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Esportes

- Publicada em 23 de Abril de 2020 às 20:42

Rotina é a principal arma para atletas superarem isolamento social, diz Gilberto Gaertner

Gaertner conta que o segredo está no controle da ansiedade

Gaertner conta que o segredo está no controle da ansiedade


/Universidade Positivo/Divulgação/Positivo
Deivison Ávila
Muitos dos efeitos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) são invisíveis para a sociedade e devem se manifestar à medida que o tempo passa. E, no mudo do esporte, não é diferente. Este cenário de incertezas quanto ao retorno das atividades pode provocar problemas na saúde e, consequentemente, no desenvolvimento físico e psicológico de quem pratica esporte de alto rendimento. O Jornal do Comércio entrevistou o especialista em Psicologia do Esporte, campeão das Olimpíadas de 2016 com a seleção brasileira de vôlei e coordenador do Laboratório de Psicologia do Esporte da Universidade Positivo, Gilberto Gaertner, para entender um pouco sobre como a pandemia pode influenciar a vida dos atletas.
Muitos dos efeitos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) são invisíveis para a sociedade e devem se manifestar à medida que o tempo passa. E, no mudo do esporte, não é diferente. Este cenário de incertezas quanto ao retorno das atividades pode provocar problemas na saúde e, consequentemente, no desenvolvimento físico e psicológico de quem pratica esporte de alto rendimento. O Jornal do Comércio entrevistou o especialista em Psicologia do Esporte, campeão das Olimpíadas de 2016 com a seleção brasileira de vôlei e coordenador do Laboratório de Psicologia do Esporte da Universidade Positivo, Gilberto Gaertner, para entender um pouco sobre como a pandemia pode influenciar a vida dos atletas.
Jornal do Comércio - Quais os riscos para um atleta em confinamento social?
Gilberto Gaertner - Em tempos de pandemia, os atletas, assim como toda a população, estão sujeitos aos riscos do que estão vivendo, por ser uma situação ímpar até aqui. Acentua-se, dentro do campo esportivo, as dificuldades que os atletas vão ter para manter um treinamento, uma dieta correta e manter o foco na atividade-fim. Com isso, vêm os riscos desse período prolongado da falta de treinamento e da continuidade à atividade profissional. Por exemplo, no caso do futebol, está tendo uma quebra de arrecadação nos clubes e alteração de salários, criando uma situação de instabilidade que pode levar a uma série de distúrbios, como elevação da ansiedade e dos níveis de estresse. Caso a pessoa não esteja conseguindo lidar com esta situação, pode apresentar episódios depressivos. Na esfera olímpica, a transferência da data dos Jogos e a incerteza da realização do evento mexem significativamente com o campo emocional.
JC - Como o adiamento de competições e a incerteza da realização de torneios impactam com o dia a dia dos atletas?
Gaertner - As incertezas quanto à realização dos eventos é um elemento estressor. Em relação à transferência dos Jogos Olímpicos, por exemplo, os atletas planejaram quatro anos de treinamento focado em uma data específica, que seria agora, em julho, no Japão. Toda a preparação foi voltada para que o atleta chegasse ao seu máximo nesta data, e o planejamento precisa ser refeito. Do mesmo jeito, campeonatos de futebol e outras modalidades também estão sofrendo com mudanças significativas. O que esses profissionais precisam é controlar a ansiedade.
JC - Como o atleta pode lidar e controlar a ansiedade?
Gaertner - A ansiedade surge pela quebra da rotina. E um dos pontos mais viáveis para controlar essa ansiedade é poder estabelecer rotinas diárias de treinamento que possam contemplar as partes física, técnica e psicológica - três elementos básicos para o desenvolvimento e o desempenho do atleta. Então a criação dessa rotina proporciona um dia a dia diferenciado que o leva ao mais próximo do que ele fazia durante seu período profissional. Claro que há dificuldades em se estar em casa, como às relacionadas ao cuidado com a alimentação e à ingestão exagerada de bebidas alcoólicas. Além disso, o espaço limitado também prejudica. Por isso, essa necessidade de uma rotina de trabalho. O uso de técnicas de respiração também pode auxiliar no controle da ansiedade.
JC - Como clubes e treinadores podem auxiliar atletas na manutenção física e psíquica?
Gaertner - O ideal é que o atleta de alto rendimento possua um programa de habilidades psicológicas e exercícios orientados pelos preparadores físicos, sejam de clubes ou pessoais. É óbvio que não é a mesma coisa que treinar em um centro de treinamento, mas serve para não parar completamente as atividades. O atleta precisa se organizar, ter disciplina e horários pautados para manter o nível técnico e físico.
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