Gasômetro. Nos fins de semana, também é possível fazer a viagem rumo à Zona Sul. Informações no site www.barcoportoalegre10.com.br ou pelo telefone (51) 3109-2312.
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