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Esportes

- Publicada em 21 de Setembro de 2020 às 13:01

Grêmio: Ex-vice-presidente de Futebol revela arrependimento na demissão de Renato em 2011

'Não se ganha cobrando externamente. Às vezes, tem de ser duro, mas é tudo no interno', diz Martins

'Não se ganha cobrando externamente. Às vezes, tem de ser duro, mas é tudo no interno', diz Martins


CAROLINA NOCCHI/DIVULGAÇÃO/JC
Patrícia Comunello
Há alguma semelhança entre o ambiente que levou à saída do técnico Renato Portaluppi do Grêmio em junho de 2011, na primeira vez em que o ídolo tricolor assumiu o comando técnico, e o inferno astral que está em curso agora? O vice-presidente de Futebol na época do primeiro pedido de demissão de Renato e integrante do Conselho Deliberativo, o advogado Antônio Vicente Martins, avalia que sim e revela um arrependimento sobre o desfecho da "crise técnica" de quase dez anos atrás. 
Há alguma semelhança entre o ambiente que levou à saída do técnico Renato Portaluppi do Grêmio em junho de 2011, na primeira vez em que o ídolo tricolor assumiu o comando técnico, e o inferno astral que está em curso agora? O vice-presidente de Futebol na época do primeiro pedido de demissão de Renato e integrante do Conselho Deliberativo, o advogado Antônio Vicente Martins, avalia que sim e revela um arrependimento sobre o desfecho da "crise técnica" de quase dez anos atrás. 
"Quando a gente fez a substituição em 2011, a gente errou, pois não precisava e podíamos ter insistido mais com ele", admite Martins, num bate-papo por vídeo para o quadro JC Explica, direto de Maresias, no litoral de São Paulo. O advogado recorda como foi a saída e as lições do episódio. Dois meses após a troca de técnico, Martins pediu para sair. A razão? Não aguentou a pressão de fora.   
O ex-vice-presidente aponta que resiliência é uma virtude em momentos como o atual e considera adequada a condução do presidente Romildo Bolzan Jr e do próprio Renato. Para Martins, a fonte dos problemas hoje é "uma pobreza técnica bastante preocupante mostrada pelo Grêmio. "Mas não adianta só dizer que vai ficar. Alguma coisa está errada porque a gente vê dentro do campo", observa. A volta da Libertadores com a derrota para o Universidad Católica expôs mais esse fator.  
Renato pediu para sair na noite de 29 de junho de 2011, após um empate com o Avaí, meses depois da  estreia no cargo em 2010, quando tirou o time da zona do rebaixamento do Brasileirão e garantiu vaga na Libertadores. Sobre a demissão de Renato agora, caso os resultados sejam negativos - e tem o Grenal 427 pela Libertadores -, o conselheiro admite que é possível:
"A pressão é muito forte e a saída dele pode ocorrer até para distensionar."
Resta saber se uma eventual saída em 2020 será um acerto ou erro. Acompanhe a seguir a íntegra do bate-papo em vídeo e texto: 

