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Esportes

- Publicada em 28 de Abril de 2021 às 17:22

'Não dá para fazer Olimpíada de qualquer maneira', diz Zé Roberto Guimarães

Aos 66 anos, Zé Guimarães não descarta voltar atrás na aposentadoria e seguir na seleção

Aos 66 anos, Zé Guimarães não descarta voltar atrás na aposentadoria e seguir na seleção


FIVB/DIVULGAÇÃO/JC
Atleta nas Olimpíadas de 1976 e único técnico a conquistar medalhas de ouro com as seleções masculina e feminina de vôlei, José Roberto Guimarães se sente no escuro para entregar uma lista com apenas 12 nomes que vão defender o Brasil nos Jogos de Tóquio. A cerimônia de abertura do megaevento está marcada para 23 de julho.
Atleta nas Olimpíadas de 1976 e único técnico a conquistar medalhas de ouro com as seleções masculina e feminina de vôlei, José Roberto Guimarães se sente no escuro para entregar uma lista com apenas 12 nomes que vão defender o Brasil nos Jogos de Tóquio. A cerimônia de abertura do megaevento está marcada para 23 de julho.
Zé falou sobre a realização do Jogos em meio à pandemia, a preparação para mais uma olimpíada e analisou o grupo da equipe brasileira em Tóquio. Aos 66 anos, ele já tomou as duas doses da vacina contra a Covid e afirma que tem mantido os cuidados para evitar  contaminação. O treinador também contou que ainda não bateu o martelo sobre a decisão de se aposentar da seleção depois de Tóquio, como havia anunciado em 2019.  
As seleções feminina e masculina começaram a trabalhar, visando Tóquio, no dia 5 de abril, no centro de desenvolvimento da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), em Saquarema, no Rio de Janeiro. Antes dos Jogos, a principal competição será a Liga das Nações, na Itália, a partir de 25 de maio.
O que tem de diferente na preparação para Tóquio em meio à pandemia?
José Roberto Guimarães - É tudo muito atípico. Precisamos fazer um planejamento diferente do que já vivemos anteriormente, em todos os sentidos. Infelizmente não deu para sair do País e observar as jogadoras, como sempre fiz. Estamos tendo que adequar números de atletas e comissão técnica. Pode ser que tenhamos que substituí-las - em caso de infecção pelo coronavírus -, então os prazos de inscrições, substituições estão sendo estudados com a Federação Internacional e o COI. São coisas que tínhamos prontas, prazos estabelecidos, e agora tem que readequar tudo. Não tem como fechar questão nessa situação.
Essa pausa forçada em 2020 contribuiu para o aspecto físico das atletas?
Zé Guimarães - Passamos por períodos bem difíceis neste ciclo. Tivemos em 2017 e 2018 muitas contusões, a Thaisa, depois a Natália, a Gabi. Várias jogadoras que tiveram problemas físicos precisavam de um tempo. Acho que essa situação colaborou um pouco para se recuperarem. Mas se precisasse jogar uma Olimpíada em 2020, tínhamos um grupo teoricamente pronto. A Fabiana estava disponível. O adiamento também ajudou de uma certa forma algumas jogadoras, mas causou algum tipo de problema. Não que eu veja a gravidez da Fabiana como ter causado problema, não é isso. Jogadoras se programavam para depois da Olimpíada, também não podem ficar esperando. Vamos sentir a falta de uma jogadora como ela, mas tudo ao seu tempo.
Quais atletas, hoje, já estão garantidas na lista das 12 para Tóquio?
Zé Guimarães - Tenho algumas dúvidas de lutas por posições, e isso acontece em qualquer competição. E a luta é muito forte, espero que ocorra tudo bem e realmente a gente consiga a melhor opção. Vamos olhar os números, o empenho.
Qual análise pode ser feita do grupo do Brasil?
Zé Guimarães - O Japão joga em sua casa e é uma seleção chata, a bola vai e volta, precisamos ter paciência com a defesa. É um time com muita velocidade e extremamente técnico. A Coreia, o técnico Stefano Lavarini trabalhou no Brasil, é um time semelhante ao Japão. A Servia é atual campeã mundial e tem a Boskovic, oposta que é das melhores do mundo. Se tiver no dia dela, é difícil segurar. Depois tem a República Dominicana, que o técnico trabalhou com a gente até 2007 na seleção nacional, o Marcos Kwiek, que vem fazendo um trabalho excepcional. Então, não vai ter moleza. Talvez o Quênia, que vai ser dirigido pelo Luizomar, técnico do Osasco, seja o mais fraco do grupo.
Você é a favor da realização dos Jogos?
Zé Guimarães - Lógico que, se os números estiverem subindo, nem o Japão vai querer realizar a Olimpíada. Se estiverem declinando, é possível com certa segurança. Se estiverem subindo, sou contra. Não dá para fazer de qualquer maneira. Temos que preservar vidas humanas, o povo. Olimpíada pode ter em qualquer ano, mas a vida, não. Então vamos aguardar e, se tudo estiver caminhado, estamos aqui nos preparando. Mas se disser que não vai ter, paciência, vamos ficar tristes, lamentar, mas fazer o quê?
É a favor de o governo federal vacinar os atletas?
Zé Guimarães - Se o quantitativo das vacinas destinadas para os atletas não atrapalhar a vacinação da população em geral, não vejo problemas.
Como tem lidado com as informações sobre o estado de saúde do Renan Dal Zotto?
Zé Guimarães - Tenho acompanhado com muita apreensão as notícias do Renan. Ele tinha tido uma melhora bastante grande e voltou a ser intubado. Lógico que causa muita apreensão para todos nós que torcemos muito para a pronta recuperação dele. Mas a gente sabe que isso vai acontecer, torce para que aconteça o mais prontamente possível. É importante em todos os sentidos, mas está todo mundo muito chateado, muito triste por isso, espero que o Renan consiga passar logo por esse momento de dificuldade. Estamos todos rezando por ele.
Você anunciou que deve se aposentar da seleção depois de Tóquio. Você se arrependeu?
Zé Guimarães - Não. Tinha dito, mas talvez. Não é que me arrependi. Esse trabalho que fiz em Barueri me deu outro alento. Essa motivação de trabalhar com jogadoras mais jovens foi muito importante, formar essas atletas. Com todas as dificuldades que passamos, foi interessante. Enquanto eu tiver essa energia e gostar de ensinar e de estar na quadra, eu vi que essa é a minha vida. Com todas as lutas, vamos continuar, vamos embora. Mas vai depender do resultado em Tóquio, se a gente tiver Olimpíada.
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