Em sua última partida pela Premier League, o Manchester United derrotou o Wolverhampton Wanderers por 1 a 0, fora de casa, no último dia 28. Mas o motivo maior de alegria dos torcedores sequer estava em campo. Um Cristiano Ronaldo de papelão em tamanho natural passava de mão em mão pela arquibancada visitante.
A contratação do português três vezes campeão inglês, vencedor da Copa da Inglaterra, da Copa da Liga, da Champions League e do Mundial de Clubes em sua primeira passagem pela equipe (entre 2003 e 2009) energizou a torcida do Manchester United como não acontecia desde o último título da liga, em 2013.
Também despertou uma febre no futebol nacional antes da estreia do atacante naquele que pode ser, talvez, o último clube de sua carreira. Ele assinou contrato por duas temporadas com opção por mais uma.
O horário da partida gerou crise entre emissoras de TV, liga e torcedores. Por lei, é proibida a transmissão de jogos de futebol no Reino Unido no sábado, às 15h (horário local). Isso significa que, entre os moradores da Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte, quem não estiver em Old Trafford, não verá a estreia do astro ao vivo.
A BBC, dona dos direitos de transmissão pelo rádio, prevê audiência recorde. O mesmo para o tradicional Match of the Day, programa de televisão noturno de final de semana que mostra os melhores momentos de todos os confrontos da rodada.
No Brasil, a partida será exibida apenas pelo canal Star Plus, recém-lançado pela Disney. Para vê-lo, é preciso pagar uma assinatura de R$ 32,90 mensais. O conglomerado norte-americano também é dono da ESPN, que costuma mostrar o Campeonato Inglês.
Os ingressos são oferecidos no mercado paralelo e ilegal por até 1.000 libras (cerca de R$ 7 mil). O preço normal para a arquibancada está em torno de 45 libras (R$ 315,00).
Nas primeiras 12 horas após a divulgação de que Cristiano Ronaldo voltaria a usar o número 7 (o mesmo de sua primeira passagem), a Adidas vendeu 32,5 milhões de libras em camisas (R$ 227,5 milhões). A empresa é a fornecedora de material esportivo do United. O clube fica com 10% do valor, o que significa ter faturado 3,25 milhões de libras (R$ 22,75 milhões).
Na metade de um dia, a agremiação recuperou 20% dos 16 milhões de libras investidos para comprá-lo da Juventus (ITA). A dúvida é se Cristiano Ronaldo, antes ponta e agora centroavante finalizador, pode ser a peça que faltava para o United dominar de novo o cenário nacional. Nas últimas quatro temporadas, seus maiores rivais foram campeões da Premier League: o Manchester City três vezes (2018, 2019 e 2021) e o Liverpool, uma (2020).