Uma das grandes queixas sobre as últimas temporadas da Fórmula 1 era o abismo entre as equipes mais fortes - Mercedes, Ferrari e Red Bull - e o restante do grid. No entanto, a primeira corrida do ano mostrou um cenário diferente: com as novas regras, que estrearam há pouco menos de duas semanas, na Austrália, o chamado meio do pelotão encostou nos times de ponta.
A classificação da prova australiana mostrou que todas as equipes, à exceção da Williams, evoluíram, mesmo com as novas regras que, em teoria, deixariam os carros mais lentos. Porém, o que mais chamou a atenção foi o fato dos times do meio do pelotão terem crescido mais do que os ponteiros.
Por conta disso, viu-se em Melbourne, Lewis Hamilton fazer 1min22s043 e Lance Stroll, da Racing Point, marcar 1min23s017, no treino classificatório. Ou seja: entre o primeiro e o 16º colocado não havia nem um segundo. As equipes que tiraram parte da diferença para Mercedes e Ferrari são Alfa Romeo, a que mais cresceu, Renault, Haas, McLaren, Racing Point e Toro Rosso.
Um motivo importante para isso seria a diminuição da diferença dos motores Honda e Renault para o Mercedes e o Ferrari. Fala-se que, em termos de potência, os motores não tenham mais de 40cv de diferença entre si, bem diferente de quando a F-1 adotou as atuais unidades de potência V6 turbo, em 2014, quando a Mercedes reinava sozinha. Outro aspecto que fez a diferença é a simplificação das asas dianteiras e dos dutos de freio, por conta do regulamento, o que limita a possibilidade dos grandes usarem seus maiores recursos para adotarem soluções mais sofisticadas.
Este equilíbrio vem em boa hora, uma vez que a categoria está finalizando as regras para 2021 e pode entender melhor o efeito positivo de apertar o regulamento. A segunda etapa da temporada será disputada neste domingo, às 12h, no Bahrein. O treino classificatório ocorre no sábado, no mesmo horário.