O empres�rio integra a diretoria da entidade no 
Rio Grande do Sul pelos pr�ximos quatro anos O empres�rio integra a diretoria da entidade no Rio Grande do Sul pelos pr�ximos quatro anos Foto: /Marcos Nagelstein/Ag�ncia Preview/Divulga��o/JC

Andr� Godoy � a nova cara do Sebrae no Estado

Ele assume como diretor superintendente pelos pr�ximos quatro anos

André Vanoni de Godoy assumiu, recentemente, como diretor superintendente do Sebrae no Rio Grande do Sul, em substituição a Derly Fialho. Natural de Caxias do Sul, é empresário, administrador de empresas e advogado, além de possuir mestrado em Direito. Foi membro titular do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae-RS por 19 anos, onde presidiu a comissão de ética por quatro deles. Dirigiu, ainda, o Sistema Fiergs e atuou como presidente da Associação dos Administradores da Região Nordeste do RS, do Conselho Deliberativo da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul e do Conselho Consultivo do Sesi de Caxias do Sul. Nesta entrevista, ele fala sobre o novo desafio.
GeraçãoE - Como será sua gestão à frente do Sebrae?
André Godoy - Tendo como base as diretrizes emanadas do Conselho Deliberativo do Sebrae-RS, cuja presidência está com o também presidente da Fiergs, Gilberto Petry, a diretoria que inicia esta gestão, integrada por mim e pelos diretores Marco Aurélio Paradeda (Administração e Finanças) e Ayrton Pinto Ramos (Técnico), pretende dar continuidade e aperfeiçoar a atuação do Sebrae-RS como força indutora do desenvolvimento e do fortalecimento das micro e pequenas empresas (MPEs), as quais representam 98,50% do universo de empreendedores, geram 48,6% dos empregos formais e são responsáveis por 32,6% do Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho. Neste contexto, nosso principal desafio é direcionar as ações da organização para a geração de valor aos nossos clientes, convencidos de que nenhum esforço terá sentido se o resultado de nosso trabalho não transformar a vida dos empreendedores. Nosso olhar está atento às transformações do mundo e às novas formas de empreender, o que nos leva a investir em soluções digitais e em programas voltados a esses novos modelos de negócios, como forma de bem cumprir a nossa missão, que é promover a competitividade, o desenvolvimento sustentável dos pequenos negócios e fomentar o empreendedorismo que transforma. Tudo em meio a um cenário de incerteza orçamentária, que aumenta nossa responsabilidade na gestão responsável dos recursos arrecadados, exigindo uma gestão austera financeiramente e operacionalmente eficiente. Ou, em outras palavras, fazer mais, e melhor, com menos.
GE - Que desafios quem empreende enfrenta no Rio Grande do Sul?
André - Os desafios dos empreendedores gaúchos não diferem daqueles enfrentados pelos empreendedores de todo o País. Independentemente do porte, a trajetória do empreendedor é marcada por desafios e percalços que, muitas vezes, acabam sendo os grandes responsáveis pelo aprendizado e pelo sucesso de uma empresa. No Rio Grande do Sul, a exemplo de outros estados da Nação, questões como burocracia, legislação trabalhista ultrapassada, um intricado sistema tributário, dificuldade de acesso a crédito e a mercados, travam aqueles que têm a intenção de abrir o próprio negócio ou expandir sua empresa. Claro, temos tido avanços em alguns destes campos como é o caso, por exemplo, do Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, que instituiu tratamento diferenciado e favorecido aos pequenos negócios. Alguns dos pontos da legislação que podemos destacar são as regras do Regime Especial unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições - Simples Nacional; o acesso aos mercados através das licitações exclusivas para MPEs; a política de incentivo à criação do Microempreendedor Individual (MEI); a implementação da Redesimples, que desburocratiza a inscrição, alteração e baixa de empresas, entre outros, que têm contribuído para o surgimento de um ambiente de negócios mais favorável. Mas, a despeito dessas conquistas, muito ainda há para ser feito. A melhoria do ambiente para a realização de negócios é uma meta constante do Sebrae, já que uma realidade artificialmente hostil se torna um dos principais entraves ao crescimento das empresas, pois reduz a competitividade e contribui para a informalidade dos pequenos negócios. Empreender foi, é e sempre será desafiador. O que o Sebrae procura fazer é contribuir para que estas dificuldades fiquem restritas àquelas inerentes à competição entre empresas.
