Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Esportes

- Publicada em 24 de Maio de 2020 às 20:47

"Única solução é a testagem com frequência"

Mesmo com cuidados, retorno do futebol alemão corre riscos

Mesmo com cuidados, retorno do futebol alemão corre riscos


/TILO SCHMUELGEN/AFP/JC
Deivison Ávila
O retorno do futebol no Brasil, em meio à pandemia do novo coronavírus, é uma grande incógnita. Mesmo que alguns times já tenham voltado a treinar, após quase 60 dias sem atividades, a retomada dos campeonatos estaduais ainda está no papel. No Rio Grande do Sul, com a situação um pouco mais controlada em relação aos contágios pela Covid-19, a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) planeja o reinício do Gauchão para o fim de julho ou início de agosto.
O retorno do futebol no Brasil, em meio à pandemia do novo coronavírus, é uma grande incógnita. Mesmo que alguns times já tenham voltado a treinar, após quase 60 dias sem atividades, a retomada dos campeonatos estaduais ainda está no papel. No Rio Grande do Sul, com a situação um pouco mais controlada em relação aos contágios pela Covid-19, a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) planeja o reinício do Gauchão para o fim de julho ou início de agosto.
Na Europa, com a curva de casos e mortes caindo, algumas das principais ligas estão retomando as competições ou já tem data para a bola rolar. A Alemanha, exemplo de combate ao vírus, já realizou duas rodadas, com a primeira no último dia 15 de maio. A bola voltou a rolar com os protões fechados e todos os protocolos de vigilância sanitária possíveis sendo seguidos. E a pergunta que os apaixonados pelo futebol mais fazem é: e no Brasil?
Para Luciano Goldani, professor do Serviço de Infectologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), o novo coronavírus é muito recente, com pouco mais de cinco meses de conhecimento da doença. Em relação aos esportes coletivos, o infectologista explica que os mais passíveis de contágio são os que envolvem muitos jogadores em ambientes fechados, como o basquete e o vôlei. No entanto, mesmo que em local aberto, o futebol não escapa do risco.
"Nesse sentido, os esportes que envolvem mais gente são os mais arriscados. Afinal, a transmissão do vírus pode acontecer pela via assintomática, com as pessoas transmitindo o vírus sem ter sintomas. É muito difícil, impossível, manter um distanciamento nestes esportes. Dessa forma, essas modalidades teriam que ter uma constante testagem para identificar a presença do vírus", explica. A dupla Grenal adotou testes rápidos, que com uma gota de sangue, em no máximo 30 minutos, se identifica a presença de anticorpos no organismo dos colabores e atletas.
Goldani explica que para se ter um controle mais fidedigno de possíveis infectados, o exame mais adequado é o RT-PCR, mais preciso que o teste rápido, que identifica o vírus no período em que está ativo no organismo, prevenindo mais contágios. O problema são os altos custos para adotar esse tipo de testagem feita em laboratório. Além disso, é necessário um acompanhamento periódico dos profissionais envolvidos em cada modalidade.
"Não temos ainda uma vacina ou uma medicação contra o vírus. A única coisa que podemos é tentar evitar a doença. E, em um esporte com múltiplos jogadores e contato próximo, é necessário se ter uma certa garantia de que eles não têm o vírus. A única solução é a testagem por PCR com uma determinada frequência", resume o infectologista.
Outra possibilidade citada pelo professor é confinar os jogadores. Em caso de todos testarem negativo, eles são mantidos isolados. No entanto, os atletas possuem família e têm suas casas. A NBA, liga norte-americana de basquete, cogita adotar essa opção. Todos os times serão confinados em hotéis localizados em cidades que apresentem pouco contágio pela Covid-19. A medida será associada à realização constante de testes, algo muito distante para a realidade financeira do Brasil. "Por exemplo, na Alemanha, os alunos são submetidos a testes PCR a cada quatro dias. Em caso de resultado negativo, recebem um bracelete verde que identifica a ausência do vírus. Só que, para esse controle, é feito uma testagem frequente", exemplifica.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO