Tainan Caballero promove maratonas de empreendedorismo Tainan Caballero promove maratonas de empreendedorismo Foto: /Dienifer Medinger/Divulga��o/JC

'A ideia n�o tem valor, o que vale � a entrega', garante Tainan Caballero

Quando se fala em formação de empreendedores no Rio Grande do Sul, difícil quem não conheça Tainan Caballero. Em parceria com universidades, ele promove maratonas de empreendedorismo e faz as pessoas enxergarem suas ideias como negócios.
Além desse trabalho, ele é cofundador e desenvolvedor de Negócios na NEW-e, empreendimento de energias renováveis e educação. Na entrevista abaixo, ele fala como funciona sua atividade junto a pessoas dispostas a transformarem a sociedade e traça um perfil dos projetos que mais têm potencial de dar certo.
GeraçãoE - Como funcionam os programas de empreendedorismo que vocês organizam?
Tainan Caballero - Criamos espaços de confiança para o desenvolvimento das características do comportamento empreendedor, da autonomia e do protagonismo, através de ferramentas específicas, tudo na prática, em meio às condições do mundo real. Esse cenário proporciona muito autoconhecimento, o que ajuda a encontrar problemas reais que os empreendedores têm afinidade e interesse em resolver. Só depois de conhecer bem as características do problema é que partimos para as hipóteses de solução, modelagem do negócio, protótipo e MVP. Para nós, a ideia não tem valor, o que vale é a entrega concreta, porque papel aceita tudo, já os clientes, os sócios e os fornecedores, não. Quem quer construir um negócio ou uma empresa precisa estar familiarizado com essa dinâmica e saber se posicionar em tempo real.
GE - Como surgiu a ideia de desenvolver maratonas?
Tainan - Em 2015, cofundei a Pulsar, só para realizarmos programas assim porque percebemos, por experiência, que as pessoas não estavam devidamente preparadas para desenvolver novos negócios em tempos de Nova Economia. Tudo é mais intenso, rápido e incerto, porém, hoje existem muitas ferramentas disponíveis para construir e testar negócios rapidamente, mas que não estavam sendo difundidas por aqui. Se o negócio não funciona, precisamos saber logo, assim podemos investir melhor todos os recursos. No segundo semestre de 2016, depois que saí da Pulsar e conversei com meus ex-sócios, expandimos as operações da NEW-e, empreendimento na área de energias renováveis que cofundei em 2012, e começamos a realizar essas atividades focadas no desenvolvimento de novos negócios científico-tecnológicos. Até hoje, foram 13 programas e 16 workshops.
GE - Como se forma um empreendedor?
Tainan - Partimos da etimologia da palavra empreendedorismo, do latim imprehendere, onde o empreendedor é a pessoa que sai da mesmice, que rompe com a atitude natural e é responsável direto pela construção do seu mundo. É como um software nativo de aprendizado contínuo, está em cada um de nós. Alguns se desenvolvem mais, outros menos, como qualquer habilidade. Acreditamos que é possível ajudar na evolução de cada indivíduo colocando-os em situações que dependem deles. A partir daí, cada um é responsável por trilhar seu caminho, nós só vamos acompanhando e compartilhando ferramentas. É como aprender a andar de bicicleta. No começo, tira rodinha, corre do lado. Lá na frente, alguns se tornam profissionais da bike, o que exige muito mais capacidade e dedicação individual.
GE - De todas as maratonas já realizadas, qual o perfil de pessoa e de projeto que se destaca?
Tainan - No geral é uma soma de variáveis. Posso dizer que as pessoas que têm uma boa visão de mundo, mais macro, conseguem avançar bem nos negócios. Quem se conhece mais tem mais facilidade para encontrar um negócio que faça sentido para si. Esses, geralmente, estão mais na frente por serem mais engajados e conseguirem ponderar melhor a formação de suas equipes. Eles querem fazer aquilo acontecer e avaliam melhor os riscos envolvidos para seguir em frente. Quanto aos projetos, se destaca aquele que é feito. Simples assim. E como estamos falando de ciência, tem vantagem a tecnologia que está mais madura, embora não garanta o êxito. Mas, no fim das contas, percebo que existe uma grande diferença naqueles que são mais sagazes. Eles costumam ver caminhos e fazer coisas mais ousadas. São criativos e compenetrados. Agem com mais convicção e segurança, embora corram riscos mais elevados. São poucos, mas quando se alinham, as entregas são bem robustas.
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