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COMO BEBER

- Publicada em 17 de Maio de 2019 às 03:00

Lugar de vinho é na adega

Flora destaca que as adegas também têm função decorativa, sendo espaços cênico e de acolhimento do ambiente

Flora destaca que as adegas também têm função decorativa, sendo espaços cênico e de acolhimento do ambiente


CLAITON DORNELLES /JC
Vinho é elemento que reúne pessoas, brinda conquistas e melhora o dia. Não à toa, a adega saiu daquele porão escuro e distante para juntar-se aos espaços sociais da casa. E isso faz com que o hábito de consumir vinhos torne-se mais presente no dia a dia. É o que observa Flora Detânico, arquiteta apaixonada por tecnologia, design e vinhos, e que se dedica ao desenvolvimento de projetos de adegas personalizadas.
Vinho é elemento que reúne pessoas, brinda conquistas e melhora o dia. Não à toa, a adega saiu daquele porão escuro e distante para juntar-se aos espaços sociais da casa. E isso faz com que o hábito de consumir vinhos torne-se mais presente no dia a dia. É o que observa Flora Detânico, arquiteta apaixonada por tecnologia, design e vinhos, e que se dedica ao desenvolvimento de projetos de adegas personalizadas.
O cuidado com cada garrafa não termina no envase; o vinho deve ser bem guardado para que suas melhores características se mantenham ou se aprimorem com o tempo. Quem é fã de uma boa taça, mais cedo ou mais tarde precisará de uma adega em casa, afinal, o vinho é uma bebida viva e está em constante evolução. Vinhos brancos e espumantes, em geral, têm consumo um pouco mais rápido. Mas especialmente vinhos tintos e vinhos de guarda precisam ser bem armazenados para que, na hora de tirar a tão esperada rolha, a experiência não termine numa triste surpresa.
"Costumo dizer para os clientes que construir uma adega é, mais ou menos, como pensar um quarto para dormir. Uma garrafa de vinho pede e merece um ambiente que tenha suavidade: um espaço que não tenha excessiva iluminação, sem muita vibração e, especialmente, com temperatura amena e constante", explica.
Outro ponto importante é a umidade. "Quando a umidade é muito baixa, a rolha resseca, e, por isso, o oxigênio entra na garrafa e se dá a oxidação do vinho. Por outro lado, se existe muita umidade, acima de 80%, o que pode acarretar é o aparecimento de mofo na própria rolha ou no rótulo", comenta.
As adegas têm uma função técnica, que é imprescindível e necessária, mas também se tornaram elemento decorativo. "É um espaço cênico e que traz acolhimento. É mais um assunto para a casa e mais uma história para a família", comenta. A adega pode fazer parte da sala de jantar, do living ou do espaço gourmet. "Ela deixa de ser uma geladeira, um equipamento dissociado, e passa a ser parte do ambiente. Há inúmeros acabamentos, como madeira natural, laca, inox e outros", afirma Flora.

Condições ideais para conservar

Ausência de luz
O vinho é bastante sensível à luz. Não à toa, garrafas de vinhos de guarda, em geral, são foscas e escuras.
Temperatura constante
A constância é mais importante do que a temperatura em si. Mas temperaturas altas contribuem para o envelhecimento precoce do vinho.
Umidade
Nem seco, nem úmido. Este deve ser o ambiente para o vinho. Assim as rolhas não ressecam, permitindo a entrada de oxigênio na garrafa. Deitadas, o vinho encosta e umedece a rolha.
Sem vibração
A garrafa não deve sofrer vibrações ou trepidações. O que parece é que o movimento estimula as reações químicas dentro da garrafa, apressando o envelhecimento do vinho.
Bem ventilado
Ventilação é importante. Deixar o vinho em um local abafado estimula o aparecimento de fungos na rolha.

Casal compartilha a paixão pela bebida na nova casa

Adega foi protagonista do projeto da nova residência do casal

Adega foi protagonista do projeto da nova residência do casal


CLAITON DORNELLES /JC
Quando Michael Waller e Gisele Ourique pensaram em sair do apartamento e se mudar para uma casa nova, que hoje ocupa o até então terreno vazio comprado pelo casal, não tiveram dúvidas de que a adega seria protagonista do projeto de arquitetura. Os vinhos tornaram-se, nos últimos anos, a paixão compartilhada entre eles. "Tínhamos um móvel para colocar as garrafas que ocupava parte de uma parede da sala, mas aquele espaço começou a ficar pequeno. A gente queria também poder receber os amigos confortavelmente, beber a vontade, sem se preocupar com os vizinhos. Pensamos em fazer uma adega subterrânea, mas entendemos que a adega deveria ser parte da área social da nossa nova casa", comenta Waller.
Nem sempre foi assim. Gisele gostava de um bom vinho; Waller só tomava espumante e vinho branco. "Então viajamos para Mendoza, na Argentina, e para Napa Valley, na Califórnia. Essas experiências me transformaram. Tudo mudou. Aprendi que degustar é buscar e tentar entender sensações em cada gole", revela. Ele fez uma série de cursos para conhecer mais sobre este universo. E, de uns cinco anos para cá, o casal pesquisa, compra, guarda e bebe as muitas garrafas armazenadas na adega. O espaço já teve 520 rótulos dos mais diferentes estilos e de quase todos os lugares produtores de uvas do mundo.
A adega, ponto de partida para a decoração de toda a casa, carrega um estilo industrial. As garrafas ficam acomodadas em blocos de concreto. O espaço, protegido da incidência do sol, fica próximo à entrada da casa, em frente a uma grande mesa de jantar e integrada à cozinha gourmet. Uma cristaleira com grandes portas de vidro e iluminação interna facilita que a dupla encontre a taça perfeita para cada ocasião.
Mais que o apreço pelos produtos que garimpam, a adega e a casa tornaram-se motivo constante para reunir gente. "O Michael (Waller) poderia fazer festa aqui todos os dias", diverte-se Gisele. Na área social promovem encontros dos amigos, confrarias, cozinham e harmonizam os pratos. "Acabamos conhecendo muitas pessoas interessadas nos vinhos e que se tornam nossos amigos. A gente conversa sobre viagens, cultura, gastronomia, assuntos dos mais diversos, mas que, de alguma forma, passam pelo vinho", reflete Gisele.