GE - Como aborda a questão de reduzir o tempo para abertura de empresas?
André - Algumas ações neste sentido têm sido realizadas no Rio Grande do Sul através de parcerias entre o poder público e o Sebrae-RS. Um exemplo é a implementação da Redesimples - Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios. Temos, atualmente, 160 prefeituras gaúchas integradas à Rede, universo onde se encontram cerca de 78% das micro e pequenas empresas do Estado, as quais já estão vivendo com menos burocracia. Também contribuímos para a criação da Junta Digital por meio da digitalização de 18 milhões de imagens contidas no acervo de documentos da Jucis-RS, que permite a criação, alteração e exclusão de empresas através da internet. Além de dar maior transparência aos registros empresariais, o serviço torna o processo mais ágil, com mais segurança e confiabilidade. Para se ter uma ideia, o registro empresarial, feito no modelo antigo, levava em média oito dias para ficar pronto. Com a nova ferramenta digital, o tempo é reduzido para até dois dias, e o empreendedor consegue acompanhar todo o andamento do processo. O Registro Digital, que já era obrigatório em Porto Alegre, desde 1 de dezembro passou a ser obrigatório em todo o RS. Participamos ativamente desse mutirão contra a burocratização promovendo seminários regionais para a divulgação do funcionamento da Junta Digital. Outra parceria que firmamos no final do ano passado com o governo do Estado, tendo em vista os resultados já obtidos através da Redesimples, foi o convênio para desburocratização e simplificação legislativa. O decreto foi assinado em dezembro do ano passado e prevê a criação do Conselho Estadual de Desburocratização e Empreendedorismo, cujo objetivo é institucionalizar um espaço permanente de controle da burocracia do Estado, ação que faz parte de um projeto-piloto no País. O Brasil ainda tem muito a avançar neste sentido em comparação a países como Nova Zelândia, Singapura e Dinamarca, que encabeçam o ranking de lugares mais fáceis para se abrir uma empresa, segundo o relatório da Doing Business 2018. Mas não podemos ignorar os avanços e as melhorias já conquistadas.
GE - O ano de 2019 será bom para empreender?
André - Os empreendedores estão otimistas! Muito embora 2018 não tenha sido um bom ano para os pequenos negócios, sete em cada 10 empreendedores apostam que 2019 será melhor. É o que revela a pesquisa "Expectativa para a economia e para a empresa", feita pelo Sebrae-RS entre agosto e outubro, com mais de 5.8 mil empreendedores brasileiros. Acredito que essa expectativa otimista pode contribuir nos processos de recuperação das economias gaúcha e brasileira e, como consequência, na criação de um ambiente mais adequado ao empreendedorismo. Porém, será necessário que todos façam a sua parte. O governo federal, por exemplo, tem o grande desafio de colocar em prática medidas pouco populares, sobretudo na área fiscal, que são vitais para a retomada do desenvolvimento. Assim, acredito que possamos ter um ano mais favorável ao empreendedorismo, sobretudo aquele por oportunidade. Neste cenário, estamos à disposição de todos os empreendedores para apoiá-los em suas necessidades. Contem com o Sebrae-RS.
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Coment�rios ( 1 )
  1. Rog�rio

    O Sistema S precisa ser extinto. Em que mundo este cidad�o vive, e at� quando estas pessoas tentar�o esconder a realidade? O ano de 2019 ser� de profunda crise, pois o mundo est� entrando em colapso financeiro sem data para terminar. A concentra��o de renda chegou a um limite insustent�vel, as pessoas n�o tem mais dinheiro para consumir como antes.

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