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Campeonato Gaúcho
- Publicada em 26 de Fevereiro de 2022 às 18:02Ônibus do Grêmio é apedrejado e Grenal está adiado
Jogador Villasanti sofreu ferimentos e foi conduzido ao hospital
GRÊMIO FBPA/DIVULGAÇÃO/JC
Igor Natusch
Um ato de violência manchou, antes mesmo de começar, o Grenal marcado para este sábado (26) no Beira-Rio. O ônibus da delegação gremista foi recebido a pedradas ao chegar no estádio e alguns jogadores foram atingidos. Villasanti, em especial, foi levado ao hospital, sendo diagnosticado com traumatismo craniano e concussão cerebral. A situação levou a direção gremista a decidir não entrar em campo para a partida, válida pelo Campeonato Gaúcho e marcada para 19h. O comunicado oficial do adiamento foi feito pela Federação Gaúcha de Futebol (FGF) às 20h05min. A nova data para a disputa ainda não está definida.
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Um ato de violência manchou, antes mesmo de começar, o Grenal marcado para este sábado (26) no Beira-Rio. O ônibus da delegação gremista foi recebido a pedradas ao chegar no estádio e alguns jogadores foram atingidos. Villasanti, em especial, foi levado ao hospital, sendo diagnosticado com traumatismo craniano e concussão cerebral. A situação levou a direção gremista a decidir não entrar em campo para a partida, válida pelo Campeonato Gaúcho e marcada para 19h. O comunicado oficial do adiamento foi feito pela Federação Gaúcha de Futebol (FGF) às 20h05min. A nova data para a disputa ainda não está definida.
Em coletiva, o vice-governador e secretário de Segurança Pública do Estado, Ranolfo Vieira Jr., comunicou que foram detidos dois indivíduos, identificados como possíveis responsáveis pelo apedrejamento. Segundo ele, imagens colhidas por câmeras de vigilância dão força à acusação de que os detidos sejam responsáveis pela agressão. Os dois foram conduzidos ao Palácio da Polícia. Ele também garantiu que não houve erros da Brigada Militar na escolta da delegação gremista, e que, apesar dos danos e ferimentos, tudo foi realizado dentro da técnica adequada para situações do tipo.
Por volta das 17h15min de sábado (26), o veículo que levava os gremistas foi atingido por pelo menos duas pedras na avenida Edvaldo Pereira Paiva, a poucos metros da entrada no estádio. Pessoas que estavam dentro do ônibus falam que uma barra de ferro também teria sido arremessada. Atingindo por uma pedra logo abaixo de um dos olhos, o volante Villasanti ficou desacordado e, depois de recobrar os sentidos, foi conduzido ao Hospital Moinhos de Vento da Capital. Segundo o clube, o atleta não teve fratura na cabeça, mas passaria a noite no hospital em observação. A expectativa era de que o atleta, que também sofreu uma lesão no quadril, fosse liberado na manhã de domingo (27).
Nas redes sociais, a assessoria do Grêmio divulgou imagens feitas logo após o ataque, mostrando pedras arremessadas contra o veículo, vidros estilhaçados e o atleta paraguaio, em uma maca, recebendo atendimento. Os jogadores Campaz e Thiago Santos também teriam sido atingidos, com menor gravidade.
Seguindo os procedimentos padrão, o árbitro da partida, Leandro Vuaden, confirmou inicialmente que iria aguardar até 21h para o início do jogo - o que, segundo ele, não excluía a possibilidade de uma decisão antes disso, o que acabou ocorrendo. Foram registrados atos de depredação dentro do Beira-Rio, e o policiamento foi reforçado na Trensurb para evitar danos e violência. A saída do estádio, segundo a Brigada Militar, deu-se sem incidentes maiores. Porém, veículos de torcedores gremistas foram depredados no entorno da Arena, onde foram deixados por pessoas que se dirigiram ao estádio do rival.
"Sofremos um atentado", afirma Bolzan
Logo após o incidente, a direção gremista passou a manifestar-se com veemência, no sentido de que a partida não aconteceria. "É certo que o Grêmio não joga. Chega disso, não vamos fazer nenhuma situação de jogo hoje", confirmou o presidente Romildo Bolzan. "Primeiro, por falta de segurança. Segundo, porque houve desequilíbrio, estamos com jogadores impossibilitados de jogar, um que era titular não pode jogar mais (Villasanti). E também o abalo emocional dos jogadores, está todo mundo chateado, todo mundo muito triste. É um desequilíbrio completo, a justa causa (para não entrar em campo) está muito clara". Por volta das 20h25min, a delegação gremista começou a embarcar novamente no ônibus para sair do Beira-Rio.
"Queremos manifestar com veemência nossa contrariedade com essa violência que vem acontecendo de modo constante. É lamentável que isso tenha acontecido, temos que que acabar com isso no futebol brasileiro", afirmou o presidente do Inter, Alessandro Barcellos, antes da confirmação do adiamento. "O Inter concorda com a não realização da partida, mas queremos tratar com a Federação para garantir a continuidade do campeonato com equilíbrio técnico". Segundo ele, o Inter não teria responsabilidade pela segurança no entorno do Beira-Rio, mas pelo interior do estádio e pelas pessoas que estivessem lá dentro.
A divergência entre os procedimentos para uma nova partida parece ter antagonizado os dirigentes de Grêmio e Inter. Inicialmente, esperava-se que ambos aparecessem ao lado de Luciano Hocsman, da FGF, em uma coletiva para anunciar uma possível nova data para o jogo. Bolzan, porém, acabou falando em separado, deixando claro o conflito de leituras em torno da situação.
"Vamos negociar o que for necessário para a partida ocorrer, mas não pode haver troca de papeis. Nós somos vítimas, isso tem que estar claro. E por ser vítima, o Grêmio vai tomar as atitudes que forem cabíveis", garantiu o presidente do Tricolor. "O Grêmio sofreu um atentado, uma emboscada. Isso é coisa de criminosos, de assassinos."
Nova data para o clássico não está definida
"A gente se solidariza com os atletas e com a equipe do Grêmio. Precisamos trabalhar para mudar isso, todos que trabalham e fazem o futebol, para que isso não volte a ocorrer. Pensar nesses pequenos gestos que, até inconscientemente, a gente acaba alimentando, inclusive vindos de nós, dirigentes", manifestou-se Barcellos, durante a coletiva. "O Inter contribuiu de forma efetiva, desde o primeiro segundo, usando o aparato tecnológico que o estádio possui para localizar essas pessoas responsáveis pela violência", ressaltou.
"Temos todos uma responsabilidade muito grande, enquanto dirigentes e profissionais do futebol, de passar para o aficionado que o futebol tem sua paixão, os seus rompantes, mas também tem sua parte lúdica. Se a gente começar a tratar isso de uma forma agressiva, essa nossa paixão tende a caminhar para o fracasso", manifestou-se Hocsman.
Agora, a questão é chegar a uma conclusão sobre a realização da partida em uma nova data. O Grêmio entra em campo na terça-feira (1º), contra o Mirassol, pela Copa do Brasil, e o Gauchão se encaminha para as últimas rodadas da fase classificatória, o que congestiona o calendário. A expectativa é que a nova data seja anunciada até a próxima segunda-feira (28).
Atualizado às 21h51