JC EXPLICA: Entrevista com Vicente Martins e o que esperar do desfecho em 2020 

Jornal do Comércio - Como foi a saída de Renato Portaluppi  do comando técnico em 2011?
Antônio Vicente Martins - Em 2011, tivemos uma derrota bem difícil no Gauchão. Perdemos o segundo jogo em casa e o título para o Inter. Entramos no Campeonato Brasileiro com pressão bem forte e tivemos resultados negativos nas primeiras partidas. E a pressão só aumentava. A gente também estava em processo de remontagem do time, fazendo contratações - eram quase dois dois jogadores bons por semana. Depois, o time engrenou e fizemos um excelente campeonato. Mas naquele momento estávamos muito pressionados, e o Renato também e acabou saindo. Foi depois de uma derrota no Olímpico que ele comunicou que sairia, e o presidente na época Paulo Odone aceitou. 
JC - Houve uma conversa com vocês, e o que o Renato alegou?
Martins - Logo depois da conversa pós-jogo e do comunicado, fomos conversar com ele no quarto do hotel onde ele morava. Conversamos e ele manteve a posição, e o presidente já tinha optado também pela saída. Na época, era a pressão, e a pessoa não aguenta mesmo. Dois meses depois, quem saiu fui eu. Ia mudar alguma se trocasse o vice-presidente de Futebol? Evidente que não. Não tem mágica neste ambiente. O torcedor vive muito dessa magia. Tipo: “Substitui o treinador que vai vir um outro que vai decidir”. Não é assim. Não é essa Matemática. Se fosse, seria muito fácil. Troca uma peça e está resolvido.
JC - E como foi a despedida do técnico?
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Choro de Renato na despedida em 2011, na primeira vez como técnico. Foto: Edu Andrade/Agência Freelancer
Martins - No dia seguinte, fizemos uma reunião com o grupo, pessoal do vestiário em que o Renato se despediu. Foi muito emocionante, acabamos eu chorando, Renato, os jogadores. Ai saímos para deixar só o Renato com os jogadores. Quando estávamos atravessando os vestuários vazios, indo para dos médicos onde costumávamos conversar, nos olhamos (eu e os diretores César Cidade Dias e José Simões) e eu disse: “Fizemos uma cagada né”. Foi este o sentimento. Acho que a gente errou porque não mudava ele ter continuado. Talvez, o Renato tivesse que ter tido mais serenidade para aguentar. O Renato tem uma grande qualidade que é administrar o ambiente do vestiário, que é sempre muito tenso. Ele sabe como ninguém fazer isso e ainda mais no clube onde ele se criou. A pressão no futebol é permanente. Sempre brinco que quando tem uma vitória esmagadora por 5 a 0 sobre o teu mais tradicional rival, termina o jogo e alguém vai perguntar: “Por que não fizeram sete gols, podia ter feito sete!”. É um ambiente que não tem nunca um relaxamento. Com as experiências que já tive, acho que boa parte de um resultado positivo decorre do ambiente que se faz para trabalhar. Isso é em qualquer local. No futebol, é mais palpável. Acho que o presidente Romildo e o Renato fizeram bem em acalmar este momento (ao falar na coletiva de sexta-feira). No futebol, precisa ter serenidade para fazer a gestão. Um clube não é uma empresa comum, mexe com muita emoção. A gente vê pessoas que fora do ambiente são líderes empresariais, políticos e sindicais e quando estão naquele local, transformam-se numa criança, rebaixam o raciocínio, a capacidade cognitiva e de pensar e de decidir. No ambiente do futebol, tem de ter capacidade de resiliência.
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Bolzan Jr e o técnico na entrevista coletiva para dar respostas sobre time. Fotos: Lucas Uebel/Grêmio
JC - Tem um medida certa para esta gestão?
Martins - Quando falo que precisa ter liderança, é porque você trata com jovens atletas, estabelece disciplina. Não pode também ser excessivo nesse controle. O tempo todo se anda no fio da navalha. Pode errar por excesso de disciplina ou de condescendência em relação a determinados fatos que acontecem todos os dias, só que eles não vêm a público. Às vezes, deixar de punir algo dentro do vestiário pode ser entendido pelos demais como uma fraqueza, aí se pode perder o pulso. Ou o contrário, se há um excesso na punição, pode perder o grupo de trabalhadores por se sentirem atingidos por um comportamento de um deles. O ambiente precisa ser de transparência e diálogo e de distesionamento. São 40 pessoas num local pequeno. Tem pessoas que respondem bem à pressão e tem as que afundam.
JC - Há semelhanças entre aquele momento de 2011 e o que está acontecendo agora em 2020?
Martins - A atual direção está fazendo corretamente em aguentar. Depois que o Grêmio eliminou o Inter no Gauchão, há dois meses, a pressão era toda do lado do Colorado e era uma pressão gigante. Falavam até em trocar o treinador, que já não prestava mais... Há dois meses toda a crítica de terra arrasada que se fazia era sobre o Inter, mas como pode ser sobre o Corinthians ou o Grêmio hoje. Quem está neste ambiente tem de saber que é assim e tem de ter a capacidade de aguentar o tirão. É importante analisar o que é a crítica que, para mim, tem referência no time recente e é de natureza técnica. O Grêmio está mostrando uma pobreza técnica bastante preocupante. É preciso ter continuidade, mas é preciso tomar algumas medidas internamente. Espero que o Bolzan e o próprio Renato tomem juntos, com a direção de futebol. Mas não adianta só dizer que vai ficar. Alguma coisa está errada porque a gente vê dentro do campo.
JC - As redes sociais complicam e são um componente que não tinha há quase dez anos?
Martins - As redes sociais agonizam e cronificam a pressão. As redes dão voz para qualquer imbecil, as pessoas passam a ofender. Em 2011, não vivenciei isso.
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Klaus Câmara (esquerda), demitido, apresenta com jogador Diogo Barbosa, ao lado do vice de futebol, Paulo Luz 
JC - O executivo de futebol Klaus Câmara foi demitido. Quanto esse empobrecimento do futebol que tu citaste tem a ver com decisões deste posto e quanto o Renato tem responsabilidade, já que ele comanda tecnicamente o time?
Martins - O Renato tem responsabilidade e espero que ele não tenha perdido completamente o comando do vestiário. Não sei a razão da demissão do executivo de futebol, mas ele só executa. Quem decide sobre os jogadores é a direção de futebol junto com o treinador. O executivo vai montar a operação, a equação financeira, mas não decide nada sozinho. Muitas vezes as pessoas ficam fantasiando que quem contratou foi o “fulano”. Ninguém contrata um jogador, ainda mais com as cifras envolvidas, por uma decisão unilateral. A decisão da demissão deve ter uma estratégia. Mas não acho que a crise técnica do Grêmio passe pela demissão do executivo. Se fosse isso, estaríamos perdidos. Sugiro que as pessoas assistam a uma série que fala de uma temporada da NBA. Se chama The last dance. É a temporada do Chicago Bulls, que foi hexacampeão da principal liga do basquete norte-americano, na época do Michael Jordan. Vale muito a pena ver, pois podemos transpor para o vestiário do futebol. É exatamente a mesma coisa. Envolve a relação entre as pessoas, a decisão da gestão, os casos de jogadores deprimidos ou depressivos, do cara (jogador) que faz a brincadeira na hora certa e levanta o astral de todos.
JC - O Renato está perdendo um pouco dessa força do vestiário que é tão reconhecidae quanto isso pode preparar, dependendo dos resultados, a saída dele?
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Renato e o elenco de 2016 comemoram a conquista do pentacampeonato da Copa do Brasil, na Arena
Martins - É difícil. Não tenho informações nenhuma neste sentido, a única coisa que sei e dou este depoimento é que ele é muito bom nesta gestão. Quando a gente fez a substituição em 2011, a gente errou, pois não precisava e podíamos ter insistido mais com ele. Claro, havia outras questões, estávamos construindo um relacionamento e isso é importante, este grau de confiança. Para ele perder esse controle do vestiário tem de ser um negócio muito grave. O filme sobre o Chicago Bulls mostra um grupo que tinha seis anos de continuidade e tem uma hora que ele estoura porque cansa. Não acho que a gente tem isso agora em tão poucos meses. O que a gente tem mesmo é uma crise técnica bem grave porque se perdeu alguns jogadores que eram espinha dorsal do time. Perdemos o melhor atacante em atividade no Brasil (Everton Cebolinha, vendido ao Benfica), perdemos dois jogadores do meio campo que são fundamentais. Temos uma zaga reserva e sem reposição e um ataque que tem um terceiro reserva até o ano passado. É difícil ter qualidade técnica e ainda tem a pandemia. E, no meio disso, tem ainda a pandemia que quebra sequência, que tira torcida dos estádios. Há cem razões diferentes para isso.
JC - Se não tivesse a pandemia será que tudo isso estaria acontecendo?
Martins - Assim como o futebol rebaixa a capacidade cognitiva das pessoas que estão envolvidas, é um esporte de alto rendimento e todos que estão inseridos neste meio têm muita competitividade. Não é grana. Eles querem ganhar, querem muito. É um negócio meio maluco. Eles se transformam no jogo em qualquer ambiente. Vão para o lúdico do menino que quer ganhar a pelada na rua. Por ser um esporte de alto rendimento também se decide em detalhes que envolvem mobilização, preparação física, pequenas lesões. A gente muitas vezes desconsidera isso. 
