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Esportes

- Publicada em 01 de Julho de 2020 às 21:21

Ciência auxilia retomada de treinamentos de atletas de alto rendimento

Comitê Olímpico Brasileiro elaborou material para auxiliar esportistas

Comitê Olímpico Brasileiro elaborou material para auxiliar esportistas


/JONNE RORIZ/EXEMPLUS/COB/DIVULGAÇÃO/JC
Deivison Ávila
Nunca antes na história mundial, atletas de alto rendimento passaram tanto tempo afastados de suas atividades. Mesmo com a continuidade de exercícios físicos em casa durante o período de quarentema mais proibitivo ou no retorno gradual que vem ocorrendo, os esportistas têm enfrentado desafios. Para entender um pouco desse processo, o Jornal do Comércio conversou com Alex Itaborahy, fisiologista do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), integrante do Laboratório Olímpico.
Nunca antes na história mundial, atletas de alto rendimento passaram tanto tempo afastados de suas atividades. Mesmo com a continuidade de exercícios físicos em casa durante o período de quarentema mais proibitivo ou no retorno gradual que vem ocorrendo, os esportistas têm enfrentado desafios. Para entender um pouco desse processo, o Jornal do Comércio conversou com Alex Itaborahy, fisiologista do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), integrante do Laboratório Olímpico.
O professor de Educação Física e doutor em Ciências pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) explica que a interrupção devido à pandemia do coronavírus atrapalhou grande parte dos atletas, exceto alguns poucos, que conseguiram trabalhar normalmente. "O atleta está acostumado a utilizar muita energia para dar conta da carga de treinos. Quando tem uma parada abrupta, o organismo não promove o ajuste gradual dessa utilização energética", explica.
O passo seguinte é a alteração na composição corporal. A diminuição da atividade reduz o estímulo à musculatura e, com isso, há perda da massa magra, mais significativa a partir da segunda semana e, por óbvio, terá um acúmulo de massa gorda. "O atleta passa a ter uma perda de força e de resistência ao cansaço, gerando a afadiga e a redução da capacidade aeróbica. Este processo se agrava ainda mais na quarta semana. Por fim, ele tem uma redução considerável da performance", aponta.
Dentro desse quadro, pode acorrer ainda o aumento da ansiedade, a queda na qualidade do sono e um dos principais riscos para um atleta de alto rendimento, a lesão. "Imagine o seguinte cenário: você altamente motivado para voltar a treinar, mas sem a percepção subjetiva da redução drástica da sua performance, e volta a trabalhar com aquele ímpeto, com cargas muito próximas as que utilizava antes da interrupção. Com isso, a capacidade de repetir os movimentos está reduzida e existe um enorme potencial de ocorrer uma lesão", resume.
Para um atleta chegar à excelência em seu dia a dia, o trabalho da fisiologia é essencial. Neste momento, é obrigatória a realização de uma série de avaliações: teste corporal, com medidas de gordura e massa muscular, testagem do metabolismo, que irá identificar a necessidade calórica ingerida, teste cardiopulmonar durante exercícios, que mede a troca de gases, e o teste de força, específico à cada modalidade. Associado a esse combo, é importantíssimo o acompanhamento psicológico.
Itaborahy ainda desataca um outro ponto: o atleta que retornou às atividades, após ser contaminado pela Covid-19. "A doença tem uma peculiaridade que afeta a capacidade pulmonar, podendo ter algum reflexo na musculatura. Claro que tudo depende de cada caso. Tem atleta que pode ter apenas uma gripe e ficar bem, como podem ocorrer casos um pouco mais complexos", explica.
Além dos testes convencionais já citados, o atleta passará por uma avaliação da função pulmonar, para saber se sua capacidade respiratória foi prejudicada, um eletrocardiograma, uma tomografia de tórax e, mais à frente, um teste ergométrico com um cardiologista. "Passada essa etapa e liberado pelos médicos, o atleta entra naquele mesmo pacote de testes discutidos antes", finaliza Itaborahy.
Pensando nisso, o COB desenvolveu um material, que está disponível em seu site (www.cob.org.br), para atletas e treinadores, com todos os detalhes para um retorno mais apropriado dentro do contexto de alta performance de um esportista olímpico.
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