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Fórmula 1

- Publicada em 08 de Maio de 2022 às 07:48

GP de Miami de F1 demorou mais de cinco anos para sair do papel

Certamente todo o calvário para finalmente correr em Miami ajudou a mostrar o caminho para a F1 conquistar os EUA

Certamente todo o calvário para finalmente correr em Miami ajudou a mostrar o caminho para a F1 conquistar os EUA


Mark Thompson /Getty Images via AFP/DIVULGAÇÃO/JC
Correr em Miami era um projeto antigo. Seis meses antes de a Liberty Media assumir de fato o controle dos direitos comerciais da Fórmula 1, o então presidente da empresa Chase Carey já deixava claro qual era o objetivo central: "Teremos um plano para desenvolver (o esporte) na América. A F1 é uma marca premium e isso significa que você precisa estar em um lugar como Los Angeles, Nova Iorque ou Miami", disse o norte-americano em sua primeira entrevista para o site oficial da categoria em setembro de 2016, logo depois do anúncio da venda. Eis que levou mais de cinco anos desde que a Liberty assumiu, com Carey como CEO, até o primeiro GP em Miami, que será realizado neste domingo (8), a partir das 16h30min.
Correr em Miami era um projeto antigo. Seis meses antes de a Liberty Media assumir de fato o controle dos direitos comerciais da Fórmula 1, o então presidente da empresa Chase Carey já deixava claro qual era o objetivo central: "Teremos um plano para desenvolver (o esporte) na América. A F1 é uma marca premium e isso significa que você precisa estar em um lugar como Los Angeles, Nova Iorque ou Miami", disse o norte-americano em sua primeira entrevista para o site oficial da categoria em setembro de 2016, logo depois do anúncio da venda. Eis que levou mais de cinco anos desde que a Liberty assumiu, com Carey como CEO, até o primeiro GP em Miami, que será realizado neste domingo (8), a partir das 16h30min.
Quando o acordo final foi fechado, o dirigente já não era mais o chefão da categoria, tendo sido substituído por Stefano Domenicali alguns meses antes, mas fez questão de reaparecer no paddock em Imola no final de semana que em que a F1 finalmente anunciou o contrato de 10 anos para a realização da prova, em abril de 2021.
Aquela não foi a primeira vez que a F1 anunciava que correria em Miami. Três anos antes, a Liberty tentou levar adiante outro projeto, com a primeira corrida sendo prometida para 2019.
Na época, a Liberty estava pressionada a fazer a ampliação no calendário que Carey havia prometido assim que assumiu como CEO no início de 2017. Os norte-americanos não tinham assinado com nenhum novo GP quando foi anunciada a proposta de correr nas proximidades de Miami Beach, usando a estrutura da American Airlines Arena, casa do Miami Heat, da NBA.
Foi quando começaram os problemas. De moradores da região reclamando de possíveis danos à audição de seus animais de estimação a obras relacionadas ao PortMiami, o projeto sofreu vários golpes e uma votação final da comissão local foi sendo atrasada por meses. Os planos de correr no centro de Miami pareciam ambiciosos demais.
"O plano é ter uma segunda corrida dos Estados Unidos", insistiu Carey na época. "Mas não estamos negociando só com Miami, mesmo que tenhamos confiança de que seria um ótimo projeto. As negociações continuam. Mas quando falamos de circuitos de rua, muitos interesses precisam entrar em acordo e isso leva tempo."
De fato, a Liberty não desistiu. Se a cidade de Miami estava adiando a votação do projeto, isso não significava que a corrida estaria vetada na Grande Miami. Nesta fase, Stephen Ross, dono do Miami Dolphins, da NFL, já estava bastante envolvido. Ele frequentou várias corridas da F1 para entender mais sobre o que era necessário para realizar uma corrida da categoria. E entendeu que as demandas eram muito grandes para uma prova na região central de Miami, já que as ruas ficariam interditadas por muito tempo.

Mudança de local

E aí que entra a ideia de levar a prova para as proximidades do Hard Rock Stadium, justamente a casa do Miami Dolphins, localizada na cidade vizinha de Miami Gardens, usando várias vias particulares, adjacentes ao estádio. O anúncio de que ambas as partes tinham entrado em acordo "a princípio" foi feito em outubro de 2019 para uma corrida que faria sua estreia em 2021.
Mas o projeto também sofreu para ser aprovado pela comissão local. Os promotores chegaram a divulgar os e-mails dos membros da comissão que votaram contra a prova para que os fãs os pressionassem a voltar atrás. Foram várias idas e vindas, com 36 diferentes propostas de traçados entre elas, uma vez que uma das preocupações era acerca do fechamento de uma via importante na região, e enfim chegou-se a um acordo, que inclui o início mais tarde das atividades de sexta-feira a fim de não atrapalhar o horário escolar.
Todo esse atraso fez com que a prova só pudesse entrar no calendário agora, curiosamente um cenário completamente diferente daquele de setembro de 2016, quando Carey deu sua primeira entrevista citando uma prova na cidade. Com o trabalho que a Liberty fez com conteúdo digital desde que assumiu, turbinado pelo sucesso da série da Netflix que acompanha os bastidores da categoria, a F1 vive um grande momento nos Estados Unidos.
Tanto, que a categoria está apostando em fazer a promoção (e, assim, arcar com o risco de prejuízo, em um modelo único no campeonato) de uma terceira etapa no país, em Las Vegas, estreando ano que vem. E já fala em um quarto GP no país. Uma das candidatas é justamente Los Angeles, também citada por Carey. Certamente todo o calvário para finalmente correr em Miami neste final de semana ajudou a mostrar o caminho para a F1 conquistar, finalmente, os EUA.
Folhapress
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