Depois de mais de um ano como presidente de fato, Rogério Caboclo assumiu oficialmente na tarde de ontem o comando do futebol brasileiro. Prometendo "total independência", o paulista foi empossado novo presidente da CBF para um mandato de quatro anos. Em 2023, poderá tentar a reeleição. O presidente da Fifa, Gianni Infatino também compareceu à cerimônia.
Eleito em abril do ano passado após articulação de Marco Polo Del Nero, banido do futebol pela Fifa, Caboclo procurou mostrar isenção. "Quero deixar clara a minha total independência, dentro dos limites estatutários, para fazer tudo aquilo que eu acredito", afirmou.
Reconhecendo o "forte desgaste" que a CBF passou nos últimos anos - um ex-presidente está preso nos Estados Unidos e outros dois não deixam o País receosos de terem o mesmo destino -, Caboclo disse que quer mudar o jogo. Segundo ele, sua gestão será baseada em dois pilares: integridade e eficiência. Ele também se definiu como um "inconformado" e disse que está aberto a críticas e a novas ideias.
O dirigente de 46 anos chegou à CBF em 2014 pelas mãos de Del Nero, que assumiria a presidência da entidade no ano seguinte, mas não terminaria o mandato. A função de Caboclo não era lidar diretamente com o futebol, mas sim colocar a gestão em ordem, como CEO. Como presidente, já adiantou que irá reduzir o calendário dos estaduais.
Caboclo anunciou ainda a criação de um conselho de craques, formado por 11 personalidades do futebol brasileiro, com os ex-jogadores Cafu, Ricardo Rocha, Jairzinho, Careca, Zinho, Gilberto Silva e Juninho Paulista, as ex-atletas Pretinha e Michael Jackson e os técnicos Carlos Alberto Parreira e Muricy Ramalho. Juninho Paulista, campeão mundial em 2002, também vai desempenhar o cargo de diretor de desenvolvimento do futebol.