JC - Os próximos três jogos (um já foi, com empate do Grêmio em 1 a 1 com o Palmeiras) vão decidir o futuro do Renato?
Martins - Acho que sim, porque a pressão é muito forte e a saída dele pode ocorrer até para distensionar. Muitas vezes é um raciocínio imediatista de quem está na gestão. Em 2011, a decisão de aceitar o pedido de demissão dele era mais para tirar a minha pressão. Se o erro é meu, saio para ajudar. Pode melhorar, pois o cara que está jogando entra mais leve e começa a acertar o que não acertava. Mas logo em seguida, vi que não ia funcionar assim, porque a ausência de pressão é por duas partidas. Se está em crise técnica, a pressão vem depois, continua. 
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No primeiro confronto de três que podem ser decisivos no momento, grupo empatou com o Palmeiras
JC - Se ocorrer, é uma saída que depende de o Renato dizer “estou saindo” ou pode vir uma decisão do Bolzan?
Martins - Pode vir uma decisão do Bolzan, mas ela sempre vai ser construída. Eles convivem há quatros anos, eles têm uma relação, não é um negócio de um cara que começou há 30 dias e não deu certo.
JC - O fato deste “cara” ter uma estátua na frente da Arena, ter uma história com o clube, dificulta?
Martins - Isso tudo é construído. Não que isso não gere mágoas, e o Romildo tem bastante habilidade para isso. É um político profissional, ele saber fazer isso.
JC - O presidente fala muito do processo de como se faz as coisas, não sei quanto tem de vício de advogado ou é assim mesmo?
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Em março de 2019, estátua de Renato selou seu lugar na história tricolor. Foto: Marco Quintana/Arquivo   
Martins - Quem passa lá dentro tem de saber que, às vezes, tem de dormir para tomar uma decisão. Acontece, perdeu, está indignado, e as pessoas te criticam, enchem o saco, ficam te ligando, te xingando. Aí é o seguinte: “tem de dormir, pensar, metabolizar algumas coisas para depois decidir para não tomar decisão em cima da emoção. Essa é a diferença entre o dirigente e o torcedor. Tem um treinador conhecido (risos), o Mano Menezes, que dizia: “Depois de uma derrota, entra o diretor nervoso, corneteando e brigando, e você olha para este diretor e diz: 'Os caras que estão aqui vão jogar no domingo'". Às vezes, tu tem de aguentar no osso do peito. Tem de tirar os caras da pressão para começarem a jogar. Volto a dar o exemplo do Inter. Há dois meses era terra arrasada e, em dois meses, chegou a líder do Campeonato Brasileiro, e com os mesmos jogadores, sem mudanças.
JC - Complica mais o fato do maior rival estar por cima e o Grêmio passando um perrengue? Isso alimenta o caldeirão?
Martins - Isso aumenta a pressão. Mas eles vivem disso. O Renato, que tem a minha idade, 58 anos, vive esta pressão há 40 anos. Ele sabe o que quer da vida. É o que ele gosta e quem está dentro sabe que é assim que funciona.
JC - Este grupo atual de jogadores do Grêmio tem cabeça para suportar a pressão neste nível, até emocionalmente?
Martins - Claro, é um grupo super rodado. São jogadores experientes. Não é um grupo de meninos de 18 anos, mesmo que possa ter um ou outro com 18 anos. Tem jogador de Seleção Brasileira e da Argentina, que já foi para Copa do Mundo, atleta que já perdeu, já apanhou, já ganhou, já passou por tudo. Eles têm de saber aguentar e não tenho dúvida que sabem.
JC - Mas o Renato não está podendo contar com todos que ele precisa para atrapalhar ainda mais....
Martins - Pois é, mas os outros times também vão ter perdas. Nunca é em condições normais de temperatura e pressão.
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O que pode segurar o técnico e ídolo dos gremistas no posto, após quatro anos desempenhando a função?  
JC - No Conselho Deliberativo, principal instância de decisão do clube, a pressão por mudança pode vir ou já está vindo daí?
Martins - O Romildo é muito experiente e sabe mediar esta pressão. Não é um negócio fácil. Muitas vezes as pessoas que estão ao teu lado não aguentam. É muito difícil pois envolve paixão, emoção. Mas tem de ter calma e tranquilidade, porque quando termina o jogo tem de dar entrevista e preservar o clube, os jogadores, os demais profissionais que trabalham. Ao mesmo tempo, tem de dialogar com o torcedor e com essa paixão e indignação. É sempre um exercício e não tenho dúvida de que o Romildo tem esta habilidade, inclusive de cobrar, mas internamente. Não se ganha cobrando externamente. Asseguro: não se ganha nada. Ás vezes, tem de ser duro, mas é tudo no interno.
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