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Geral

- Publicada em 07 de Junho de 2018 às 22:02

Pioneira na reciclagem do lixo, Marli Medeiros morre aos 65 anos em Porto Alegre

Líder comunitária comandava o Centro de Educação Ambiental da Vila Pinto

Líder comunitária comandava o Centro de Educação Ambiental da Vila Pinto


ANTONIO PAZ/ARQUIVO/JC
Porto Alegre perdeu nesta quinta-feira (7) uma das principais lideranças populares da cidade. Marli Aires Medeiros faleceu aos 65 anos - completaria 66 no dia 30 deste mês. O sepultamento ocorre às 14h desta sexta-feira, no cemitério Jardim da Paz.
Porto Alegre perdeu nesta quinta-feira (7) uma das principais lideranças populares da cidade. Marli Aires Medeiros faleceu aos 65 anos - completaria 66 no dia 30 deste mês. O sepultamento ocorre às 14h desta sexta-feira, no cemitério Jardim da Paz.
Pioneira na reciclagem de lixo em Porto Alegre, ela se tornou conhecida internacionalmente pelo trabalho de líder comunitária na Vila Pinto, onde transformou um acanhado galpão de triagem no Centro de Educação Ambiental (CEA), espaço que se tornou referência para a comunidade e que atraiu o apoio de grandes empresas.
Marli deixou sua cidade natal, Alegrete, aos 24 anos. Recém chegada na Capital, foi morar no bairro Bom Jesus, onde trabalhou para a comunidade, agindo em defesa de outras mulheres.
Posteriormente, organizou um grupo de moradoras e fundou o Clube da Mulher. Formou-se promotora legal popular e fundou o CEA, um centro comunitário com espaço para creche, atividades artísticas, esportivas, culturais, de lazer, de qualificação profissional, de educação ambiental e de assistência social, jurídica e psicológica às crianças, aos adolescentes, aos jovens, aos adultos e aos idosos moradores da Vila Pinto e de comunidades próximas.
“Tudo isso veio da autoestima das pessoas, que começaram a acreditar. Antigamente, o tráfico sustentava a região. Aí, comecei a dizer a meus vizinhos que o lixo e a droga davam o mesmo retorno financeiro, mas que a droga era a morte e o lixo era a vida”, disse em 2015, no ato de renovação de um convênio com a prefeitura.
No CEA, mais de 80% da mão de obra era composta por mulheres. “Fazemos um trabalho diferente dos outros, porque trabalhamos na defesa e na promoção do direito da mulher. Ganhar dinheiro, ter sustento, significa a libertação moral das mulheres”, disse a respeito de seu trabalho. Em novembro do ano passado, Marli recebeu o título de cidadã de Porto Alegre, proposto pelo ex-vereador Alberto Kopittke (PT).
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