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Esportes

- Publicada em 25 de Abril de 2021 às 10:30

Inter redireciona olhar para os jovens atletas do Celeiro de Ases

Morada dos Quero-Queros, casa das promessas coloradas em Alvorada, voltou a ser o centro das atenções

Morada dos Quero-Queros, casa das promessas coloradas em Alvorada, voltou a ser o centro das atenções


INTERNACIONAL/DIVULGAÇÃO/JC
Deivison Ávila
A premissa da gestão Alessandro Barcellos é o fortalecimento dos jovens formados no Inter. Desde que o mandatário assumiu o clube, várias ações voltadas às categorias de base estão sendo feitas com o intuito de fortalecer o departamento. A Morada dos Quero-Queros, casa das promessas coloradas, voltou a ser o centro das atenções. Localizado em Alvorada, a cerca de 30 quilômetros do Beira-Rio, o centro de treinamentos está passando por reformas e teve boa parte de seu organograma renovado neste início de ano.
A premissa da gestão Alessandro Barcellos é o fortalecimento dos jovens formados no Inter. Desde que o mandatário assumiu o clube, várias ações voltadas às categorias de base estão sendo feitas com o intuito de fortalecer o departamento. A Morada dos Quero-Queros, casa das promessas coloradas, voltou a ser o centro das atenções. Localizado em Alvorada, a cerca de 30 quilômetros do Beira-Rio, o centro de treinamentos está passando por reformas e teve boa parte de seu organograma renovado neste início de ano.
Para entender mais como este processo está sendo conduzido, o Jornal do Comércio conversou com o diretor geral da base colorada, Felipe de Oliveira. Como o ditado diz: “o bom filho à casa torna”. Conselheiro do clube entre 1995 e 2010, Oliveira já exerceu a função em 2000 e volta com a missão de colocar em prática uma promessa de campanha de Barcellos: ter, em dois anos, 40% do time titular profissional com atletas formados no Celeiro de Ases.
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'A formação do atleta é integral, para que a gente consiga dotá-lo de habilidades sociais e humanas, não apenas técnicas e voltadas ao campo', afirma Oliveira. Foto: Mariana Capra/SC Internacional/JC
Sobre a metodologia de trabalho, o dirigente explica como é feito esse processo de garimpo de um jogador, desde as primeiras categorias, no caso a Escola Rubra, a partir da Sub-10. “A captação se inicia desde a entrada dos meninos na escolinha, quando eles passam a ser observados, assim como em parcerias que o clube tem com outras escolinhas, além de observadores que atuam em campeonatos e torneios em todo o Brasil”, explica.
Em um outro momento, com adolescentes a partir dos 14 anos que já podem ficar no Celeiro de Ases, o clube incorpora esses jogadores para fazerem parte da base. Um procedimento comum aos atletas que vivem em outras cidades é trazê-los de tempos em tempos para treinar no CT em Alvorada e retornar para sua cidade. Lembrando que a lei só permite que o adolescente seja incorporado ao clube a partir dos 14 anos.
Em uma determinada parte do processo, alguns meninos podem ser surpreendidos com o “não”, passando por provações na tão desejada e almejada carreira de jogador de futebol. Nesta fase, entram em campo assistentes sociais e todo o staff psicológico que o clube oferece. “A formação do atleta é integral, para que a gente consiga dotá-lo de habilidades sociais e humanas, não apenas técnicas e voltadas ao campo. Ele tem que estar emocionalmente pronto”, pondera Oliveira.
Mesmo atuando em diferentes setores do Inter ao longo destas duas décadas, o novo diretor tem uma lacuna de 20 anos desde a primeira vez que assumiu a base até o retorno à função, em sua posse em janeiro. Questionado sobre quais são as principais diferenças, ele aponta, negativamente, a distância que a base está dos atletas profissionais. “O ponto positivo está em uma maior preocupação na formação integral do jogador, não vinculando apenas à questão do campo, mas estendendo à educação, a parte social e psicológica de cada menino”, aponta.
Até que o projeto do novo CT que será erguido em Guaíba saia do papel, o Inter sofre com limitações físicas. A base passou para Alvorada a partir da reforma do Beira-Rio. Para suprir essa carência, o técnico Miguel Ángel Ramírez acompanha alguns treinos da base para ficar de olho em determinados atletas.
Oliveira ressalta que o processo de uma categoria de base precisa ser lento, justamente para não atropelar etapas importantes da formação do jogador. “Todo o nosso trabalho é pensando em produzir resultados contínuos, a médio e longo prazo”, enfatiza. “Sei que a ansiedade da torcida é grande para produzir jogadores, mas quando falo em base, quando me preocupo com atletas do Sub-10, Sub-11 ou Sub-12, estou pensando em jogadores para daqui oito, nove, dez anos. A ideia é fazer com que eles subam ao seu tempo, conforme seu desenvolvimento, para que, quando eles subirem, estejam prontos para poder suportar toda a pressão que é vestir a camisa do Inter e desempenhar o futebol deles com a melhor qualidade”, acrescenta.
Uma curiosidade de todo o torcedor é de como é feito o processo de formação de um jogador para determinada função. No início dos anos 2000, o Inter ficou conhecido pela produção de excelentes atacantes, por exemplo. “O processo parte de uma linha de sucessão. Consigo ter os jogadores mapeados desde o infantil, mirim, júnior e juvenil. A partir de então, a gente acompanha com a linha sucessória de cada posição. Ao mesmo tempo, ele já vai incorporando o que se chama de DNA do jogador do Inter, para que se forme com essas características e tenha essa identidade”, explica.
Oliveira explica ainda que o elo entre a base e o profissional é importantíssima justamente para acompanhar quais são as linhas sucessórias que podem estar falhando e, juntos, construam, através do diálogo, a melhor forma de suprir as necessidades do profissional que não estão sendo atendidas.
O dirigente falou também da relação dicotômica da base: levantar taças x formar jogadores. “A nossa finalidade não é ganhar títulos. Não adianta eu trazer um jogador seis meses antes da disputa de uma Copa São Paulo (principal torneio de categoria de base do País), com uma tremenda força física, mas que não tenha uma perspectiva de ser titular do Inter em algum dia, só para ter um resultado positivo nessa competição. O nosso objetivo é formar jogadores”, afirma.
Outro ponto analisado pelo clube é a falha ao longo da formação do atleta. “O erro faz parte. Por isso, a necessidade de ser cuidadoso ao longo deste processo. Por se tratar da formação de seres humanos, ocorrem erros que, muitas vezes, não são possíveis de ser solucionados. Por exemplo, se o Inter manda um jogador da base ser incorporado no profissional e depois percebe questões que foram aceleradas, terá de corrigir no dia a dia. Porque se trago esse atleta de volta para a base, mato o psicológico dele”, aponta.
De acordo com o dirigente, esses erros são muito comuns em diversas categorias de base do Brasil, justamente provocados por esse anseio que a torcida tem de ver o jogador da base em atividade. “A paciência que se tem com esse atleta não é a mesma que se tem com o reforço, com o jogador que é contratado pelo profissional. A paciência é pouca e os julgamentos são enormes. O jogo da base é diferente do profissional. É outra velocidade, tem outras exigências, por que são jovens”, justifica. Oliveira resume a passagem do processo em uma palavra: adaptação. É isso que a maioria dos jogadores precisa.
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