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Esportes

- Publicada em 23 de Janeiro de 2021 às 13:40

Abel Braga supera início ruim e recoloca Inter na briga pelo título

Abel conquistou o grupo, deu chance aos jovens e reestabeleceu o lado anímico do time

Abel conquistou o grupo, deu chance aos jovens e reestabeleceu o lado anímico do time


RICARDO DUARTE/INTER/JC
Em novembro, quando o argentino Eduardo Coudet decidiu deixar o comando técnico do Inter para treinar o Celta de Vigo, o clube gaúcho era líder do Brasileirão, estava classificado para as oitavas de final da Libertadores e às quartas da Copa do Brasil. Sem muito tempo para pensar, a direção colorada decidiu apostar em uma receita que fez sucesso na década passada: chamou Abel Braga, técnico que levou o Inter à conquista da primeira Libertadores e do Mundial.
Em novembro, quando o argentino Eduardo Coudet decidiu deixar o comando técnico do Inter para treinar o Celta de Vigo, o clube gaúcho era líder do Brasileirão, estava classificado para as oitavas de final da Libertadores e às quartas da Copa do Brasil. Sem muito tempo para pensar, a direção colorada decidiu apostar em uma receita que fez sucesso na década passada: chamou Abel Braga, técnico que levou o Inter à conquista da primeira Libertadores e do Mundial.
O treinador, contudo, vinha de trabalhos ruins no Cruzeiro e no Vasco e chegou debaixo de muita desconfiança. E a primeira amostra foi ruim: eliminado de cara da Copa do Brasil e da Libertadores e saída do G-4 do Brasileirão. Dois meses depois, no entanto, tudo mudou. Na quarta-feira (20), o Inter de Abelão retomou a liderança do Brasileirão com uma goleada por 5 a 1 sobre do São Paulo e se tornou um dos favoritos ao título.
Apesar do discurso oficial da antiga direção colorada ser de que a saída de Coudet partira de uma decisão do argentino de querer treinar um clube europeu, quem acompanha a equipe gaúcha sabe que o técnico estava insatisfeito. As reclamações de "elenco curto" eram frequentes.
A queixa do treinador argentino estava no fato de que o time disputava três competições simultâneas, perdera titulares importantes - Guerrero, Saravia e Boschilia sofreram lesões de ligamento - e as reposições não vieram. Em meio à pandemia, que agravou a situação financeira do clube, a diretoria fincou pé e pediu que Coudet trabalhasse com o que tinha. Com isso, ele decidiu ir embora.
A direção, então, levou menos de 24 horas para anunciar Abelão. Àquela altura, o técnico despertava reações distintas entre os torcedores. Ainda que a maioria tivesse um enorme sentimento de gratidão pelos títulos e pelas demonstrações de afeto do técnico - que em mais de uma vez se declarou torcedor colorado -, muitos consideravam que ele estava ultrapassado.
Abel, porém, tratou de trabalhar. "Não quero conflito, mas acho que temos um número legal de jogadores", disse já na chegada. É verdade que as eliminações na Copa do Brasil para o América-MG, e na Libertadores para o Boca, deram uma folga no calendário e fizeram com que o eventual "elenco curto" se tornasse um grupo suficiente. Mas Abel foi além, e deu espaço a jogadores que antes eram usados por Coudet apenas em casos de necessidade.
Praxedes é um deles. O meia de 18 anos foi um dos melhores na vitória do domingo diante do Fortaleza e no massacre protagonizado no Morumbi, na última quarta-feira. Caio Vidal é outro. O atacante de 20 anos foi lançado por ele e, há doze dias, fez seu primeiro gol no time principal do Inter e ainda foi o destaque no triunfo sobre o Ceará.
Outro jovem que ganhou espaço com Abel e está retribuindo - e muito bem - é o atacante Yuri Alberto. Trazido do Santos, o jogador de 19 anos era apenas opção eventual para Chacho. Agora, desbancou os estrangeiros do grupo e, ainda que às vezes não seja titular, é sempre acionado. Tem 10 gols no Brasileirão e, com Abel, virou vice-artilheiro do time. Yuri Alberto é mais um que segue o mantra do técnico: "Se tiver melhor que um veterano cascudo, vai jogar e ser titular", afirmou o treinador sobre a opção de escolher atletas menos experientes.

Abel abriu espaço para as crias da base e eles deram resposta

Além de dar espaço aos guris da base, Abel Braga, claro, impôs seu estilo de jogo. E ele é bem distinto daquele que era usado pelo antecessor argentino. Com Coudet, o Inter priorizava a marcação alta e a posse de bola. Em quase todas as partidas o Colorado saía com maior tempo de jogo - exceções vistas nos duelos diante do Atlético e do Flamengo, no Beira-Rio. Chacho também cobrava muita intensidade dos jogadores, o que invariavelmente fazia o time perder fôlego nos minutos finais. Às vezes, isso custou pontos importantes.
Abel, por sua vez, não parece se preocupar com a posse de bola. Sob o seu comando, a equipe raramente termina vencedor nesse quesito - mas tem sido vencedor ao final dos 90 minutos, a única coisa que importa num campeonato por pontos corridos. E neste domingo (24), Abelão terá pela frente o maior rival, às 16h, no Beira-Rio.
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