O livro O esporte como ferramenta de transformação é mais uma entre tantas conquistas do ultramaratonista Vladmi Virgílio dos Santos. O rio-grandino é uma das 17 biografias de atletas profissionais, amadores e técnicos consagrados, que contam suas próprias histórias com o intuito de, literalmente, transformar vidas. Dos convidados para participar da publicação, apenas ele e um cadeirante são paratletas.
Tudo isso parece difícil para um atleta com todos os sentidos. Só que Vladmi ficou totalmente cego os 34 anos. E para tornar seu feito ainda mais heroico, concluiu o percurso sem o auxílio de guia, apenas conduzido pelo barulho do mar, em 47 horas e oito minutos. Agora, está prestes a colocar seu nome no Guinness Book, o livro dos recordes. Esta e outras passagens marcantes de sua vida estão no livro O esporte como ferramenta de transformação - em fase de pré-venda -, que ainda não foi lançado oficialmente em virtude da pandemia do novo coronavírus.
De acordo com o coautor, a grande passagem deste capítulo que conta a sua vida é o momento de transformação que ocorreu na perda total da visão. "A partir deste momento, vi o quão importante o esporte foi na minha vida para que eu voltasse a acreditar nos meus sonhos e me tornasse hoje um recordista mundial. A perda da visão foi superada e até esquecida por mim. O esporte fez com que eu enxergasse que poderia fazer as mesmas coisas, só que de uma forma diferente", resume.
Sem perder um dia sequer de treinamento, Vladmi segue uma rotina de atividades mesmo em meio à pandemia. Isolado da família já que cuida da mãe que faz parte do grupo de risco, o ultramaratonista revela que estes cinco meses, até aqui, podem virar um novo livro, relatando o confinamento e o treino diário durante o período. Além disso, seguem ainda os projetos para uma obra contando a sua
trajetória solo e uma outra específica sobre correr os quatro desertos mais extremos do mundo - Saara, Gobi, Atacama e Antártica.
"Tudo isso que vem acontecendo na minha vida fez com que eu deixasse de ser visto como o ceguinho e passasse a ser chamado pelo meu nome. Essa trajetória fez com que minha família sentisse orgulho de mim. O processo de transformação pelo qual passei, graças ao esporte, desde o atletismo até as ultramaratonas, é parte marcante da minha vida, fazendo com que ande pelas ruas com a minha bengala, de forma independente, viajando mundo à fora, como se não fosse uma pessoa cega", enaltece Vladmi.
O livro pode ser adquirido, em pré-venda, pelo site www.gregorybooks.com.br/livro-o-esporte-como-ferramenta-de-transformacao-historias-inspiradoras. Passada a pandemia, a ideia é lançar a obra em sua cidade natal, Rio Grande. O lançamento nacional ocorrerá no Museu do Futebol, em São Paulo, em uma data ainda a ser marcada.