Toshiro Muto, CEO das Olimpíadas de Tóquio e membro do Comitê Olímpico Internacional (COI), evitou comentar um estudo da Universidade de Oxford, que aponta que os Jogos a serem disputados ano que vem serão os mais caros da história. O levantamento feito pelo economista Bent Flyvbjerg indica que os custos já atingiram US$ 15,8 bilhões (R$ 83,6 bilhões), dobrando a previsão inicial de US$ 7,3 bilhões e superando Londres 2012, com US$ 14,9 bilhões.
"Bem, estou ciente do relatório na mídia. Mas não houve uma declaração oficial do comitê organizador de Tóquio", afirmou Muto, nesta terça-feira (15), em entrevista coletiva online. "Portanto, não estou em posição de fazer qualquer comentário sobre isso. Estou simplesmente confuso", acrescentou.
Os organizadores admitiram o gasto de US$ 12,6 bilhões, mas Flyvbjerg afirmou que os números ainda serão maiores até o
início dos Jogos, em 23 de julho de 2021. O encerramento está previsto para 8 de agosto.
Publicado na revista "Meio Ambiente e Planejamento A: Economia e Espaço" com o título "Regressão para a cauda: Por que as Olimpíadas explodem", o texto revelou que o aumento dos custos das Olimpíadas em Tóquio foi de mais de 200%, enquanto nas edições anteriores a média foi de 170%. Outro ponto de destaque do artigo é o fato de que os gastos continuam aumentando apesar dos cortes realizados na organização por causa da pandemia do novo coronavírus.
O vice-presidente do COI, John Coates, que supervisiona o planejamento para Tóquio, também se esquivou e não comentou o estudo. "Eu acho que tenho coisas mais produtivas para fazer com meu tempo do que analisar esse relatório e responder a ele", disse ao Australian Jornal Financial Review.
Flyvbjerg obteve uma resposta semelhante do COI quando o relatório foi publicado não oficialmente há alguns dias. O COI criticou seu trabalho, questionou os números e metodologia. Em resposta, o economista enviou uma carta aberta ao presidente do COI, Thomas Bach, oferecendo detalhes, mas não obteve retorno.