A decisão da Rede Globo de chamar os estádios de Corinthians e Palmeiras de, respectivamente, Neo Química Arena e Allianz Parque deve impactar no mercado brasileiro de negociação de "naming rights". Segundo gestores das duas arenas e especialistas em marketing, a mudança de postura da principal emissora de TV brasileira é bastante positiva e vai ter como um dos reflexos incentivar a aparição de outros estádios no País batizados com nomes de marcas, além de ampliar a relação comercial entre marcas e consumidores.
A Globo confirmou a mudança de postura na sexta-feira (4). Ao apontar como causas o respeito aos clubes e o diálogo com as marcas parceiras, a emissora deixará de citar Arena Palmeiras para adotar de vez Allianz Parque, assim como vai se referir ao
recém-batizado estádio do Corinthians como Neo Química Arena.
A emissora não receberá dinheiro, porém terá como benefícios se aproximar das empresas. Um exemplo é a própria Hypera Pharma, que tem como uma das subsidiárias a Neo Química e é uma das cotistas do pacote de futebol da Globo.
Para quem cuida das arenas, a decisão da emissora é positiva para dar ainda mais visibilidade ao parceiro comercial do estádio. "Com a Globo tomando essa posição, a gente acredita que vários outros estádios no Brasil, sejam eles de Copa ou não, vão se valorizar com essa receita (de 'naming rights'). Acreditamos que essa mudança impulsiona o mercado, o que tornará os 'naming rights' uma fonte de renda importante no futebol brasileiro", disse o diretor de marketing do clube alvinegro, Caio Campos.
O diretor de marketing e inovação do Allianz Parque, Márcio Flores, vê como positiva a mudança da Rede Globo. "Nós acreditamos que essa decisão seja fruto desse relacionamento onde todo mundo ganha. Não foram as arenas que ganharam, foi o esporte o maior beneficiado", disse. Na opinião dele, a presença de um "naming rights" no estádio do Corinthians não significa concorrência. Pelo contrário.