O teste da pista de skate no mais novo trecho revitalizado da orla do Guaíba - uma área de 15 hectares entre a foz do Arroio Dilúvio e o clube Parque Gigante - foi mágico para os skatistas de Porto Alegre e da Região Metropolitana. Na noite de segunda-feira (27), um evento organizado entre a da prefeitura da Capital e da Federação Gaúcha de Skate (FGSKT), cerca de 200 praticantes da modalidade puderam conferir de perto a pista que será liberada no próximo dia 23 de outubro à comunidade.
A alegria estava estampada no rosto de cada um que cruzava uma das quatro pistas construídas com a mais alta qualidade e exigência. Os primeiros a colocarem seus carrinhos em ação foram os skatistas old school. A “rapaziada” entre 50 e 65 anos pode participar de um marco histórico, como eles mesmos contaram. Um dos mais empolgados e procurados era Sérgio Marreta, tido como uma lenda do esporte no Estado.
Marreta, lenda do skate gaúcho, era um dos mais empolgados com a nova pista. Foto: ANDRESSA PUFAL/JC
Praticante desde 1974, quando conheceu o skate no Rio de Janeiro, Marreta, hoje com 64 anos, relembrou a inauguração da pista do Parque Marinha do Brasil, em 1978. Ele esteve naquela inauguração e, agora, comemora o crescimento do esporte e as barreiras vencidas ao longo destes 44 anos. “Fiquei impressionado com o nível da liga do cimento desta nova pista. A construtora fez um trabalho maravilhoso e caprichado nos seus detalhes. A diversidade dos obstáculos e molduras deram à pista algo fantástico ao reproduzir várias cenas do skate urbano e detalhando cenários que fazem parte da história do skate de Porto Alegre,”, relatou emocionado.
O sentimento não era diferente com Alexandre Fornari, outro integrante do grupo old school do skate gaúcho. Assim como o Marreta, Fornari também esteve na inauguração da pista do Marinha e voltou à Orla para viver mais um momento marcante da cena do esporte no Rio Grande do Sul. “O skate começou como algo perseguido no regime da Ditadura e outras coisas mais. Agora, a gente vivendo tudo isso hoje, parece uma nova era. O sentimento que tenho é como se tivesse voltado da lua e estou em outro planeta. Só temos que comemorar, afinal, skate é amizade, diversão e, principalmente, um encontro entre amigos”, disse o skatista de 60 anos.
Complexo conta com cinco formatos: três verticais (Bowl, Flow Park e Snake Run) e dois da modalidade Street (Plaza e Flow). Foto: ANDRESSA PUFAL/JC
Os profissionais também participaram dos testes da nova pista. O skatista Diogo Silva, de Sapucaia do Sul, enalteceu cada detalhe. Comparando com outras pistas que ele andou pelo mundo, ele ressaltou o tamanho, a qualidade e o acabamento do piso. “Essa inauguração, além da visibilidade das Olimpíadas, só vai fortalecer e fazer o esporte crescer ainda mais, ganhando mais espaço no Brasil”, conta o praticante da modalidade de 32 anos, dos quais 22 são de prática do esporte.
O presidente FGSKT, Régis Lannig, também comemorou a liberação da pista, projetando a vinda de grandes competições para Porto Alegre. “A gente já está trabalhando para trazer um evento de grande porte, mas ainda não sabemos se será realizado este ano. Nós já estamos em conversa com a World Skate, que é a Fifa da modalidade, para trazer uma etapa do mundial no ano que vem”, revela Lannig.
Ao todo, foram dois dias de testes e, no final de cada sessão, os skatistas preencheram um questionário com suas impressões da
maior pista da América Latina e uma das cinco melhores do mundo. O projeto foi pensando e executado em uma parceria entre a Spot Skateparks e a Rio Ramp Design, com um investimento de R$ 2,4 milhões. No total, são 6.268 metros quadrados construídos. O complexo conta com cinco formatos: três verticais (Bowl, Flow Park e Snake Run) e dois da modalidade Street (Plaza e Flow).
A área do trecho 3 da orla contará ainda com com ciclovia, arborização, iluminação em led, três bares, 27 quadras esportivas e estruturas de apoio para prática de esportes.