Altan�sio Ferreira, da Chocolate Gramadense Altan�sio Ferreira, da Chocolate Gramadense Foto: /Mauro Belo Schneider/Especial/JC

Como funciona a venda direta para ind�strias

Altan�sio Ferreira de Lima � dono da Chocolate Gramadense

A Chocolate Gramadense, de Gramado, trabalha com uma estratégia de venda que elimina a necessidade de fornecer seus produtos a lojas de terceiros. O negócio, fundado e administrado por Altanísio Ferreira de Lima, foca na comercialização dentro de empresas, através de contato com as associações de funcionários.
Dessa forma, os trabalhadores podem consumir e ter o valor descontado diretamente na folha de pagamento. Nesta entrevista, concedida na linha de produção, na Serra, o empreendedor detalha como funciona o processo e quais os benefícios para os envolvidos - inclusive o consumidor.
GeraçãoE - Como a Gramadense começou a vender diretamente aos funcionários dentro das empresas?
Altanísio Ferreira de Lima - Comecei a buscar uma forma de vender direto para o consumidor e fizemos contato com as empresas grandes. Elas acharam a ideia ótima. A Grendene, por exemplo, é nossa parceira há quase 30 anos. Quando a marca começou a comprar de nós tinha 3,8 mil funcionários. Teve um ano que eles estavam com 35 mil. Para ver como tivemos que crescer só para atender a Grendene. Hoje, a gente fornece para a Ford, para a Associação de Servidores Públicos de Joinville, para várias empresas. Temos mais de 20 fábricas de calçados que compram chocolate de nós.
GE - Assim o consumidor acaba pagando preço menor?
Altanísio - O consumidor paga o preço de fábrica e ainda é descontado em folha em até três vezes. Então, veja como facilita a vida da pessoa, porque ele vai no supermercado, vai comprar um ovo de páscoa industrializado, pagava mais ou menos um quilo, R$ 100,00 e o nosso está R$ 60,00. Já paga 40% a menos e ainda faz descontado em folha ou no cartão de crédito. Consegue comprar em uma quantidade bem maior. Para nós é bom, para o consumidor é bom, para o dono da indústria é bom, porque ele está proporcionando ao funcionário dele ter acesso a um produto de qualidade, é bom para todo mundo.
GE - E na empresa, como é que fica disposto o produto de vocês?
Altanísio - Normalmente, algumas fábricas, por exemplo, a Grendene, compra um kit com tantos itens e eles dão para o funcionário. Ou permitem que a gente faça feiras, disponibilizando um local. A gente monta lá uma exposição, como se fosse num supermercado, e eles liberam o funcionário na saída para passar lá e comprar o chocolate.
GE - O que as empresas que abrem as portas para vocês ganham com isso?
Altanísio - Geralmente elas têm um setor de Recursos Humanos (RH) e ali promovem essas oportunidades para os funcionários comprarem produtos. Para elas, é interessante, assim, em termos de um bom relacionamento.
GE - Essa estratégia gera uma renda quase que garantida, correto?
Altanísio - Sim. Porque o chocolate tem as épocas sazonais, Natal, Páscoa, Dia das Crianças, Dia dos Namorados, Dia das Mães. Então, nesses períodos é que a gente faz esse trabalho nas empresas. No supermercado se tem que enfrentar concorrência, eles querem preço, cobram até o espaço da gôndola para poder expor o produto. Querem uma promotora que vá vender, uma bonificação, um desconto, prazo de pagamento e ainda consignado. Enquanto que as empresas não. Eu produzo uma quantia "x" e já sei que vou vender tudo e não vai sobrar. Aquele custo extra que teria para colocar no mercado disponibilizo como desconto para poder vender nas empresas.
GE - Se é descontado na folha do funcionário, quem paga para vocês é a empresa?
Altanísio - É faturado tudo pela empresa. A gente não perde nada, tem essa parceria. No caso da Grendene, ela antecipa o pagamento três meses antes de a gente entregar o produto, antecipam a metade do pagamento. É uma tranquilidade trabalhar assim com as empresas.
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